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Chương 5 .

Se eu não estivesse completamente paralisada pelo choque, teria dado belas gargalhadas pelas reações ao meu redor. Mas estava. Eu havia socado meu próprio pai, bem no rosto. E como se resolvesse dar um empurrãozinho para que eu me mexesse, o bebê começou a chorar. Dei um pulo na direção do pequeno corpo choroso, ansiosa para desviar a atenção para qualquer outra coisa que não fosse o rosto atônito de meu pai. Mas assim que encaixei o bico da pequena mamadeira na boca do bebê, resolvendo o problema, toda a antemão se voltou para mim. Os olhos e os julgamentos, era demais pra mim. Por sorte, Theliel interrompeu tudo, com o estilo que costumava ter.
— Sua vez de explicar.
Eu estava adorando aquele novo Theliel. Aquele forte e respeitável inteligente homem. Meu pai suspirou e se sentou em uma cama, passando as mãos pelo cabelo.
— Eu soube quem eu era assim que nasci. Soube o que precisava fazer. Eu era amigo do pai de vocês. — ele disse apontando para Metatorn, Azazel e Theliel. Os irmãos se entreolharam, mas ele prosseguiu— Desde os seis anos sabia quem era e o que precisava fazer, meu pai havia marcado a data do meu sacrifício, eu só precisava esperar. Seria aos meus vinte e um anos, quando eu fosse mais velho, e o sacrifício mais concentrado. Mas... meu pai morreu em um acidente antes, morreu sem de fato autorizar meu sacrifício. Então tornei minha missão uma regra. Eu precisava fazer o sacrifício, nem que fosse por meio dos meus filhos. O pai de vocês não quis participar do meu plano, não ofereceu seus futuros descentes como o seu.— meu pai apontou para Metatorn, mas o anjo não olhava para ele— Me certifiquei de que Augustus assinasse um documento autorizando seu sacrifício, para não cometer o mesmo erro duas vezes.
Metatorn parecia petrificado. Seus olhos já não brilhavam como em instantes atrás, estavam opacos e sem vida. Algo em mim se escureceu também, quando tentei me colocar em seu lugar. Metatorn, o garoto que eu via como vaidoso e fútil, que meses atrás eu odiava. Agora olhava para baixo, e eu sentia que precisava fazer algo. Agora eu o amava tanto, que doía vê-lo daquela forma. Agora eu o amava tanto, que sentia raiva de todos aqueles que haviam feito ele sofrer. Ele ergueu os olhos, e os fixou em mim.
— Sophia.— Ele murmurou. — Me promete uma coisa?
Assenti com pressa, com medo de que a resposta pudesse influenciar na forma como seus olhos brilhariam dali pra frente.
— Cuida da minha mãe pra mim... quando eu...
— Não.
Um bolo se formou em minha garganta, fazendo com que minha voz soasse grave e incerta. Andei para mais perto dele, atravessando o cômodo em três passos rápidos e com pressa.
— Não diga isso, eu te proíbo.
Ele sorriu. Apenas aquele maldito levantar de lábios, como se nada importasse. Aquele simples movimento me partiu ao meio. Porque não pude deixar de imaginar como seria nunca mais ver aquele sorriso. Nunca mais olhar naqueles olhos, saber que eles nunca brilhariam novamente. Eu não suportaria um mundo assim.
— Alguém precisa morrer Sophi.
Ele sussurrava agora. Seu rosto adotou uma expressão pacífica, como se sufocasse o desespero o suficiente para que eu não o visse. Eu poderia tê-lo chacoalhado se não fosse pelo pequeno bebê em meus braços.
— Mas não você.
Consegui dizer por cima das lágrimas que já escorriam, aquela inconveniente mania de chorar em momentos errados. Seus olhos tristes se abaixaram para o bebê. Uma lágrima se formou no canto de um de seus olhos, denunciando a dor ali.
— Não vou deixar esse bebê pagar, quando meu sacrifício pode ser mais eficiente.
Eu senti o baque. Tentei não olhar para o bebê, mas acabei cedendo. E foi meu pior erro. Como poderia escolher um dos dois para salvar? Aquele rosto calmo e inocente, como seria justo que pagasse? Theliel pigarreou para avisar que se aproximava, e com cuidado pegou o bebê do meu colo. Balançando de leve os braços para mantê-lo dormindo, disse:
— Seja lá o que formos fazer, precisamos arranjar um lugar logo. Sambemos que estão atrás de nós, é uma questão de tempo até nos pegarem.
Cassiade também se aproximou, com as mãos plantadas no quadril, e a sobriedade voltando ao rosto. Meu irmão ainda encarava o pai ao lado de Gandallia.
— Acha que podemos confiar nele? Depois das mentiras.
Metatorn deu de ombros.
— E que outra escolha temos? Ele é o único que sabe sobre as coisas, seguimos cegamente até agora.
Theliel parou de balançar a criança, como se algo tivesse feito sentido na frase de Metatorn. Ele pensou por alguns instantes, seu olhar se perdendo em nada além da parede. Mas eu sabia que sua mente estava muito além.
— Isso mesmo. — disse por fim.— Confiamos cegamente, mas não precisamos mais confiar cegamente. Temos o diário dele, e se não me engano o livro está na bolsa. Temos capacidade para entender as coisas e nos virar daqui para frente, podemos dar um jeito.
Olhei de relance para meu pai. Os ombros caídos e a cabeça baixa não me convenciam de que ele estava arrependido. Nada me convencia de que ele faria o mesmo novamente, se pudesse.
— E onde deixamos ele?
— No meio da floresta? Amarrado a um tronco?
Abbadon disse em um tom nada zombeteiro. Sua voz era puro ressentimento, mas ninguém naquele pequeno cômodo seria capaz de culpa-lo por isso. Cassiade encarou Theliel. E foi engraçado como as duas mentes brilhantes chegaram a uma conclusão sem nem trocar palavras. Eu havia subestimado muito Theliel.
— Podemos deixar ele em uma cidade qualquer no caminho.
Foi Theliel quem falou, mas Cassiade parecia ter pensado o mesmo. Aparentemente, todos haviam concordado. Mas um detalhe me fez perguntar:
— A caminho de onde?
Dessa vez foi Cassiade quem respondeu:
— Aadeiln. Vamos voltar para a cidade do sol.

Bình Luận Sách (996)

  • avatar
    Loko LokoJean Domingos

    ótimo

    3h

      0
  • avatar
    JogarEu

    essa história foi ótima

    4h

      0
  • avatar
    LagosEsmerana

    maravilhoso😍

    21h

      0
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