Me referi a este local como uma cabana no meio do nada, e é realmente, porém, posso dizer que é uma cabana com estilo.
O prédio tem dois andares, e somente os quartos são feitos com madeira, todo restante do local é feito de pedras. Apesar de antigo, mostrou-se bem cuidado, ao menos nos cômodos que a gente estava utilizando — que se limitava, para mim, ao "meu" quarto, a cozinha e a despensa.
Não sei dizer se Alexia esteve cuidando antes mesmo de eu aparecer, ou, logo depois que vim para cá. Porém, pelo que entendi, uma de suas tarefas dada pelo velho Arx foi de manter o lugar em ordem.
Seria ela um tipo de empregada?
Além de vários quartos, muitos sem nada de importante, o prédio possui uma área no primeiro andar que lembrava um refeitório. Também há uma cozinha e um depósito.
Falando nisso, Alexia gosta de cozinhar e posso dizer que nunca comi algo tão bom em toda vida. Isso inclui todas as vidas que tive, literalmente.
Pelo que eu entendi, durante meus dias em coma, foi preparado uma pequena horta com uso de magia, e através dela uma das salas foi totalmente congelada e está repleta de carne e coisas que naturalmente seriam perecíveis.
O que me surpreendeu foi o fato de ter comida suficiente para um exército inteiro... sendo que, estamos só nós dois aqui.
De qualquer forma, fora do prédio, temos um pátio com áreas e alvos para treino de arco-e-flecha, bonecos de madeira — já destruídos — para o combate com espadas e uma área de estábulo, apesar de estar tão deserta quanto o próprio prédio.
Do lado de fora o abandono é mais visível, as paredes possuem rachaduras e as vigas estão caídas quase uma sobre as outras.
Atrás do prédio há um pequeno bosque que dá acesso à muralha que posso ver do quarto onde estou. Daqui de baixo não é possível ver o abismo, porém, isso não diminui a ideia de que tudo isso pode cair e ser engolido pelo Nada e o Vazio.
Na manhã do terceiro dia eu conversei rapidamente com o velho Arx que logo cedo já estava quase partindo. Aquela conversa foi rápida e sem muitos detalhes. Não pude fazê-lo explicar muito mais sobre este mundo como eu gostaria, assim como minha situação anterior.
Mesmo assim, descobri que estávamos em 3020, cerca de seis anos antes do início do RPG.
Claro que isso não me ajudava em nada, pois não me lembro de ter criado situações anteriores ao início ou algum tipo de lembrança e nota para os jogadores durante esse período. No entanto, o fato de "eu" ter lutado contra Ktnulsk já deixava claro a diferença entre "meu" cenário e esse mundo.
O Velho Arx tinha saído junto com o único cavalo do prédio e daquele momento em diante, tanto eu quanto Alexia ficamos sozinhos... nesse prédio abandonado sob as montanhas de Sonnen.
Ela olhava para mim com um tanto de vergonha, afinal, antes de partir, o velho tinha dito "Cuide bem dele para mim Alexia. Você já fez antes, agora não seria diferente". Bem, isso foi um tanto vergonhoso até para mim que escutei, imagine para Alexia que estava ao meu lado. Claro que ela só confirmou com a cabeça e entrou no edifício rapidamente. Já eu, fiquei vislumbrando a manhã observando o pátio e as estruturas daquele lugar.
***
Durante alguns minutos fiquei sozinho até que Alexia voltou a sair para me encontrar.
Olhei para Alexia e dei uma risada meio sem jeito.
— O ve... Arx disse que este prédio funcionava como um retiro para estudantes e por isso há uma biblioteca. É verdade? — me afastei um pouco, descendo as escadas, apenas para não ficar em cima dela.
— Sim, sim — ela falava apressado, mesmo assim olhou para porta logo atrás e voltou-se para mim — Fica no segundo andar, só que doutro lado. Eu dei uma olhada lá. Há bastante poeira, já faz tempo que todos aqueles livros não são lidos. Mesmo assim, estão em bom estado.
— Eu agradeço que tenha me mostrado o edifício, mas, poderia me levar até lá depois?
— Tem interesse em livros, Wynan? — ela perguntou um bocado surpresa.
— Ora, por que não teria? E, de qualquer maneira, se eu ler alguns deles poderei me situar melhor onde e 'quando' estou aqui...
— "Quando"? Bem, estamos em algum lugar próximo aos arredores de Sonnen...
— Ah, não estou me referindo a isso...
— Não?
— Também, mas, não é o principal motivo.
— Eu não cheguei a ver os livros, mas, pela quantidade, deve ter livros sobre muitas coisas. Talvez você possa encontrar o que procura — ela se animou ao falar sobre isso e juntou as mãos quase como se estivesse tão interessada neles quanto eu ou até mais.
De qualquer forma, tinha algo que não me saía da mente. Quem era o tal velho Arx... e quem era Alexia?
— Alexia? — perguntei.
— Sim?
— Posso perguntar uma coisa... pessoal?
— P—pessoal? — ela ficou na defensiva.
— Err, qual sua relação com o velh... o Senhor Arx? — eu tinha que perguntar, de qualquer forma, pois toda aquela conversa de ontem não pareceu tão verdadeira assim.
Ainda mais o modo que ele me observava e Alexia e o fato dele ter escondido sua "habilidade única" até agora. Isso foi muito oportuno para mim.
— Entendo. Pois bem...
— Olhe, como eu disse antes, se não quiser falar, não se preocupa — tive que interromper para não parecer um intruso ou inimigo.
— Não. Tudo bem. Como eu disse, o Mestre Arx é meu dono — como ela ainda estava no degrau de cima, desceu alguns e sentou-se. Eu fiz o mesmo, mas, sentando-se um pouco afastado dela alguns degraus abaixo.
— Escravos não são proibidos em Arkana? — eu já sabia a resposta, mas, escutá-la de alguém que não fosse "eu" seria mais verdadeiro, eu acho.
— Sim, oficialmente sim. mas, ainda continua a existir um mercado ilegal onde se pode comprar e vender escravos. Claro, tudo nas sombras...
— ... — fiquei em silêncio, aguardando-a continuar, mas, ao ver que ela parecia estar revisando memórias passadas que não lhe agradavam, tentei interromper novamente — Mas, agora está tudo bem, não?
— Ah, sim — ela afirmou com a cabeça — Desde aquele dia, o Senhor Arx me levou para a Academia de Arkana como uma aprendiz. Tudo que eu sei foi ele que me ensinou. Então sou grata a ele. Se não fosse sua coragem ao comprar-me naquele leilão, provavelmente eu estaria...
— Obrigado Alexia, mais do que suficiente — acredito que ela percebeu que apesar da informação estar sendo útil para mim, essa conversa só deixaria a situação um tanto estranha para nós dois.
Então ela afirmou com a cabeça e sorriu.
E ficamos um tempo em pausa até ela perguntar:
— E você? Tem alguém que te ajudou?
— Eu? Ah, bem. No meu mun... reino, eu morava sozinho. Apesar disso, não tinha muito o que reclamar. Mas... deixa o passado para o passado, não é mesmo? — eu não poderia arriscar deixá-la tão apreensiva quanto o velho ao querer saber do meu mundo, o mundo real. Então, levantei-me depois daquilo e olhei para o horizonte.
— É lindo, não é? — ela comentou, antes mesmo de eu fazer qualquer coisa.
— Sim. Não me lembro de ter visto uma paisagem assim faz tempo.
— Sonnen é uma região muito bonita. Suas montanhas e florestas são encantadoras. Antes pelos quadros eu já achava lindo, mas, pessoalmente é bem mais bonito.
— Você já foi para outros lugares Alexia?
— Viajei muito com o Mestre Arx, para diversos locais. Porém, eu não saía muito dos lugares onde ficávamos hospedados.
— Entendo — era fácil para mim entender o significado de "não sair muito". Ainda mais quando as horas se passavam apenas utilizando o PANS para jogar.
PANS, Portal de Acesso Neural ao Servidor. Apesar de ser esteticamente horrível, aquilo era capaz de inserir nossas mentes nos mais diversos campos virtuais, incluindo salas de bate papo e os famosos jogos de realidade virtual.
Meus pais trabalharam como cientistas e ajudaram na criação do sistema de imersão atualmente conhecido como PANS. Por causa disso, suas agendas estavam lotadas de compromissos e eventos. E devido ao acidente com seu avião durante uma dessas viagens, eles foram dados como mortos apesar de que os restos do próprio avião nunca foram encontrados.
De qualquer forma... Viajei para diferentes lugares apenas usando o PANS, portanto, essa sensação era de certa forma única para mim. Afinal, daquelas outras vezes não passavam de ilusões criadas pela realidade virtual.
Eu nunca me afastei muito do meu apartamento que ficava localizado em um bairro no centro urbano e o máximo que podia ver era outros prédios para qualquer janela que fosse olhar.
— Wynan.
— Diga.
— Você quer ver uma coisa bonita?
— Já não estou vendo? — que merda acabei de dizer?
Ainda mais olhando para ela daquele jeito que, ao perceber que estava de saia e que eu estava alguns degraus mais baixo, fechou a perna quase no mesmo instante — Espere, não é isso, não queria dizer isso...
— Que pervertido! — ela se encolheu no canto da escada — Por que você é assim?
— Não vi nada, juro.
Então ela abriu os olhos, um deles apenas, e me viu virando para outro lado em direção ao pátio sem nenhum jeito. Pude escutá-la sorrir e depois suas palavras:
— Bom, vou acreditar então.
— E o que seria essa coisa bonita? — falei sem olhar para ela para não me deixar ainda mais idiota.
— O pôr do sol. Desta montanha temos uma ótima vista e melhor ainda... — quando falou isso, virei-me e ela apontou para uma área no segundo andar do edifício — De lá fica ainda mais bonita.
— Sério? Então poderíamos ver hoje, que tal?
— Sim. Seria ótimo. Gostaria de compartilhar com alguém tal vista.
— Por volta das cinco horas? — e quando eu perguntei isso, ela ficou a ver navios.
— Cinco horas? — ela perguntou.
— Sim, cinco horas da tarde, para ver o pôr do sol?
— Ah, sim. Você quer dizer o porsolar [pôr-ço-lar].
— Pôr-do-Sol? Foi o que eu disse.
— Também, mas, porsolar é o nome — que nome mais idiota, eu não me lembro de ter falado isso nenhuma vez em jogo. E provavelmente se falei alguma vez, estaria maluco para dar um nome assim.
— E como vamos saber? Esperar até que comece?
— Não entendi. Acha que vai ser tedioso?
— Não é isso. Vocês não costumam ver as horas do dia?
— Sim. Nós temos quatro horas do dia, novasolar, solar, porsolar e mystara.
— Quê? Como assim? — alerta de nomes idiotas. Alerta! Pelo amor de deus, quem criou isso?
— Novasolar é quando o sol acorda de seu sono profundo, Solar é o nome do sol e de seu estado mais forte e poderoso, porsolar é quando ele repousa além do horizonte e mystara é o tempo que a lua toma conta dos céus.
— Ah. Acho que entendi agora — basicamente 6, 12, 17 e provavelmente das 18 às 5h da manhã.
Então olhei para meu pulso. Apesar de não ter muito sentido utilizar relógio de pulso quando se temos celulares e displays eletrônicos para tudo que é lado, eu costumava utilizar um.
Era um verdadeiro achado raro da internet naqueles dias. Um modelo clássico Mondaine em prata e couro legítimo. Agora não o tenho e sequer consigo saber as horas.
É fácil distinguir a hora quando conseguimos ver os astros em suas fases específicas, mas, e antes ou depois? Resumir tudo em quatro horas seria radical demais, não acha?
— Neste caso eu vou te chamar, ok?
— Tudo bem. Alexia, tenho outra pergunta, só que tem a ver comigo agora. Se me puder responder, seria muito útil — outra coisa que me está coçando a cabeça é o fato dessa minha "aura" que o velho Arx disse... Ela continuou viva mesmo em coma? Afinal, se eu estava morto, já seria algo para descartar assim que fui encontrado. Se não, saber da habilidade da Alexia e como e onde eu estava "morto", só me faz querer saber mais sobre tudo isso.
— Hmm?
— Você precisou ficar ao meu lado durante meu período de coma?
— Sim — ela disse com convicção, mas, logo depois, ao lembrar de alguma coisa, olhou para o outro lado toda vermelha.
— Mas, você sabia sobre sua habilidade antes disso?
— Não. Mestre Arx me disse para cuid... cuidar do seu corpo.
— É? Cuidar, como assim?
— Não me faça dizer estas coisas! O que você espera que eu faça? Ele me disse que você... era especial. E, além disso, eu conseguia ver sua aura, então... eu não... fiquei contra a ideia de fazer isso.
— Sério? Consegue ver minha aura? — até aquele momento estávamos falando apenas de poder na sua forma bruta, ou quando ele já estaria liberado, porém, era a primeira vez que eu escutava algo sobre aura vindo da própria Alexia.
— Sim. É uma energia diferente de qualquer outra que eu tenha aprendido. Então, posso dizer que também fiquei um pouco curiosa pelo tamanho da... da sua aura mesmo naquele estado.
— ... — espera aí, ela disse que teve que cuidar do meu corpo... e o velho disse que eu estava nu... Então... — Opa, espera aí. Como assim cuidar do meu corpo? Agora fiquei interessado.
— Não vou falar mais nada sobre isso. Se é isso que está querendo saber, fim de papo.
— Opa... não, tudo bem, esquece. Idiotice minha. Mas, vem cá Alexia, você é algum tipo de maga? — perguntei olhando para ela, tentando analisar algo que mostrasse que isso era ou não possível.
— Não. Na verdade, eu não consigo utilizar magia, mas consigo senti-la e vê-la também com facilidade, mais que qualquer outra. É o que o Mestre Arx diz — quando ela disse aquilo, olhei para seu rosto.
Ele era formoso e bonito, mas, também era diferente. Quero dizer, aqueles olhos eram incomuns e sempre me deixavam intrigados.
— Seus olhos permitem ver a magia? Por isso são dessa cor, diferentes?
— Pode se dizer que sim. Porém, se este é o caso, você também deveria, não?
— Para falar a verdade, quando você me entregou aquele sino, eu vi algo diferente nele, mas, até então eu só ignorei. Um tipo de aura, realmente... Acho que era isso.
— Interessante, é muito raro perceber estas coisas. E você é algum mago?
— Não. Eu acho — meu estômago roncou como se o mundo fosse acabar. Ela olhou para mim dando uma risada.
— Ficamos falando a manhã toda e sequer tomamos ou comemos algo. Está com fome?
— Só um pouco...
— Um pouco? — ela sorriu e levantou-se. Foi caminhando até a porta da entrada e olhou novamente para mim.
— Se você puder ajudar esse pobre coitado esfomeado — tentei fazer uma cena, apenas para continuar vendo a sorrir.
— Sim, não se preocupe. Também estou com fome, então vou preparar algo para nós.
E depois de um momento na cozinha ela trouxe uma refeição para nós dois.
Conversamos sobre outras coisas até que o tempo passou.
***
E estava um tempo depois do "Solar" ou algo como 2h da tarde.
Esse era o meu terceiro dia nesse mundo e não tinha feito muito além de comer, dormir e conversar. Ainda assim, meu corpo parecia cada vez melhor do que antes. E não pude negar que meu corpo estava bem mais evoluído, maior e mais forte.
Das poucas coisas que fiz, todas elas se mostraram surpreendentes.
Eu tinha um reflexo absurdo.
Meus olhos também me revelavam pequenos detalhes que facilmente eu deixaria despercebido e conseguia escutar inúmeros ruídos de diferentes lugares como se minha audição tivesse além do normal.
Quando Alexia foi para cozinha, eu olhei para mesa e a levantei como se não fosse nada, talvez apenas como um pedaço de papel.
Eu tinha literalmente me tornado um super-homem?
Engraçado foi a cena a seguir:
Enquanto eu olhava para meus feitos e analisava cada um deles, dei-me conta como eu era musculoso.
Fiquei observando meus bíceps totalmente definidos e os movimentei como alguém que faz academia nos primeiros dias, quando ficamos surpresos pelo inchaço pós-treino.
Alexia provavelmente ficou olhando além do arco que dava acesso a cozinha e foi na sua pequena risadinha que eu notei sua presença.
— Alexia! Err... — então parei de fazer qualquer coisa que estivesse fazendo — E aí, como vai? — e coloquei o cotovelo sob a mesa olhando para o lado e tentando assobiar, algo que sou péssimo, até mesmo aqui.
Porra Destino, ao menos me dava a habilidade de assoviar.
— Estou bem, e você? Ainda preocupado com seu corpo?
— Não, por que diz isso?
— Vai dizer que você não estava se divertindo fazendo sei lá o que aí? — ela me olhou com um olhar de reprovação.
— Que? Isso? Ah bem... — então voltei ao normal e olhei para minhas mãos e braços, esticando-os e depois olhei para ela.
— Sim. Sim, você está "perfeito" — ela disse como se não quisesse encher meu ego, mas, obviamente, falhou.
— Eu sei.
— Sério?
— Sim! Isso é irado. Além disso, estou superforte também. Veja isso — e segurei a mesa e a ergui um tanto do chão apenas com uma mão — Não é demais?
— Claro que é, você... bem, é um feito incrível. Mas, para quem lutou contra um "dragão", não seria algo normal? — e ela se aproximou, puxando uma cadeira e se sentando à mesa.
— Ah, sim. De fato. Só que não me lembro bem. Na verdade, não me lembro de nada. Então tudo para mim é novo — e até mesmo nas realidades virtuais onde se podia criar um personagem bonitão e fodão, não mostrava tanto realismo ou "sensações" como a que eu estava sentindo.
— É, pode ser. Só que Wynan...
— Sim?
— Os rumores estão dizendo que o Destruidor finalmente acordou...
— Destruidor?
— Sim, você! Quero dizer, não você "você". mas, a pessoa que fez a Marca — E percebendo que ela só deixaria a situação confusa, suspirou e continuou — o que quero dizer é, o tal Destruidor ganhou esse título por ser capaz de destruir tudo ao redor facilmente. Comparado em levantar essa mesa, acredito que não seria grande coisa, não?
— Sim, eu entendi seu ponto... — com uma pausa, olhei para Alexia e depois para janela — Alexia?
— Sim?
— O Senhor Arx falou que se você focar, consegue anular uma energia específica, não é? Além disso, você consegue ver minha aura. Então... eu posso pedir um favor?
— O que seria, Wynan?
— Eu quero ser capaz de ver o que posso fazer. Bem, ao menos uma pequena fração. E pelo que aconteceu ontem e esses tais rumores, seria muito arriscado fazer isso sozinho... Então, gostaria que você estivesse comigo para se algo sair do controle.
— Você tem certeza disso?
— Não é bem certeza, mas, sim uma necessidade. Só que veja bem, não quero colocar-te em perigo, não novamente. Então você precisa ser honesta consigo mesma se pode me ajudar ou não.
— Tudo bem, por mim, sim. Mas, eu ainda não entendo bem como funciona. Então também estaria apostando aqui, não acha?
— Espere — e tirei o sino do bolso — Tome, consegue ver que ele é mágico, não é?
— Sim.
— Isso é ótimo, então podemos utilizá-lo como um testador. Pode retirar a tiara? — disse apontando para a tiara em sua cabeça.
— Por que eu faria isso? O sino vai deixar de ser útil de acordo com o Mestre Arx.
— Só estamos nós dois aqui e seu quarto é do lado do meu. Então não há necessidade para isso.