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Garoto em vidros

Garoto em vidros

Danikatrin


Chương 1 .

A primeira vez em que o meu mundo ruiu, eu tinha dois anos de idade. Não me lembro muito vividamente, existem apenas flashbacks de memórias picadas e imagens. Mas existe um vídeo. Quando eu descobri que teria uma irmã mais nova. Me joguei no chão e literalmente chorei de desespero. Margarett nasceu um tempo depois, e daí foi quando meu mundo realmente ruiu de verdade. Eu era novo demais para me lembrar dos detalhes, mas sei que foi a partir desse ponto que tudo mudou completamente. Sempre tive três melhores amigos, Antoni, Daniel e Pedro. Eles eram tudo o que eu tinha, tudo de fixo na minha vida, coisa que também mudou depois que Margarett se incluiu entre nós. De repente ela estava em todos os lugares, nos aniversários, nos passeios, e até em programas que eram "masculinos" demais pra ela. Ela sempre estava lá.
Olhei pela janela durante todo o percurso, feliz pelo garoto ao meu lado não me dizer uma palavra. Antoni, o compreensivo não havia me julgado ou culpado nem por um segundo depois que o arranquei da minha irmã. Não queria pensar muito no assunto, já que meu foco era outro. Então até que o táxi nos levasse à porta da clínica onde ficaríamos, eu não disse nem uma palavra sequer. Uma mulher nos recebeu. Ela tinha grandes olhos castanhos e um cabelo grisalho, e nos mostrou todo o lugar.
Se tratava de um prédio bonito, com quartos divididos em duas partes: pacientes e acompanhantes. Os quartos eram separado dessa forma, e por isso eu não dormiria tão perto do meu amigo. Eram três andares repletos de quartos, um andar contendo apenas o refeitório, E o térreo, onde haviam salas de reabilitação para todo o tipo de problemas, e um pátio grande. Ao passear pelo local com minhas malas nas mãos, já percebi que haviam pessoas de diferentes idades. Homens e mulheres, todos irritantemente felizes e sorridentes. Será que eu ficaria assim? Preferia dar meia volta e encarar um grupo de amigos enfurecido por eu ter magoado a pobre Margarett. Que besteira.
— Vou deixar as coisas no meu quarto. Você vai ter uma consulta mais tarde certo?
Precisei de um momento para tirar os olhos das pessoas embobecidas para encarar Antoni de volta. Não haviam nenhum olhar de raiva ou julgamento em seu rosto, o que me acalmava muito.
— Certo. Nos encontramos depois então.
E foi isso. Nenhuma palavra sobre Margarett ou sobre a grande besteira que eu havia feito, apenas o necessário. Como o miserável egoísta que sou, puxei minhas malas e deixei que o assunto permanecesse não dito entre nós. Segui até meu quarto, e comecei a desfazer as malas.
Havia apenas um pequeno guarda-roupa encostado em uma parte do quarto, onde mal cabiam minhas roupas direito. Margarett jamais sobreviveria em um lugar assim, pensei antes de tentar sufocar qualquer tipo de pensamento em relação a minha irmã. Me concentrei em dobrar cada peça de roupa de forma que coubesse no espaço pequeno, e então passei para os itens de banheiro e outras coisas. O banheiro era pequeno, com um chuveiro e um vaso sanitário simples, a pia ficava do lado de fora. Me joguei no colchão duro de solteiro, sentindo amargamente a falta da minha cama enorme e confortável. Encarei as paredes brancas do quarto, parecia um hospício. Por que minha mãe havia me mandado ali afinal? Eu sabia que precisava de tratamento, mas não seria mais adequado ficar em casa? Ela nem sequer havia me visto desde que soube que eu tinha a doença. Será que ela ao menos sabia pra onde havia me mandado?
Com esses e outros pensamentos perfurando minha mente, me levantei da cama e fui até o banheiro, para tirar pelo menos um pouco do cheiro de viagem do corpo. Oito minutos foi o suficiente para que eu saísse quase renovado, balançando o cabelo como um péssimo hábito para tirar um pouco de água da raiz. Eu já estava me inclinando para dentro do pequeno guarda-roupa quando escutei uma voz. Céus... essa era a voz mais linda que eu já havia escutado na vida.
Por algum motivo, meu coração se acelerou, e minhas mãos começaram a suar. Engoli em seco tentando organizar os pensamentos enquanto escutava aquele canto, sem letras ou notas, apenas aquela voz. Doce e alta, como se o cheiro de rosas delicadas pudesse ser transferido por meio dela. Era perfeito. Quase embriagado pela voz misteriosa, amarrei a toalha molhada na cintura e corri para a única janela do quarto, de onde a voz vinha, que dava visão para o pátio espaçado. Com impulso o suficiente para quase me jogar de lá, me segurei no parapeito e corri os olhos por todo o lugar, desesperado, como se o mundo pudesse acabar se eu não encontrasse a dona daquela voz. Mas a voz cessou, e haviam tantas garotas lá embaixo que era difícil de contar, ou adivinhar qual delas era a garota certa.
Senti meu coração diminuir o ritmo das batidas, e voltei para a frente do guarda-roupa. Sem vontade alguma de fazer qualquer coisa, peguei as primeiras peças de roupa que vi, e enfiei meus braços e pernas, um tênis no pé e uma olhada para o relógio de pulso antes de disparar pelo corredor. Eu estava atrasado.
Obedecendo concelhos anteriores, consegui me orientar no caminho até a sala onde deveria ir, e abri a porta. No mínimo quinze cabeças giraram em minha direção no momento em que entrei, um misto de curiosidade e desprezo em seus rostos. Ignorei cada um dos rostos, e me sentei na primeira carteira que encontrei vazia, bem no meio da sala. Nenhum dos olhos se retirou de mim enquanto o homem na frente de todos não voltava a falar, e aquilo me irritava muito. O homem me lançou um cumprimento de cortesia, e então voltou a falar o que quer que estivesse falando antes da minha chegada ter interrompido.
No fim, se tratava de um pequeno grande discurso sobre como doenças físicas são capazes de causar outras doenças se não forem cuidadas, como depressão e transtornos de personalidade. Durante toda a palestra lembrei da minha irmã, e de como ela poderia gostar de algo como aquilo. Mas então caminhei até o quarto de Antoni, e tudo desapareceu. Porque as palavras dele surgiram, por trás da porta.
— Quer dormir em ligação? Você pode abraçar o travesseiro e fazer de conta que sou eu.
Recolhi a mão que havia estendido com o objetivo de bater na porta. E me retirei antes que a frase seguinte perfurasse meu coração.
— Vinte dias Margarett, conte os dias.
Não sabia para onde meus passos me guiariam, apenas fechei os olhos e os segui. Porque eu sabia que o ódio em mim era errado, sabia que não podia sentir tanta raiva só porque minha irmã resolveu amar. Então enterrei toda a reação que eu normalmente tinha dentro de mim, e quando dei por mim estava no pátio. Com um linda garota ao meu lado.
— Olá.

Bình Luận Sách (2154)

  • avatar
    MesiasManoel

    otimo

    3d

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    Marcella Rocha

    top

    3d

      0
  • avatar
    ResenoKaue

    muito bom

    8d

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