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Chương 5 .

Kayori era a garota mais engraçada que eu conhecia. Ela sorria com facilidade, mas me fazia rir junto. Fazia muito tempo que eu não me sentia assim. Por algum motivo, me senti extremamente de giro em conversar com ela. Passamos a tarde derretendo naquele pergolado de madeira, ela me contando suas histórias enquanto eu compartilhava das minhas. Tomei cuidado para selecionar as mais interessantes, incluído Dani, Antoni, Pedro e até minha irmã. Kayori pareceu encantada quando descrevi Margarett, e eu senti que elas podiam ser amigas. Minha irmã só havia realmente criado amizades além das de infância algumas semanas atrás. Sua vida toda sempre girou em torno de nós, e Joseph foi um marco importante para que ela começasse a olhar para novos horizontes. Graças a isso ela tinha Rita e Clara.
— Então é Margarett de margaridas, que é a flor favorita da sua mãe?
Eu assenti com a cabeça, enquanto arrancava um punhado de grama ao lado do pergolado, para esfregar o verde entre meus dedos. Kayori estava deitada de barriga pra cima, o cabelo negro completamente esparramado pelo piso de madeira maciça.
— E você é Matheus por que?
Ninguém nunca havia me perguntado aquilo. Sempre que o nome da minha irmã era explicado, as pessoas se contentavam com a beleza do significado dela e se admiravam com isso. Ninguém nunca chegou a se importar o suficiente para me perguntar. E aquilo devia estar estampado em minhas feições, porque Kayori percebeu.
— Ninguém se preocupa em prestar atenção em você né?
Ela era uma garota sem papas na língua. E eu amava isso. E por algum motivo meu corpo relaxou. Soltei a respiração que nem percebi que prendia, e afundei pra me deitar ao seu lado no chão.
— Minha irmã sempre foi o centro. Mas ela sempre deu mais de si também. Acho que em partes é porque sempre soubemos que ela não suportaria ficar sem nós, enquanto nos daríamos bem sem ela.
O pergolado tinha um teto abobadado de madeira, cujas vigas eram adornadas com desenhos delicados e bem trabalhados. Entalhes contornavam pela madeira rústica e escura, adicionando um ar delicado ao topo, como uma gota caindo.
— Ela conheceu um garoto esse ano. Ele começou a chamá-la de garota em gotas, porque ela chorava muito.
Kayori desviou seus olhos do teto para me encarar.
— Uma garota delicada como a flor de seu nome. E você?
Pensei por um minuto. Me lembrei da conversa com a psicóloga dias atrás, e como minha mente repetia aquela maldita palavra. Mesmo com receio de dizer em voz alta, acabei soltando.
— Um garoto quebrado. Mas que também machuca os outros ao seu redor.
Eu não estava pronto pra falar daquilo com ela ainda, então por que diabos soltei aquela frase? Não queria assustar a garota com a forma doentia com a qual eu havia agido ultimamente. Virei meu rosto pra Kayori, preocupado de que minha nova amiga estivesse me julgando como todos os outros faziam. Mas ela não estava. Seus lábios se abriram mais uma vez.
— Garoto em vidros então. Cacos de quebram facilmente, mas te quebram de volta.
Me lembrei da mão enfaixada da minha irmã. Em pensar que eu podia ter deixado ela pior... eu era uma péssima pessoa. A pior da escória humana, eu não merecia nem pensar em ficar perto de Margarett.
— Vai ter uma festa hoje. — Kayori declarou, interrompendo meus pensamentos.— Pode trazer seu amigo, vamos nos reunir aqui no pátio. As oito.
A ideia me agradava, mas... uma festa incluía muita gente. Mais gente do que eu estava disposto a aguentar, me perguntando sobre minha vida e os motivos que me levaram até ali. E eu sentia que podia confiar em Kayori, mas ir além disso... me parecia arriscado.
Percebendo o quanto eu havia ficado apreensivo sobre o assunto, Kayori se levantou, e se sentando sobre as pernas avisou:
— Você pode subir para seu dormitório quando quiser no meio da festa. Mas eu recomendaria que você viesse. Vai ter um karaokê.
Ela apontou um dedo fino para o pátio, me fazendo seguir a direção com os olhos. Encontrei homens montando um palco, posicionando um telão e microfones, ajeitando cadeiras também. Quando vi aquilo alguns minutos antes, pensei que se tratava de alguma palestra motivacional ou algo do tipo.
— Está bem. — Eu disse derrotado. — Vou chamar Antoni.
Kayori se colocou de pé em um salto, e começou a dar pequenas palmas. Me levantei também, incapaz de conter o riso que ameaçava sair por meus lábios. Mas não foi sua insistência que me fez aceitar. Mas sim o fato de que talvez, apenas talvez a dona da voz misteriosa pudesse se apresentar naquela noite.
— Preciso ir me arrumar. Nos vemos mais tarde.
A garota se despediu, me deixando sonhador e confuso debaixo daquele pergolado. Levei dois minutos inteiros para entrar em movimento. Então corri até Antoni, e contei meus planos.
— Sério que você quer que eu te ajude a se vestir? Você nem sabe se a garota vai cantar hoje.
Ele franzia as sobrancelhas para o pequeno guarda-roupas do seu próprio quarto, provavelmente buscando qualquer peça de roupa limpa depois de passar uma semana sem lavar nenhuma. Ele estava adiando a lavanderia a um tempo, e parte de mim sabia que era porque o cheiro da minha irmã ainda estava em algumas das suas camisetas.
— Ela precisa. A voz dela é... não é normal. Aposto que quando ela fala, borboletas voam ao seu redor.
Antoni jogou uma peça de jeans na cama, onde eu me sentava, e voltou a procurar. Com a cabeça enfiada na pequena caixa de madeira, ele começou a caçoar de mim.
— E se ela for feia? E se não tiver um dente? E se tiver um bafo insuportável?
Joguei o travesseiro nas costas do meu amigo, com força o suficiente para que ele avançasse um pouco para frente, batendo a cabeça na madeira dura do armário. Ele chiou, mas quando me olhou de volta seus olhos continham pura diversão.
— Amaria Margarett se ela fosse feia?
Eu sabia que minha irmã era linda. Sabia disso, porque haviam filas e mais filas de garotos tentando se aproximar. Não que eu afastasse todos com um papo de irmão protetor, nunca precisei. Mas era claro e nítido pra quem quisesse ver. Não consegui parar de pensar no fato de que, se Margarett fosse feia, aquilo não estaria acontecendo. Toni parou de sorrir.
— Está pronto pra ouvir isso?
Não havíamos falado sobre Margarett, em nenhum momento sequer. Mas fazia uma semanais eu não tinha notícia alguma da minha irmã, precisava ao menos desabafar ou ouvir sobre ela.
— Por que você a ama?
Era uma pergunta simples, mas continha o mundo. Continua o meu mundo, a minha irmã. Antoni se afastou do armário com passadas largas, e se sentou na beira da cama. Seus olhos se fecharam por um tempo, e quando se abriram, quase não reconheci o olhar azul acinzentado. Não era mais puro cinza.
— Por que ela cuida dos outros antes de cuidar de si mesma. Porque ela é inteligente e simpática, e meiga, e a mulher mais forte que conheço. Eu poderia citar outras mil características, porque amo tudo nela, tudo o que faz dela quem ela é. Mas principalmente, é porque ela não vê isso em si mesma. E ela precisa de alguém que mostre a ela.
E eu estava tirando isso dela. Que direito eu tinha? E por que não conseguia me impedir?

Bình Luận Sách (2154)

  • avatar
    MesiasManoel

    otimo

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  • avatar
    Marcella Rocha

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    2d

      0
  • avatar
    ResenoKaue

    muito bom

    7d

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