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Chương 3 .

Metade do meu dedo se tornou buracos naquele momento. Eu mordia as peles e as arrancava de nervosismo, incapaz de parar mesmo quando uma ardência insuportável tomava conta das feridas. Mas nada disso era pior do que os pensamentos que se formavam em minha mente, as ideias que meu cérebro produtivo formulavam para explicar a demora de Theliel. "Ele vai achar você" eu repetia para mim mesma. Mas tinha medo de que não fosse verdade.
— Aí Abbadon, olha o que eu sei fazer!
Cassiade estava cheio da cerveja quente que havíamos trazido, porque lembrar do perigo que sua prima passava era demais. Meu irmão o acompanhava, com as bochechas vermelhas observava o amigo tentando andar em linha reta enquanto carregava um copo cheio, tentando não derramar o líquido. Ele tropeçou e caiu de bunda no chão, arrancando risadas de todos nós. Rodadas barulhentas que Gandallia apenas observava revirando os olhos. E eu cada vez mais me impressionava, pelo fato de o bebê dormir como um anjo em uma das camas do canto.
— Façam silêncio. — Azazel pediu.
Meu pai escrevia algo em um caderno preto, concentrado demais para se dar conta da bagunça na pequena caixa de madeira em que estávamos. Não me lembrava de ser tão sufocante. Em busca de ar, saí para a minúscula varanda da "casa", em partes esperançosa para ver Theliel chegar no meio do mato.
— Oi.
Azazel se aproximou de mim, e encolhendo as asas se apoiou ao meu lado. Respirei fundo tentando deixar as chateações de lado, e tentei encara-lo.
— Oi.
Ele apertou as mãos uma na outra, seus lábios se tornaram uma linha fina de tensão.
— Me desculpa. Por ter agido daquela forma. Eu não tinha o direito.
— É. Não tinha. — Azazel pareceu surpreso. Mas não dei tempo para que falasse algo.— Eu esperei, Azazel, esperei que você me falasse o que sentia, esperei que ao menos fosse sincero comigo. Mas você não foi, e ainda por cima não me deixava em paz. Você realmente não tinha o direito.
Azazel olhou para baixo. Mas por algum motivo, sua expressão se transformou, de melancolia para alegria em segundos. Abri a boca para perguntar o motivo de tal mudança, mas antes que eu pudesse, escutei os passos se aproximando. Passos na escada de tábuas improvisada no tronco da árvore. E então, uma cabeça loira despontou para cima, com um sorriso largo no rosto. Meu coração explodiu, alívio tomou conta de mim. E assim que Theliel colocou os pés naquela madeira nada segura da caixa, eu corri até ele, e joguei os braços ao redor de seu pescoço. Os braços dele envolveram minha cintura e me giraram no ar, com a maior facilidade do mundo.
— Você nos achou mesmo...
Foram apenas algumas horas. Mas eu sentia como se tivesse passado uma vida longe dele. Aquilo não poderia se repetir em hipótese alguma. Theliel enterrou o rosto no meu cabelo, fungando tão forte que quase me esqueci do cheiro ruim que eu provavelmente estava emanando.
— Eu sempre vou achar você.
Por algum motivo, aquilo partiu meu coração. Ele planejava se separar de mim mais vezes? Eu esperava que não. Gandallia e Abbadon saíram pela porta, e uma parte de mim se desesperou com a quantidade de pessoas ali naquele pedacinho de madeira. Até porque as asas de Azazel ocupavam pelo menos metade do espaço. Então, mesmo relutante em deixar Theliel de lado mesmo que por um segundo, abri minhas asas e sobrevoei até o chão de terra coberto de folhas pouco abaixo de nós.
Comecei a andar pela floresta escurecida debaixo da noite, sem saber muito bem para onde ia. Ninguém pareceu notar minha fuga, estavam ocupados demais recebendo Theliel. Tive o cuidado de manter a caixa de madeira à vista, e os olhos atentos ao redor. Estávamos longe o suficiente para não sermos ouvidos, mas nesse mundo nunca se sabe quando tudo está prestes a desabar. Por algum motivo estranho, isso me lembro minha irmã. Saí de casa naquele dia normal, com nada mais que o pensamento rotineiro na cabeça. Acho que pensava sobre um assunto que havia discutido com Ariel. Até hoje, me pergunto como ela soube onde nos encontrar, se saímos quando ela não estava em casa... e ela não sabia chegar no lago sozinha.
— Olá pluminha.
Dei um pulo quando Gandallia murmurou o apelido que Azazel havia dado pra mim, não sei se pela forma como sua voz soou, ou pelo susto mesmo. Respirei fundo para me recompor, e fiz de conta que nada me afetaria, não estava com paciência para ela no momento.
— O que quer?
— Dizer algumas coisas.
Ela não parecia abalada. Pelo contrário, parecia muito animada. A garota se apoiou de costas para uma árvore e cruzou os braços, adotando uma expressão séria em segundos.
— No começo, quando vi você com os garotos eu... achei que tinha algo errado. Não sei explicar, só senti que precisava te tirar de perto deles. Você sorria pro Azazel e as vezes pro Metatorn, e... era como se tivesse algo muito errado ali. Nunca foi por mal.
Gandallia ergueu os imensos olhos castanhos na minha direção. E a sinceridade neles era tanta, que quase me esqueci de toda a raiva que sentia dela.
— Quando vi você com Theliel, naquela vez em que você se esticou pra tocar a tatuagem dele, eu soube. Soube que era pra ser assim, que vocês dois precisavam ficar juntos. A forma como você se inclinava pra ele inconscientemente, como ele sorria te olhando sem que você percebesse... ficou muito claro que eu me incomodava quando você estava com Zzazel e Metatorn, porque era com ele que você devia ficar. Desculpa ter demonstrado daquela forma, mas nem eu sabia direito o que estava acontecendo.
Meu queixo caiu. Gandallia querendo me proteger? De certa forma fazia sentido. E uma parte de mim queria acreditar, uma parte realmente acreditava. Essa parte fez meus lábios se repuxarem em um sorriso.
— Obrigada.
Voltamos para a pequena base em passos lentos, fazendo algo que nunca pensei que faríamos juntas... sorrindo. Quando terminamos de subir as escadas eu escancarei a porta, e meu estômago deu um pulo com o que vi. Estavam todos os garotos e meu pai, sentados no chão em um semicírculo, encarando veentemente a porta. Theliel ofereceu o lugar ao seu lado, e Cassiade chamou Gandallia para se sentar entre ele e Metatorn. Quando já estávamos no chão com ele, Theliel disse:
— Sophia, precisa saber de algo. Seu pai nos deve algumas explicações...

Bình Luận Sách (996)

  • avatar
    Loko LokoJean Domingos

    ótimo

    3h

      0
  • avatar
    JogarEu

    essa história foi ótima

    4h

      0
  • avatar
    LagosEsmerana

    maravilhoso😍

    21h

      0
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