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Chương 2 .

Ela tinha lábios cheios, e olhos escuros como a noite, puxados levemente para cima. Seus cabelos puramente pretos caíam pelas costas, extremamente lisos como fios de ônix. Sua pele era pálida de uma forma bela, talvez até um pouco cintilante pela lua cheia refletida no céu. Era com certeza a garota mais linda que eu já havia visto na vida. Talvez por isso eu tenha parecido um completo idiota ao responder.
— Oi.
Quase gaguejei. O que diabos havia conhecido comigo? Engoli em seco quando os cantos dos lábios da garota se ergueram, em um sorriso puramente felino. Pensei que fosse me desmanchar bem ali. E ela sabia. Mas que bela garota perversa.
— Meu nome é Kayori.
Ela declarou de repente, ainda sorrindo. Como um completo idiota, precisei de três segundos para perceber que precisava dizer algo.
— Matheus.
Eu parecia um grosso, estava sendo um puro grosso sem educação. Não costumava ser assim com as mulheres, nem mesmo quando estava sobre influência da raiva. Céus.
— Vou te deixar sozinho se quiser.
Pela primeira vez desde que havia saído correndo de perto do quarto de Antoni, reparei no pátio. Estava completamente vazio a não ser por mim e por Kayori. Mas eu não queria que isso mudasse. Ela continuava me encarando, meio que esperando uma resposta.
— Podemos nos sentar ali?
Apontei para um banco branco, perto de onde uma fonte ficava. Era tudo muito bem decorado, fontes e arbustos, plantas e até um escultura em um dos cantos. Havia um pergolado de madeira, posicionado mais no fundo do pátio, perto de onde um campo de grama se estendia. Mas achei romântico demais ir pra lá. A garota concordou, e se colocou em movimento para o lugar que eu havia indicado. Ela se sentou no banco graciosamente, as camadas finas de tecido de sua saia verde se esparramando pelo banco branco, como se tudo fizesse parte de uma linda pintura. Eu me sentei a uma distância respeitosa, finalmente recuperando a compostura e agindo como deveria ter feito desde o princípio, antes dessa garota me desestabilizar.
— O que faz no pátio nesse horário?
Ela levantou um dos cantos da boca, e foi um movimento tão leve, que sentia que poderia estar babando.
— Não consigo dormir.
Ela me fixou no lugar com aqueles olhos escuros de ônix, enquanto me perguntava a mesma coisa. Pensei que não seria capaz de responder, mas minha consciência voltou à mim. Ainda com a compostura que insisto em manter, lancei o mesmo sorriso de lado, que normalmente costumava desestabilizar as pessoas assim como o dela havia feito comigo. Mas não houve nenhuma reação vinda dela, além da concentração clara em cada palavra.
— Eu precisava sair daquele lugar.
Ela virou a cabeça em direção da casa, o cabelo comprido caindo pelo ombro quase nu, a não ser pela alça de uma blusa fina.
— Pode ser sufocante as vezes né? Quando você chegou?
Me estiquei no banco, não uma tentativa de mostrar meus braços longos e a abertura em V um pouco antes da barra da calça. Só uma espreguiçada normal, coisa que todos fazem. Então apoiei o braço no encosto do banco, ficando totalmente à vontade.
— Cheguei hoje. E já está sendo ruim.
A garota sorriu novamente, com um brilho diferente nos olhos agora. Ela ajeitou o cabelo atrás das orelhas e se sentou ereta.
— Pode ficar mais aliviado agora, tem uma amiga!
Kayori estendeu a mão em minha direção, sorrindo orgulhosa. Foi a coisa mais graciosa que vi, conforme deslisava meus dedos pelos seus. Percebi então, que não havia tocado nela desde o começo da conversa, se tivesse me lembraria. Com toda a certeza. Seus dedos eram finos e gelados, uma mão graciosa e macia. Quando nossas peles entraram em contato, senti milhares de correntes elétricas se aventurarem pelo meu corpo, um frio na barriga aleatório.
— Obrigada.
Consegui dizer sem que a voz falhasse. Um belo de um avanço. Ela deslisou a mão para longe da minha, e foi como se todo o aperto e o calor do mundo tivesse se dissolvido ao meu redor. De alguma forma isso quebrou o gelo, e em menos de dez minutos já havíamos falado sobre mil assuntos. De alguma forma evitando dizer sobre o motivo que havia nos levado ali. Eu sabia que ela só poderia ser alguém tão quebrado quanto eu mas... ela parecia tão viva. Sorria e exibia expressões claras com uma certeza estonteante, não teve medo de dizer o que pensava. Depois de uma hora de conversa, ela disse que precisava ir, e me peguei sentindo saudades.
Caminhei até a cama com os pés arrastados, mas a cabeça leve. Afundei no colchão duro da clínica e sorri. Talvez não fosse tão ruim dar uma chance para as pessoas afinal. Peguei o celular e desbloqueei, começando a ir no aplicativo de mensagens. Mas quando cliquei no contato da minha irmã, me lembrei de que ela provavelmente estava em ligação com Antoni. Eu não atrapalharia. Então abri a galeria, e comecei a passar as fotos, das mais recentes para as mais antigas.
Uma das primeiras era da última festa em que fui, uma que Margarett acabou fazendo novos amigos. A Clara. Era uma garota alegre e cheia de vida, assim como a outra amiga Rita. Passei mais algumas fotos, e encontrei uma da própria garota. Minha irmã havia mandado pra mim em uma das vezes em que voltaram de faculdade pra casa juntas, só pra me dizer que estava bem. Encarei o rosto alegre de Margarett, e não pude suportar o fato de ter tirado isso dela. Fechei os olhos com força e larguei o celular de lado, tentando não pensar na forma como eu havia apagado aquele sorriso dela. As memórias voltaram. O acidente, o desespero em seu olhar, e depois... aquele mesmo desespero quando ela caiu de costas no chão um pouco mais cedo. Acho que posso ter empurrado ela, estava tão nervoso que mal me lembro. Só sei que estava gritando e então... ela estava no chão. Com aquele olhar no rosto, o mesmo que ela tinha quando descobriu que o bebê da nossa mãe havia morrido.
A culpa era enorme, mas eu sabia que não podia mudar. Margarett era boa demais pra mim, pra todos. E por isso ela sempre era a escolhida, por isso tinha prioridade para todos. E quem poderia culpá-los? Bem, olhe pra ela! Eu estava com raiva porque sabia que merecia ser a segunda opção. Eu que sempre quis proteger minha irmã, acabei fazendo com que ela se machucasse muito mais. E no fim, foi Antoni quem realmente sempre cuidou dela. E apesar de tudo, apesar da minha ignorância e do meu surto, ele estava ali comigo.
Afundei a cabeça no travesseiro já encharcado com a tomada de uma decisão. Pelo bem de Margarett, já estava na hora de eu ficar longe dela. Mesmo que ela passasse a me odiar por isso.

Bình Luận Sách (2154)

  • avatar
    MesiasManoel

    otimo

    3d

      0
  • avatar
    Marcella Rocha

    top

    3d

      0
  • avatar
    ResenoKaue

    muito bom

    8d

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