logo text
Thêm vào thư viện
logo
logo-text

Tải xuống cuốn sách này trong ứng dụng

Capítulo 03: O coração de Xuantuk

As três primeiras aulas foram um completo inferno para Margarida. Não apenas estava lidando com as provocações constantes dos outros alunos. Como também com a tristeza que a consumia naquela manhã. Por tal motivo, ela saiu várias e várias vezes da sala, para chorar no banheiro, em silêncio, sozinha, longe de todas aquelas pessoas maliciosas que queriam vê-la em ruína.
O mais triste de tudo, é que ela era completamente inocente.
Sim. Marg tinha a sua inocência na história toda. Ela nunca quis roubar o namorado da irmã. Ela nunca quis ser tocada de forma indevida. Só havia um culpado naquilo tudo.
Luke. Namorado de Marcela.
Marg não conseguia entender. A irmã deveria tê-la apoiado. Deveria ter acreditado em suas palavras. Mas ela escolheu ele. E a pior parte; Marcela simplesmente decidiu tornar todos os dias infernais.
"Eu não fiz nada..."
Margarida encarava o próprio reflexo no espelho do banheiro. Seus olhos amendoados carregados de um cansaço extremo. Pois sim. Ela estava cansada. De tudo. De todos. Daquela situação. A jovem estava lavando o rosto, quando, atrás de si, a porta de um dos banheiros se abriu. De lá saiu uma garota toda de preto, que tinha os olhos pintados e o cabelo longo platinado. Marg a achou um pouco...peculiar. Quer dizer. Não ao ponto de sair correndo. Mas o suficiente para sentir-se básica e nada estilosa perto daquela garota.
A gótica lavou as mãos. E enquanto as secava, seus grandes olhos azuis permaneceram presos em Marg. Então, depois de breves segundos em total silêncio, seus lábios pintados de vermelho vinho deixaram escapar algumas pequenas palavras:
- Você. A garota do meme.
- Meme? - Margarida ergueu a face, confusa. Abrindo um sorriso zombeteiro, a loira prosseguiu:
- Não viu ainda? É o assunto do momento no grupão da escola!
Marg ficou receosa. Um grupão? Ela sequer fazia parte do grupo da sala, pois fora removida pelos administradores sem explicação alguma. E agora havia um grupão com vários alunos de salas diferentes? Só podia ser brincadeira! Tinha que ser brincadeira. A gótica havia entrado no colégio há apenas quatro dias, e já havia sido inserida no tal do grupão. Margarida começou a cogitar sua transferência para outra instituição o mais rápido possível. Ali, no Almirante Tancredo, havia sido escolhida como bode expiatório por todos. Jamais teria paz, enquanto permanecesse naquele colégio maldito. Respirou fundo.
- An...eu preciso ver...um desses memes. Você pode me mostrar?
A loira tirou o celular do bolso e começou a mostrar algumas montagens que os alunos haviam feito. A cada imagem rolando na tela, mais vontade Margarida tinha de desaparecer. Florença, a garota gótica cujo nome não combinava em nada com a personalidade, encarou-a por breves segundos outra vez.
- Se eu fosse você, matava cada um deles. - sua voz soou baixa e rouca. Ao perceber a cara de espanto da morena, ela soltou uma gargalhada. - Estou brincando! Maas...você pode se vingar!
Florença saiu cantarolando uma canção que Marg imediatamente reconheceu como um rock dos anos 80. Sozinha, perdida, e cada vez mais sentindo-se sufocada, a jovem desabou no chão do banheiro. Ficou lá jogando um jogo aleatório no celular, para distrair-se. Não queria pensar em nada. Não queria pensar naquelas pessoas. Tudo seria resolvido em breve.
E não voltou para a sala até a hora do intervalo.
000
- Você está bem? - Leo indagou como quem não queria nada. Há dias havia percebido uma mudança repentina no comportamento da irmã. Há dias tentava conversar com ela. Mas a jovem sempre se esquivava do assunto. Sentada na velha ponte de madeira, molhando os pés no riacho, ela tentou transparecer tranquilidade. Um sorriso fraco tomou-lhe os lábios. Não. Não estava bem. Mas como dizer ao irmão mais velho que Marcela, a irmã dele, era a responsável por todos aqueles sentimentos ruins? Não conseguia. Leo terminou de enfiar o último peixe no balaio. Então, caminhou até ela e se acomodou na ponte também, jogando logo os pés na água. Um silêncio reinou por alguns instantes. Apenas os pássaros nas árvores próximas emitiam seus cantos. Apenas o barulho da água sendo agitada pelos pés de ambos, que observavam o riacho correr logo abaixo de seus corpos, raso e cristalino. 
- Aconteceu algo entre você e a Marcela?
Marg congelou. Droga! Tão certeiro! Mas era meio óbvio a distância entre as duas nos últimos dias. Era quase palpável a energia de raiva entre as duas. Como não perceber? Conhecendo o irmão como bem conhecia, a jovem optou em dizer a verdade - ou meia-verdade.
- Sim. Nós brigamos.
- Que chato... vocês eram tão próximas. O que aconteceu?
Marg deu de ombros. Então sorriu.
- Coisas da vida. Não quero falar sobre.
- Tudo bem, respeito. An...por acaso... você viu algo estranho acontecendo na avenida principal ontem de manhã...?
  Ela imediatamente foi transportada de volta às lembranças do dia anterior. O único evento estranho? Bom. Um homem de saia discutindo com um policial. Pouco antes de agredir quatro enfermeiros e provocar um congestionamento enorme.
- Tinha um cara de saia no meio da avenida...ele não parecia...como posso dizer...certo da cabeça.
Leo estava bebendo suco de caixinha e quase engasgou com o líquido.
- Um cara de saia? An...pode dar mais detalhes...?
- Cabelos negros, bem lisos e longos. Sarado. Bonito. E com um tipo de cetro na mão.
O rapaz quase engasgou-se outra vez. Céus. A múmia...a múmia era responsável por todo aquele caos do dia anterior! E para as pessoas o homem de saia não passava de um completo maluco. Mal sabiam todos...que estiveram diante do próprio Rei Coayli, soberano do reino extinto de Tashalla.
- Espero que ele esteja bem...- a preocupação de Leo era genuína. Havia visto Coayli voltar à vida. Não ficou no museu para sequer tentar prendê-lo outra vez. Até porque não conseguiria sozinho! Estava convicto de que o Rei Tashaluni permaneceria dentro do prédio mesmo, quebrando coisas, ressuscitando outras múmias e contemplando o corpo intacto após passar quase onze mil anos enfiado dentro de um sarcófago. Leonardo nunca, em hipótese alguma, pensou na possibilidade do grandão simplesmente abandonar o prédio no meio da noite! Àquela altura, todos os jornais já estavam noticiando um suposto roubo da múmia de Coayli. Como as pessoas reagiriam ao saberem que Coayli não havia sido roubado, e sim havia escapado do museu sozinho, com as próprias pernas? Leo não queria nem pensar.
"Ele é responsabilidade minha agora...preciso encontrá-lo e garantir sua segurança, até arrumar um jeito de mandá-lo de volta para o mundo dos mortos. Da forma correta, claro."
- As ruas estavam tomadas por caminhões do exército...- Margarida comentou fazendo círculos com os pés na água,- acho que aconteceu alguma coisa muito grave. Tipo a queda de uma nave alienígena. - riu.
   Exército? Do nada? Após a revelação da irmã, o jovem teve a certeza de que precisava levar Coayli para o museu o mais rápido possível. Os dois passaram praticamente a tarde toda sozinhos no riacho, conversando sobre várias coisas e fazendo piadas. Margarida sentia tanta falta de mais momentos como aquele...mas o irmão era uma pessoa ocupada. Nem sempre estaria disponível. A jovem compreendia. Leonardo frequentava a faculdade durante o dia, e trabalhava no museu no período da noite, de segunda à sábado.
- Ah, Marcela está aqui. Com o namorado. - o jovem percebeu que a caçula tinha os olhos presos na estradinha de terra, que dava acesso à casa da família. Mesmo com tantos pinheiros plantados perto da estrada ainda era possível ver entre as frestas algum veículo passando.
- Espero de verdade que vocês se resolvam. Não gosto de ver desunião na família! - ele se levantou da velha ponte de madeira, secando os pés e calçando os sapatos rapidamente. Marg o observou com certa tristeza pulsando no coração. Sabia que já passava das 17h e às 19h Leonardo precisava iniciar o turno no museu. Mas, mesmo assim, não queria vê-lo indo embora. A tarde de sábado acabou-se rapidamente como quase todos os bons momentos na vida. Leo se despediu com um abraço bem apertado, quase esmagando-a, e avisou que no domingo estaria de volta para fazerem um belo churrasco na beira do rio. Marg permaneceu mais alguns minutos ali na pequena ponte. 
"Eu não quero voltar para casa agora. Também não quero ficar aqui ao relento, sendo devorada viva por mosquitos!"
 Começou a caminhar lentamente em direção à casa dos pais. A luz da varanda já acesa lhe deixava ainda mais deprimida. Pois, aquilo significava que mais um dia havia chegado ao fim. A primeira coisa que a garota viu assim que pisou os pés na varanda foi a moto de Luke estacionada do lado de fora do cercado. E a primeira coisa que ouviu ao abrir a porta foi uma risadinha baixa. Marcela quem estava rindo. Luke sussurrava-lhe coisas picantes ao pé do ouvido. Obviamente Marg não ficou ali observando aquela cena tosca, afinal tudo o que menos queria era ver a face daquele maldito. Subiu então direto para o quarto.
000
Já era por volta das 18h55 quando Leonardo deixou o carro no estacionamento. Correu como nunca para chegar ao museu antes das 19h, ou acabaria levando sermão por atraso - como havia acontecido tantas outras vezes! No entanto, antes que pudesse chegar às portas do predio, alguém que escondia-se atrás de um dos carros rapidamente pulou na frente dele, bloqueando o caminho. O jovem segurança só não morreu do coração porque já estava blindado contra as esquisitices do mundo!
- Finalmente o servo.
- Ah, você está aqui? - era Coayli quem o havia surpreendido. De braços cruzados, cabelos levemente desgrenhados e saia rasgada, a múmia parecia menos prepotente em comparação ao último encontro de ambos. Só um pouquinho menos!
- Não trate por você o soberano das terras de Tashalla.
- Sinto muito, Vossa Majestade!- Leo curvou-se de um jeito extremamente irônico, o que fez Coayli erguer uma sobrancelha.- Saiu do museu. Por quê?
- Eu precisava caminhar. Estar em um sarcófago não é nada confortável! Minhas juntas pedem socorro.
Leonardo teve que concordar. Tantos anos deitado em um caixão apertado, debaixo de toneladas de terra. Era um argumento válido.
- Certo...an...fique aqui. Por favor. Eu vou dar um jeito de te botar dentro do museu, sem que os demais funcionários vejam.
- E quem disse que eu quero voltar? - O Rei múmia inquiriu, fazendo Leo ter um pequeno quase infarto. - Cães de rua rasgaram as minhas vestes. Fui julgado como louco. Escravos por todos os lados, mas nenhum para me servir! Tenho muito trabalho pela frente. Acha que o Rei de Tashalla pode ser desrespeitado assim e tudo ficará em paz?
- O que pretende fazer...?- Leonardo já tinha uma noção, afinal aprendeu muito sobre os antigos Reis Tashalunis nos livros de história. Mas queria ouvir da boca dele. Tinha a esperança de ouvir algo contrário à decapitação, tortura ou afogamento.
- O que faço e o que deixo de fazer não lhe interessa, servo. Agora vá buscar o resto dos meus pertences, que ainda estão dentro desse palácio estranho.
- Tudo bem. Estou indo buscar. - Leo precisou mentir para que a múmia continuasse o esperando ali fora. - Volto já, hein?
O segurança adentrou rapidamente o recinto, deixando Coayli nas escadarias do museu. O principal obstáculo seria passar com ele pelos corredores, sem chamar atenção dos outros funcionários; o segundo obstáculo, as câmeras de segurança. Mas isso Leo resolveria depois, deletando todas as imagens. Terceiro obstáculo; a arrogância do Rei Tashaluni. Como convencê-lo a não sair por aí chamando as pessoas de servas? Era de certo o pior dos três obstáculos! Enquanto caminhava pelos corredores do local, buscando uma solução, ele sentiu-se sendo observado mais uma vez. Olhou para trás. E quem estava atrás de si, era justamente Coayli. Arrastando pela perna um funcionário que ficava responsável pelas câmeras. Ao ver tal cena, Leonardo desesperou-se.
- VOCÊ... VOCÊ MATOU ELE?!
A múmia abriu um sorriso.
- Não foi necessário. Aliás, já estou cá, dentro do palácio de coisas velhas! Deixe que eu mesmo pegue os meus pertences, servo.
- Não toque em mais nada, por favor! Você já fez estrago o suficiente! - Estava quase implorando de joelhos, no entanto, o moreno de cabelos longos o ignorou e pôs-se a caminhar em direção aos corredores dos achados Tashalunis. Adentrou a sala onde estava o próprio sarcófago. Leonardo sentiu um frio na espinha, mas decidiu segui-lo mesmo assim. Coayli, então, começou a revirar todas as caixas - as mesmas caixas que havia revirado na noite em que despertou, pois, ficara sabendo que uma nova leva de artefatos havia chegado ao museu mais cedo.
- O poder do cetro não é suficiente para punir todos esses servos petulantes! - sussurrava mais para si do que para o rapaz presente. - Nesse reino estranho, cheio de carruagens estranhas, os irmãos das estrelas não podem chegar. Não consigo sentir a pirâmide de El'chakchta, então não há lugar algum onde eu possa restaurar as forças do cetro.
"Minha nossa...ele é mais louco do que imaginei!"
Leonardo estava levemente assustado. Não queria transparecer medo. E nem podia. Precisava ser corajoso para resolver aquela situação no sigilo. Pelo bem de Coayli e pelo seu próprio bem.
Depois de muito resmungar, e virar a sala toda de cabeça para baixo, Coayli acabou por finalmente encontrar algo em uma das caixas ainda lacradas. Seus olhos escuros encheram-se de um brilho perigoso quando ele tomou em mãos uma pequena caixinha de mármore esverdeado. Onde haviam minúsculas escrituras gravadas em ouro.
- Eis o que preciso. - um sorriso largo tomou a face do Tashaluni. Inesperadamente ele atirou a caixa de mármore contra o chão. E um sorriso ainda maior brotou em seus lábios quando viu, no meio dos cacos, um cordão de ouro muito bonito. Na ponta do cordão havia um lindo amuleto de rubi puro, esculpido com maestria em formato de coração.
- Se isso estava escondido, então não é para ser encontrado. Me dê, por favor. - Leo estendeu a mão. Coayli o ignorou, pegou o amuleto e colocou no pescoço rapidamente.
- O coração de Xuantuk.... presente dado por meu irmão Fewlen à sua noiva Zatalim. - Coayli tocava o o artefato com certa delicadeza. Seu semblante estava sério. Muito sério. - É valioso e não pode ser dado para qualquer pessoa. Acontece que Fewlen conhecia bem o coração de sua amada.
 Ele ergueu o olhar e fitou Leonardo. Havia uma leve sugestão de sorriso em seus lábios carnudos. O que deixou o segurança um pouquinho assustado. Por um momento, pensou que a múmia estivesse cogitando matá-lo com o amuleto.
- Meu irmão. Sempre tão tosco e romântico. - Coayli começou a rir sem parar.
Leo já estava sem paciência. Precisava trabalhar, mas sair da sala de achados e deixar aquele louco sozinho com um amuleto mágico seria o cúmulo da irresponsabilidade.
Precisava tomar o objeto das mãos de Coayli o quanto antes. Ou o Rei múmia acabaria por provocar uma terceira guerra mundial.
- Se você sair com isso pelas ruas da cidade, alguém vai roubar.— falou, tentando ser persuasivo. - deixe-o comigo. Estará em boas mãos. Prometo.
   Coayli ergueu uma sobrancelha.
   - Não trate-me por criança. Posso cuidar do olho de Xuantuk. Mas agradeço pelo aviso.
  O jovem segurança fechou os punhos queimando de raiva.
   - Certo... então...estou indo iniciar a ronda. Fique aqui dentro, por favor!
   Os olhos escuros de Coayli o fitaram.
   - O olho de Xuantuk esteve em repouso. Preciso checar se ele ainda funciona.
   Erguendo então o amuleto no ar, o Rei múmia começou a proferir algumas palavras estranhas. Seus olhos antes tão escuros quanto um céu sem estrelas passaram a brilhar da mesma cor que o rubi. Uma luz emanou do amuleto e disparou diretamente em Leo, na altura do peito. Sem ar, o jovem segurança caiu. A luz o penetrava, queimando tudo por dentro, dilacerando-o aos poucos. Não podia ser. Não podia morrer ali. Daquele jeito. Naquelas circunstâncias. Um sorriso maldoso tomou os lábios de Coayli.
    - Não se preocupe. A passagem é dolorosa, mas o mundo dos mortos é lindo.
   Leo estava quase perdendo a consciência. Quando sentiu o calor infernal desaparecer. A luz que o matava aos poucos cessou. Caído de cara no chão estava Coayli. E, atrás dele, seu Zé, o zelador do museu. Com um extintor de incêndio nas mãos. Um sorriso aliviado tomou o semblante do rapaz. Mas, tão rápido surgiu, também desapareceu, assim que Leo deu-se conta do que estava acontecendo.
    - Não me pergunte nada. - adiantou-se seu Zé, um pouco trêmulo. - Você não conhece esse sujeito, e nem eu.
    - Certo. - deram as mãos. - Então...acho que ele morreu.
    Leo empurrou o grandão de cabelos longos com o pé, deixando-o de barriga para cima. Um fio de sangue escorria da cabeça de Coayli.
    - Droga, ele sangra. Então significa que não é apenas um zumbi. Está vivo. Ou ao menos, estava.
    - Que situação, hein, rapaz! Graças à esse sujeito há um monte de múmias andando sem rumo pelas ruas de Pitombinas nesse exato momento.
     Leonardo assim que chegou ao museu havia visto muitos sarcófagos abertos. Sim. Todas as múmias haviam ressuscitado. E Coayli era o culpado. Ele riu. Mas de puro desespero. Só podia ser uma brincadeira. Uma brincadeira muito sem graça.
     - As coisas estão tomando proporções gigantescas...
     Não podiam perder mais tempo; o exército havia sido acionado por alguma razão. Leonardo e seu Zé botaram Coayli de volta no sarcófago; junto com o cetro mágico. Para garantir que o Rei múmia não fosse escapar outra vez, eles puseram correntes ao entorno do caixão.
     - E o que fazemos com isso? - perguntou o zelador, olhando com certa aflição para o amuleto-ou olho de Xuantuk-, nas mãos de Leo.
     - Aqui no museu não está seguro. Pelo que vi, é mais forte que o cetro mágico. Caso Coayli abra o sarcófago, o que é bem provável, a primeira coisa que ele irá procurar é pelo amuleto.
     - Não posso levar para minha casa. - declarou logo o homem de cabelos parcialmente grisalhos, - minha esposa é curiosa que só! Vai fazer um monte de perguntas, e vai querer usar como jóia!
     Leo olhou para o bonito rubi, que minutos atrás quase havia tirado a sua vida.
000
    "As buscas pelo Rei Cauzce e seu filho Fewlen seguem à todo vapor! Analice, como todos nós já sabemos, o sarcófago do Príncipe Coayli foi encontrado aqui mesmo no território de Pitombinas, enterrado em um terreno baldio aleatório. Você tem esperança de encontrar o resto da família?
     Analice: olha... é como dizem; a esperança é a última que morre! Acredito sim, que um dia irei encontrá-los. Recentemente descobrimos mais duas múmias em uma gruta no Vale da Cachimbeta. Então Fewlen e seu pai Coayli podem estar em qualquer lugar aqui da cidade. Afinal o reino de Tashalla existiu nessas províncias. Pelo que sabemos os Tashalunis tinham seu próprio cemitério, que ficava à aproximadamente cinco quilômetros da capital de Tashalla. Não sabemos onde está este tal cemitério. Porém sabemos que ele existe, graças aos desenhos Tashalunis pintados em diversas pedreiras do Vale da Cachimbeta."
    Margarida não queria admitir, mas estava completamente viciada na saga de busca às múmias Tashalunis. Bom. Ela era naturalmente curiosa. Gostava de aprender e conhecer segredos do passado.
     "Eu preciso ver o desfecho dessa história antes de morrer!"
    Um pouco sonolenta a jovem levantou-se da cama por volta das 9h30 da manhã de domingo. Desligou a Tv, fez a higiene matinal, e desceu para tomar café - um pouquinho atrasada só. Mas pelo menos não teria o desgosto de encontrar Marcela na cozinha. Minutos depois Leonardo chegou trazendo consigo um saco de carvão, alguns quilos de linguiça, carne bovina e claro, o clássico pão de  alho! Ao vê-lo, Marg caiu na risada.
    - E não é que você veio mesmo?
    - Sempre cumpro com as minhas promessas! - ele sorriu. - Onde estão nossos pais?
    - Foram buscar o Costelinha no Pet Shop.
    Costelinha era o cão da família. Um vira-lata caramelo muito dócil, que comia absolutamente tudo o que via pela frente.
      - Espero que o churrasco surpresa não seja um problema...
      - Que nada! - Marg jogou-se no sofá depois de devorar uma tigela de Nescau com cereais. - Na verdade, eles já estão sabendo...eu contei. Ontem a noite! Desculpa! - ela riu.
      - Tudo bem, eu deveria ter avisado com antecedência mesmo...- Leo coçou a cabeça rindo. - Ah, vou buscar o refrigerante na vila aqui perto...deveria ter comprado no centro, mas acabei por esquecer! Não, na verdade vou demorar um pouco, pois tenho que buscar minha namorada na academia...caramba, estou com princípio de Alzheimer...
       - Ah, deixe que eu busco o refrigerante, enquanto você vai ao centro pegar a Alice, pode ser?
     - Sério? Puxa, vai adiantar muito o meu lado maninha! Só que daqui até a vila são cinco minutos de caminhada, tem certeza? - Marg levantou-se rapidamente do sofá. Parecia cheia de energia naquela manhã.
    - Absoluta! Preciso caminhar um pouco!
    - Bom, tudo bem! Ah, antes de você ir...- ele correu até o carro, e voltou logo em seguida com um curioso objeto em mãos, - de fato estou com princípio de Alzheimer! Quero te pedir um pequeno favor...
     Margarida estava de olhos arregalados. Ele tinha em mãos uma jóia aparentemente muito valiosa.
     - Esse objeto aqui pertence ao museu. - o rapaz começou a explicar enquanto mostrava o colar de rubi para ela, Marg estava em choque, - não é seguro mantê-lo lá. Será que poderia...guardá-lo com você por alguns dias...? Até as coisas se resolverem. Prometo buscar.
    De lábios entreabertos, a jovem continuou com os olhos fixos no rubi em formato de coração. Quase sem perceber assentiu a cabeça em concordância de tanto que estava hipnotizada pela beleza da jóia.
     - Espere! Ah...isso não é roubado, é...? - inquiriu-o.
     - Relaxa, é propriedade do museu! Um louco está tentando roubar, então julguei ser mais seguro manter em minha responsabilidade até a situação se resolver.
     - Por que não deixa com você? Eu...eu tenho medo da polícia aparecer aqui atrás de mim! Não posso ser presa, isso pode prejudicar meu ingresso em alguma faculdade, sabia?
     - Minha namorada sabe até quantos grãos de areia tem em nosso apartamento! Não posso ficar com algo tão valioso lá! Você é, digamos, a única pessoa apta a protegê-lo nessas circunstâncias...
     Marg semicerrou os olhos, um pouco desconfiada. Bom. Conhecia a índole do irmão. Sempre foi um homem da lei. Inclusive ele estava estudando para ser um advogado. Sentia-se até um tanto mal por acusá-lo, internamente, de alguma coisa. Depois de muito pensar, ela finalmente deu-lhe uma resposta;
     - Tudo bem...eu guardo. Isso... é um amuleto Tashaluni?
     - Exatamente. E confio em você para protegê-lo.

Bình Luận Sách (2581)

  • avatar
    FernandesMaria Laiane

    incrível

    38m

      0
  • avatar
    SoaresCalos Eduardo

    muito bom

    19h

      0
  • avatar
    Davimiguel Duarte Souza

    muito bom gostei muito

    22h

      0
  • Xem tất cả

Các chương liên quan

Chương mới nhất