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Capítulo 01: O Despertar

10 de setembro de 2023, Museu Nacional De Pitombinas.
Leonardo puxou o celular do bolso traseiro da calça jeans e checou as horas. Faltavam exatos dois minutos para 20h. Soltando um suspiro muito exausto, ele começou a andar pelos largos corredores do museu nacional.
  O rapaz, para ser bem honesto consigo mesmo, não sentia-se nenhum pouco bem exercendo aquela profissão. Ainda mais ali, naquele lugar, com todas aquelas coisas. No entanto ele precisava da grana. Era um jovem universitário de vinte e dois anos, que morava sozinho, pagava contas. Não podia se dar ao luxo de ficar escolhendo emprego.
   "Oi, meu gostoso. Fiz aquele pratão que tu gosta. Tô te esperando daquele jeito."
     Ele abriu um sorriso ao ver a notificação na tela. Parou de andar e respondeu:
    ''Boa noite princesa. Sério? Hahah. Aí eu me apaixono ainda mais! Me espere prontinha, que assim que sair daqui passarei na casa de meus pais pra pegar o meu detector de metal, então vou correndo pra casa. Maratonar The Boys, bora?"
      ''Bora! E comendo brigadeiro!''
     Leonardo respondeu a última mensagem com uma sequência de corações e então voltou a andar pelos corredores do museu.
      "Você parece a minha vizinha fofoqueira!", pensou ele abafando o riso, ao passar perto de uma escultura rechonchuda, cujas pernas eram mais finas que o torso.
     Cantarolando mentalmente uma música para aliviar a tensão que sentia a cada vez que avançava, ele finalmente parou de andar ao chegar em seu objetivo final. O corredor maldito, como chamava. Seus grandes olhos castanhos pousaram na criatura exposta logo na entrada da sala.
                                                                 "Animal desconhecido.
                                                        Apelido científico: Lupus Sapiens.
                                                             Encontrado na mesma tumba em que estava o sarcófago do Príncipe Coayli."
    Leonardo achou aquele nome engraçado. E até que fazia jus à criatura; um lobo negro, bípede e musculoso, que apesar da aparência animalesca, tinha um ''quê'' humano. Ele aparentava ter aproximadamente 1,90 de altura, segurava uma lança em uma das mãos peludas. O jovem segurança questionou a si mesmo se a intenção era espantar os espíritos com aquela coisa. Se sim, estava fazendo um excelente trabalho! Respirou fundo, jogou um chiclete na boca e então adentrou a enorme sala de artefatos históricos. Ali estavam concentrados a maioria dos achados relacionados aos povos Tashalunis. Inclusive sarcófagos estranhos e múmias de todas as idades. Por aquele motivo ele odiava tanto aquela sala. As benditas múmias! Sem a menor intenção de permanecer ali por muito tempo, deu uma olhadela rápida pelo ambiente. Baixa iluminação. Para seu alívio, ninguém desperto. E o ambiente estava cheiroso também. A equipe de limpeza havia passado recentemente por ali. Já estava indo embora, finalmente indo embora.
   Quando um som abafado, algo semelhante à uma respiração, o atraiu prontamente.
   Outra pessoa já teria corrido para bem longe. Mas ele, não. Embora quase se borrando de medo Leonardo já estava acostumado à ouvir e sentir presenças estranhas. E já era esperado que algo daquele tipo pudesse acontecer em um museu, afinal, haviam ali cadáveres e artefatos de valor. A possibilidade de espíritos Tashalunis estarem conectados ao plano terrestre era altíssima.
   — Ann..olá? — continuou parado no mesmo lugar. O mesmo barulho, só que mais forte. O rapaz não tinha certeza, mas o som era carregado de...pesar? Como a respiração de algo ou alguém que já estava cansado de lutar e havia desistido da vida. — vá para a luz. A luz! Ela o espera. Você, a senhora, o senhor...er...majestade, lorde...já não pertence mais à este plano.
   Silêncio reinou por alguns instantes. Estava prestes a sair, e para sua desgraça o som voltou, mas muito mais perturbador. A respiração pesada aos poucos transformou-se em um grunhido carregado de fúria. Leonardo começou a organizar em sua mente todas as orações mais poderosas que conhecia. Pensou se tratar de algum demônio ou espírito zombeteiro. E mais uma vez deu às costas para ir embora. No entanto, um grito gutural e inumano ecoou logo atrás de si, na entrada da sala. Não estava a fim de descobrir o que diabos era aquilo. Sem saída ele se viu obrigado à avançar na direção oposta, ficando no meio dos sarcófagos, cercado pelas múmias que tanto temia e com a leve sensação de que algo melado começaria a escorrer por entre as pernas se permanecesse mais um instante sequer naquele lugar. Já assustado, pegou sua arma e apontou para uma direção qualquer.
   — Seja quem for que estiver fazendo essa merda, é melhor parar! — se alguém estivesse assistindo aquela cena, provavelmente estaria morrendo de rir da burrice daquele jovem. O próprio Leonardo se achou burro, mas ter uma arma em mãos lhe dava uma falsa sensação de segurança. Mesmo sabendo que espíritos e demônios eram imunes aos ataques humanos.
    As luzes brancas no teto começaram a piscar. Pancadas cada vez mais altas ecoavam pela sala fria. Quanto mais os barulhos tornavam-se violentos, mais ele tinha a certeza de que aquela noite era a pior de toda a sua vida.
    Um gemido rouco e abafado quase o fez desmaiar ali mesmo.
    ''É o meu primeiro dia aqui e já quero pedir demissão! Merda!''
    Outro gemido. Só que mais alto e prolongado. Somente quando o som cessou é que ele entendeu de onde estava partindo. Sem querer acreditar, aproximou-se de um enorme sarcófago que estava no canto direito, perto de algumas caixas e esculturas. Leu a placa. Ali estava a múmia do Príncipe Coayli. Aparentemente sendo possuída por alguma entidade demoníaca. Ao lado havia um outro sarcófago. E muito bem lacrado na caixa de vidro, para o alívio do jovem segurança.
   Outro gemido. Do nada a manifestação de agonia tornou-se um berro longo e repleto de fúria.
   Leonardo se recusava a acreditar. Era muita loucura para sua cabeça. Aquilo era uma loucura.
  Mas pôde ouvir claramente um murmuro partindo de dentro do sarcófago. Fez uma última coisa antes de sair correndo: tirou o celular do bolso e começou a gravar.
   ''Príncipe Coayli cansou de dormir, agora despertou pra fazer o passinho com a tropa'', foi a legenda que ele botou no vídeo antes de postar. E, sem pensar mais, começou a procurar alguma coisa forte o suficiente para romper o vidro que protegia o caixão.
    O barulho de algo quebrando em algum ponto daquele lugar o fez congelar por completo.
    Foi então que a figura surgiu de repente. Lupus Sapiens, a criatura lobo que até minutos atrás não passava de uma carcaça bem conservada, estava agora parada na entrada daquela sala maldita, farejando o ar, babando e rosnando alto como um trovão. Leonardo não teve tempo de se esconder; a criatura o viu e partiu em sua direção, mas, ao passar perto do sarcófago de Coayli, ela parou e começou a farejar o vidro. O segurança escondeu-se atrás de alguns barris não muito longe dali. Aproveitou a distração do homem-lobo para gravar a situação.
    Lupus Sapiens ergueu a lança no ar e afundou-a contra a superfície envidraçada, rompendo-a imediatamente. O jovem segurança não acreditava no que seus olhos estavam lhe mostrando. Em menos de cinco segundos a tampa do sarcófago voou para o lado após uma joelhada violenta. Sim, foi uma joelhada, e Leonardo também estava em choque. Mãos bronzeadas com dedos compridos surgiram; após fazer força para levantar-se, o corpo esguio e nu do indivíduo recém-desperto  curvou-se para frente como um boneco desengonçado.
   De olhos arregalados um único pensamento atormentava Leo naquele momento. ''Só pode ser uma pegadinha...não é possível...isso...não é possível!´´
   O Príncipe passou a mão pelos longos cabelos escuros, jogando-os para longe do rosto. E a sua aparência...Leo ficou só um pouquinho surpreso ao notar que ele não se assemelhava em nada com as pinturas. Cabelos bem lisos e negros, que desciam até a altura dos cotovelos...pele morena, subtom avermelhado...olhos escuros e marcantes. Sobrancelhas baixas, preenchidas o suficiente para provocar inveja em qualquer mulher. Todavia o que mais chamou a atenção  foram as tatuagens espalhadas pelos braços, peitoral e pernas do indivíduo.
   O príncipe pareceu processar algumas informações. Olhou para os lados, para cima, para as próprias mãos. E com dificuldade saiu de dentro do sarcófago. Leo sentiu-se um pouco intimidado diante dele. Apesar de aparentar ter não mais do que dezessete anos, o Tashaluni era imponente como um soberano, era dono de um olhar firme e presença forte. E ele também possuía o triplo do tamanho de Leo.
    ''Um chute desse cara e eu vou parar no topo do Taj Mahal'', já estava calculando quanto tempo levaria para escapar dali. Olhou para a saída não muito distante. Respirou bem fundo, juntou coragem, e... Zarpou. No entanto, ele acabou por cair no chão ao sentir uma forte fisgada na coluna. Tentou passar a mão nas próprias costas. Já sentindo o sopro da morte em sua face, pensando ter sido atingido pela lança da criatura lobo. Mas não sentiu sangue. Atrás de si, Coayli o encarava de um jeito nada amistoso.
    ''Por favor...não me mate...'' foi a única coisa que o universitário conseguiu pensar. Lupus começou a rosnar. Ergueu a lança e exibiu os dentes pontudos. No entanto, o braço comprido do príncipe barrou a criatura.
     — Ik´kiha nmon owsak. — disse Coayli. O homem-lobo afastou-se andando de costas.
    Leonardo continuou imóvel, observando toda a cena com os olhos levemente arregalados. O príncipe apontou o dedo esguio para ele e falou algo que soou como uma ordem.
     — Por favor! Não me mate! — a sensação de que as coisas ficariam muito mais tensas cedeu uma força que o próprio Leo desconhecia dentro de si. Levantou-se, mesmo com dor, e começou a correr em direção a saída. Coayli continuou parado onde estava. Havia um certo desprezo em seu olhar ao observar aquele pobre e insignificante cara-pálida arrastando-se para a fuga. 
     — Merda! — A porta da saída de emergência estava trancada. O segurança não queria olhar para trás. Mas enquanto suas mãos nervosas vasculhavam o molho de chaves, o rapaz pôde ouvir perfeitamente o som de muitos vidros rompendo-se consecutivamente por todo o museu. A curiosidade sobressaiu o medo, e ele quase teve um ataque cardíaco ao ver Coayli segurando um tipo de cetro dourado. Na ponta havia o crânio de um animal que lembrava um macaco. Das órbitas vazias do crânio, irradiavam uma fraca luz dourada. Leonardo não estava a fim de saber o que a múmia faria com o tal cetro. Já vira aquela cena em filmes e o resultado não era nada bom! No entanto, embora ameaçador, o gigante de cabelos longos parecia muito entretido profanando o outro sarcófago misterioso. Ele já havia quebrado o vidro que o protegia e agora estudava uma maneira de abri-lo. Então, depois de muitas tentativas frustradas, simplesmente urrou furioso, levantou o caixão como se fosse um colchão macio e jogou-o contra o chão.
    ''Que falta de respeito, rapaz!'' pensou Leo. Depois lembrou-se de que havia se esquecido de fugir. Encontrou a chave certa da porta e então caiu fora daquela sala.
   —Essa definitivamente é a pior noite da minha vida!
    Ele ainda estava tendo dificuldades para processar tudo o que estava acontecendo. E com razão. Uma múmia de 2.000 a.c havia ressuscitado em sua frente. Para piorar as coisas o jovem segurança provavelmente levaria toda a culpa pelo estrago feito, já que não haviam câmeras de segurança na sala dos achados Tashalunis.

Komento sa Aklat (2583)

  • avatar
    JainyLayza

    amei

    8h

      0
  • avatar
    garayomajhù

    muito bom

    11h

      0
  • avatar
    FernandesMaria Laiane

    incrível

    15h

      0
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