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Capítulo 3

Paris — Quatro anos antes.
Caminho pelo Jardim do Luxemburgo com meu livro em mãos e aproveito o calor dos raios solares em meu rosto. O clima agradável do verão permitiu que muita gente saísse de casa e enchesse as ruas de cores e vida.
Sorrio ao ver todas as pessoas felizes, desde senhoras a bebês, e me sinto bem por estar de volta a essa minha casa. O ar parisiense repõe minhas energias há algum tempo esgotadas pela rotina um tanto quanto agitada da majestosa Londres.
— Maddy? — ouço uma voz masculina e procuro pelo dono.
Quando o vejo, sou tomada por surpresa. Não esperava mesmo encontrá-lo aqui.
— Oliver? — sorrio ao me aproximar dele. Só depois que o cumprimento com dois beijos na bochecha, o que o deixa sem graça, lembro-me de que nós dois somos ingleses e me afundo em vergonha — Desculpe. Mania muito francesa, não é? Sinto muito. Às vezes é mais forte do que eu.
— Você está muito francesa para uma inglesa — ele brinca ao avaliar minha roupa. Talvez seja o lenço em meu pescoço, talvez não. — Só falta a boina. Se eu não conhecesse, com certeza diria que você é uma nativa.
— Eu não fico muito bem de boina — dou de ombros, mas Oliver continua sorrindo. — Mas o que você está fazendo aqui em Paris? Passeando? — coloco meus óculos escuros na cabeça.
— Ah, não — ele enfia as mãos nos bolsos do jeans — Vou fazer um show aqui amanhã.
— Sério? Que ótimo! — sorrio. — E você já conheceu a cidade?
— Eu e os caras da banda demos uma volta, tiramos umas fotos pelos pontos turísticos... — seu sorriso é divertido. — Eu estava procurando um lugar para comer alguma coisa, na verdade.
— Bom, eu estou indo comer crepe. Quer me acompanhar?
Protejo meus olhos com as mãos para poder enxergar o seu olhar caramelizado pela luz do sol. Um sorriso me é oferecido.
— Claro.
— Então vamos. É logo ali — aponto para frente com a cabeça e começamos a caminhar.
O trajeto até a crêperie não é longo, mas o fazemos sem pressa. Conversamos sobre sua estadia na cidade. Conto que cresci nessa região e só voltei a morar na Inglaterra por volta dos doze anos, embora viajasse para lá muitas vezes ao ano.
— Aqui tem os melhores crepes do mundo e outros docinhos — digo ao entrarmos na loja e aponto para o balcão com todos os tipos de macarons possíveis e imagináveis, de diversas cores e recheios. — Já experimentou macarons?
— Meu Deus — seu queixo cai pela quantidade inimaginável dos doces em exposição. — Não, mas vou ter que provar.
— Vai, sim — concordo, rindo pela sua expressão.
O horário de pico já passou e o local está bem tranqüilo. Espero que ninguém atrapalhe Oliver comendo. Propositalmente, escolho uma mesa ao fundo estabelecimento e escolhemos por crepes doces cheios de chocolate e sorvete.
Quando o garçom nos dá as costas, Oliver sorri e diz:
— É engraçado ouvir seu sotaque francês.
— Por quê? — arqueio uma sobrancelha, mas estou sorrindo.
— Não sei — ele dá de ombros. — Num momento, você está falando comigo em inglês e eu entendo cada palavra. No outro, começa a fazer biquinhos e enfatizar os erres, então não entendo mais nada.
— Você se acostuma, mas, se eu começar a falar com muito sotaque enquanto conversamos, é só me chamar a atenção que eu corrijo — prometo.
Enquanto os crepes não chegam, continuamos a conversar como se já nos conhecêssemos há um bom tempo. Aponto para o outro lado da rua, indicando a Academia de Dança em que pratiquei balé quando mais nova, e Oliver ri quando conto que fugia das aulas em que treinávamos ficar na ponta dos pés. Infelizmente, minha mãe sempre me encontrava e me obrigava a voltar.
Arrepio-me de prazer quando levo a massa cheia de chocolate derretido à minha boca e vejo Oliver ter a mesma reação.
— Esse é, sem dúvidas, o melhor crepe da história.
— Eu disse — sorrio, sentindo-me vitoriosa.
— De agora em diante, eu aceito qualquer dica sua! — ele contempla o crepe no prato.
Fico olhando para o seu sorriso por um tempo e sou motivada a sorrir também. Oliver é uma pessoa muito agradável. Percebi isso desde o dia que nos conhecemos no noivado da minha melhor amiga há uns meses. Desde então, todas as vezes que conversamos eu me senti estranhamente à vontade ao seu lado.
Ele é uma boa pessoa. Tenho certeza disso quando fixa seu olhar no meu e me mostra o sorriso mais verdadeiro que alguém um dia já me direcionou.
(…)
Rio ao ouvi-lo tentar pronunciar algumas palavras em francês.
— Ok. Tente com o meu nome do meio: Victorine.
Oliver tenta e se enrola na pronúncia.
— Isso, sim, é engraçado — brinco. — Um dia você conseguirá. Não se preocupe.
Paro de andar quando chegamos a um marco no chão, mas duvido que ele tenha percebido outra coisa que não seja a enorme Notre Dame e posso perceber que está impressionado com o tamanho da catedral. Já está escuro, mas prometi que o traria a mais um lugar.
— Obrigado pelo encorajamento, mas não sei se posso acreditar nesse caso... — Ollie finge estar decepcionado, porém sorri depois. Balanço a cabeça e olho para o chão, mudando de assunto em seguida.
— Estamos no Point Zéro, o marco zero de Paris — explico. — Daqui se calcula a distância entre Paris e as outras cidades francesas. Existem muitas lendas e superstições envolvendo esse lugar — Oliver olha para o círculo no chão com uma rosa dos ventos gravada ao meio. — Uma delas diz que, se você fizer um pedido pisando dentro do marco, ele se realiza. Tente — encorajo e ele pisa na rosa dos ventos.
Incerto do que fazer, Ollie fecha os olhos e só volta a abri-los segundos mais tarde.
— Só isso? — ele pergunta e eu assinto. Olho para o céu estrelado e sinto a brisa leve me atingir. — Você não vai pedir?
Olho para o marco e respiro fundo.
— Eu não acredito em superstições, mas posso fazer um esforço por você — digo, posicionando-me bem onde Ollie estava.
Fecho os olhos, mordo o lábio e penso no que gostaria de pedir.
Não peço algo ou alguém. Peço um o quê: um sentimento.
O percurso até minha casa nunca pareceu tão próximo. Não sei se pela companhia agradável e por não pararmos de falar por nenhum segundo ou por andarmos um pouco mais rápido.
— Obrigado, Maddy. Eu gostei de conhecer a cidade. Ela é bem... Romântica — Ollie enfia a mão nos bolsos e sorri de canto assim que chegamos a nosso ponto de despedida. Rio do adjetivo escolhido para descrever Paris e me sento no terceiro degrau da pequena escada de acesso à casa.
— Não há de quê — dou duas leves batidas no chão, convidando-o a se sentar ao meu lado enquanto espera seu motorista chegar. — Você ainda tem o meu número? — pergunto assim que ele se senta.
— Sim.
— Caso você precise de mais alguma ajuda enquanto está aqui, fique à vontade para me ligar — aviso, observando-o olhar para o céu. Ollie assente.
Não consigo pensar em mais nada para dizer e caímos no silêncio. Ficamos sentados, apenas olhando para as estrelas, sua mão quase tocando a minha e não me atrevo a movê-la.
— Mad? — ele me chama e viro o meu rosto para encará-lo.
Antes que eu possa responder qualquer coisa, Oliver me beija. Antes que possa entender o que aconteceu, ele já caminha até um carro preto parado em frente à minha coisa, desejando-me uma boa noite antes de ir.
Só consigo sorrir em resposta, sem entender o que se passa em minha cabeça. Entro em casa e não consigo esconder minha felicidade. Afinal, essa é a Cidade do Amor, não é? O que pode dar errado?

Komento sa Aklat (3906)

  • avatar
    LoureiroFelipe

    muito boa

    5h

      0
  • avatar
    CastroBeatriz

    jte

    7h

      0
  • avatar
    FloresVictor

    ggg

    13h

      0
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