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Chương 4 Sentimentos

Eu definitivamente amo os vestidos e acessórios que eu e minha mãe somos "obrigadas" a usar todas as vezes em que vamos para o edifício real. Isso ocorre quase sempre, mas a cada dez anos, quando novos governantes são sugeridos para o trono, meus pais e meu avô ajudam com aulas de regência para os candidatos. São dois meses de aulas sobre como dirigir o país, como tratar os súditos e manter o orçamento em ordem. Isso só aconteceu uma vez desde que meus pais renunciaram o direito do trono, quando meu avô escolheu Amstryn para governar. Então dez anos se passaram e aqui estamos nós, vestidos como a realeza, sentados em fileira desde o mais poderoso até... bom até mim. Os candidatos esperam de pé enfileirados, os olhos cravados no chão, chifres e orelhas baixas em sinal de respeito. Observo cada um dos Mitchas ali, me perguntando quando humanos se candidatariam também.
Meu primo se remexe em seu lugar ao meu lado, onde ele permanece de pé como o resto da família, seus pais e os amigos dos meus pais. O antigo governador e melhor amigo do meu pai se senta ao lado direito do rei, e assim a linha de importantes se estende por sua esquerda. Os candidatos são apresentados um a um, alguns Mitchas mais velhos, outros menos novos, mas nenhum realmente jovem. A maioria não tem menos que oitenta anos, em um corpo de vinte, claro. Essa certeza se acaba quando o quarto candidato dá um passo a frente de acordo com sua vez, os cachos escuros de sua cabeça se balançando a cada movimento. Depois de uma mesura, ele fixa seus intensos olhos prateados em Amstryn, para as formalidades.
— Meu nome é Lyrium, venho da parte norte da capital, tenho vinte e oito anos, e gostaria de participar das aulas.
Alguns murmúrios e risinhos ecoam por todo o salão de festas, de todos os Mitchas e humanos que ali assistiam. Mas o Mictha não demonstra vergonha ou receio, ele mantém seus olhos em Amstryn esperando o veredito.
— Aprovado.
O Mitcha assente e segue até onde os aprovados se reúnem, já descontraídos conversando. Ele se aproxima mas permanece calado, a expressão indecifrável , até olhar pra mim. Subitamente me dou conta de qua estive acompanhando cada passo seu desde que entrou no salão, o que me rende bochechas coradas. Desvio meu olhar até Temrys, do outro lado do salão, que está sendo abordado por uma loura alta e bonita. Meu olhar cai ao chão por um tempo, meu rosto mascarando o máximo possível as expressões. Mais alguns candidatos de aproximam e se vão, alguns rejeitados por histórico suspeito ou ficha criminal.
Me recosto contra o encosto da poltrona tentada a olhar para o garoto mais uma vez, então não me seguro. Meu olhar se desvia pra ele involuntariamente, me fazendo perceber alguns detalhes novos que ainda não havia percebido. Sua pele é bronzeada, dourada e morena. Seus braços são torneados abaixo da camisa, fica evidente pelos movimentos em que o tecido se aperta em seu corpo. Ele é alto, não tão alto quanto Temrys ou meu pai, mas alto o suficiente, talvez do tamanho de Teodoro. Seu olhar novamente se desvia a mim, mas dessa vez continuo a encarar. Seus olhos se estreitam levemente, o canto da boca se ergue quase imperceptível. Ergo uma sobrancelha em desafio, tentada a continuar com aquilo até aonde ele aguentasse. Eu sempre gostei de encarar as pessoas até deixá-las desconfortáveis, era uma espécie de Hobbie pra mim, e muito mais divertido quando praticado com Temrys ou Teodoro.
O Mitcha não desvia o olhar, ele continua me encarando com a maior tranquilidade do mundo. Seus chifres são negros, como a maioria dos Mitchas ali reunidos e no mundo em geral, já que chifres vermelhos como os do meu pai são raros. Amstryn continua autorizando ou não os candidatos, por alguns minutos sem que eu tire meus olhos de Lyrium. Ele beberica o vinho, levanta a taça até os lábios, e mesmo nesse movimento seus olhos permanecem em mim. De repente me sinto animada, é divertido encarar alguém que não me odeie ou tenha medo de mim pra variar. Só percebo que os candidatos acabaram quando meus familiares se levantam ao meu lado, dando início ao jantar que já circula pelo salão. Me levanto do trono também, mas sem tirar os olhos do meu alvo. Desliso pelas escadas abaixo, descendo da parte onde ficam os tronos para andar até o Mitcha. Pessoas cruzam caminhando entre nós, mas eu não me importo. Não vejo nem ouço nada além dele, rapaz intrigante. Quando já estou a menos de três metros do meu objetivo, Temrys surge em minha frente, segura meu pulso e me vira em sua direção.
— O que pensa que está fazendo?
Puxo meu pulso de seu aperto, mas ele não cede. Pelo contrário, intensifica o aperto e me puxa na direção oposta do Mitcha, me arrastando pelo salão até uma das mesas de comida.
— O que você pensa que está fazendo?
Ele finalmente me solta quando outra garota bonita passa por nós o cumprimentando, então aproveito a deixa para me afastar. Mas ele é enorme, e só precisa de dois passos para me alcançar depois dos oito que dei.
— Não pode demonstrar interesse por um candidato, é contra as regras! Precisa ser imparcial.
Franzindo as sobrancelhas, finalmente paro de andar para encara-lo. Por uma fração de segundo pensei ter visto em seu rosto uma pequena grama de ciúmes, e talvez uma parte de mim tenha ficado levemente feliz com isso. Mas como sempre... Temrys estava falando de política, claro. Mas o que eu esperava? Sou a filha de sua melhor amiga, ele provavelmente me vê como um bebê. Sempre vou ser uma criança em sua mente, ainda mais com tantas garotas bem... "desenvolvidas" se jogando aos pés dele o tempo todo.
— Não tenho interesse político nele.
Temrys levanta as sobrancelhas em tom de deboche, um sorriso igualmente sínico no pacote. Irritada, pouso as mãos sobre a cintura esperando a provocação.
— E que tipo de interesse você teria nele princesa?
Dou-lhe um empurrão, que o desequilibra só um pouco, mais pelas risadas que ele solta do que pelo empurrão em si. Já irritada, toco a joia Safira na tiara em minha cabeça, sentindo o poder do meu pai reverberando em meus ossos, a paciência dele.
— Não é da sua conta.
Deixo Temrys com suas gargalhadas e me direciono novamente até onde queria da primeira vez, a saia enorme do vestido rosa farfalhando ao meu redor. E com os dentes cerrados, decido que enfiarei qualquer coisa que pudesse sentir por Temrys no mais profundo buraco em meu coração.

Bình Luận Sách (1961)

  • avatar
    CavalcanteLeandro

    muito bom!

    5d

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  • avatar
    DouglasJanderson

    😍🥰

    10d

      0
  • avatar
    StarkJoao

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    14d

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