A viagem até Veneza só não foi perfeita porque tinha uma certa garota me incomodando. E acredito que seja a mesma garota que vi correndo de mão dada com outra menina, gritando "PARTIU VENEZAAAAAA!!!". Não sei qual é a dificuldade das pessoas de segurar suas emoções. Esse negócio de sentir não é comigo. Aluguei uma casinha em um chalé à beira da praia aqui em Veneza. Essas férias têm que valer a pena, porque gastei quase todas as minhas economias. Espero aprender bastante sobre a cultura culinária daqui. Chego à recepção do local e sou recebido por uma moça simpática. - Seja bem-vindo aos nossos chalés. - Ela diz, me entregando a chave. - Obrigado! - Digo, pegando a chave da mão dela. - Não tem de quê. Não se esqueça que todas as informações foram lhe enviadas por e-mail: o cronograma e tudo mais. - Certo, muito obrigado. - Digo, saindo ao encontro do chalé. Ele não é tão pequeno assim, anda bem. É apenas um cômodo, mas está bem dividido. Tem uma cama de casal maravilhosa, à frente uma TV colada à parede. No lado esquerdo, uma mesinha com um abajur e, no direito, uma mesa com pia e um armário que acredito que tenha toalhas. Há também uma banheira incrível. A estrutura de madeira deixa tudo ainda mais bonito, eu diria. Pego meu celular e checo meu e-mail para ver as informações e o cronograma certinho do local. Leio com atenção as informações até que chego ao cronograma: de segunda, toda a noite terá jogos entre as pessoas hospedadas aqui; terça será um dia de sorteio sempre para duas pessoas que podem ganhar algum tipo de passeio aqui; quarta e quinta é dia de festa, às vezes bailes, às vezes balada; e a sexta é liberada para ir à praia. Jurava que poderia ir sempre que pudesse à praia. Mas enfim... Eu gostei. Meu celular toca, minha mãe. - Oi filho, como foi a viagem? Espero que tenha sido ótima. - Ela diz, com uma voz falsamente doce. - Oi mãe, sim foi boa. O que a senhora quer? - Eu digo, sem paciência. Eu e minha mãe nunca fomos próximos, então já adivinho o porquê ela ligou. - Nossa, que grosso. Mas eu queria saber se você tem alguma quantia para me mandar. A comida aqui acabou, então... - Ela diz, com um tom de súplica. - Tá mãe, vou lhe enviar uma quantia, espero que dê. - Digo isso e desligo o celular. Eu sei que a comida não acabou porque eu fiz compra lá antes de vir para cá, mas mesmo assim não pergunto para que realmente o dinheiro. Não me importo com o que ela faz ou deixa de fazer com o dinheiro que lhe dou. Ela nunca se importou comigo, não depois do acidente do meu pai quando eu tinha 5 anos de idade. Estávamos nós três no carro enquanto meu pai estava no volante e ao mesmo tempo brigando comigo por estar fazendo alguma coisa. Então em um certo momento que ele se virou para me reclamar, só escutei o grito da minha mãe. Depois disso ela sempre me culpou pelo acidente que causou a morte do meu pai. Não sei como consegui aguentar tanto tempo com ela, mas eu aguentei. Hoje é segunda, dia de jogos. Mas antes disso preciso tirar um cochilo. Deito na cama macia e sinto o cheiro doce dos lençóis. O som do mar me embala e logo adormeço. Acordei às 18 horas, resolvi tomar um banho e, depois, ir procurar algo para comer. Depois vou para a noite de jogos, que começa às 20 horas. Estou precisando de algo para me animar. Chego em um pequeno restaurante aconchegante e me sento na mesa mais afastada, esperando alguém me atender. - Boa noite, já escolheu o que vai comer? - diz uma moça sorridente enquanto colocava a caneta na boca. Ela é bonita, com seus cabelos loiros presos em um rabo de cavalo e seus olhos verdes brilhantes. Mas eu não estou aqui para isso. - Já sim, vou querer essa massa com camarão aqui. - indico sem querer olhar muito para ela. - Ótima escolha, algo para beber? - fala com uma voz sensual. Ela está claramente flertando comigo, mas eu não caio nessa. - Não, só isso mesmo. - digo com um tom seco, mostrando que não estou interessado em conversa fiada. - Certo então. - diz e sai, um pouco decepcionada. Eu sei que sou bonito. Tipo, meu cabelo preto meio ondulado sempre foi alvo de elogios, e minha pele nem tão clara, nem tão escura sempre chamou a atenção das pessoas, com a ajuda dos meus olhos castanhos claros. Mas não tenho interesse em um romance de verão aqui com alguém. Não mesmo. Para falar a verdade, meu interesse é mais profissional. Vou usar essas férias para descobrir novos sabores. Ela volta com o meu prato e o coloca na minha frente. - Aqui sua massa, senhor. Espero que goste. - diz com um sorriso forçado. Assinto para ela com educação, enquanto ela sai rebolando seu quadril. Volto minha atenção para o prato e olha que está bonito, hein? Ponho uma garfada na boca e meu Deus, essa é a melhor massa com camarão que já comi na vida! Ela é cremosa na medida certa, com os temperos corretos e uma leve picância. Essa viagem vai ser ótima.
Cảm ơn
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Arthur Marreiros
bomm
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Eliana Silva
vou começar a ler agora, espero que eu goste da história! bjs
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0🌹te amo
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