Eu saio das escadarias e vejo que o lugar era totalmente diferente do andar de cima, em vez de ser “abandonado” ele parecia que tinha sido reformado, fui para a esquerda pois tinha algumas salas e pensei que Tae e Antônia poderiam ter descido também, então fui andando devagar pelo corredor pois se eles estivessem ali poderia assusta-los e eles também poderiam estar armados. Do nada vi algo que parecia uma pessoa para ser mais exata parecia uma mulher ao longe, bem parecia, pois, percebi anormalidades de que me veio em mente que aquilo poderia ser uma possessão de algum espírito que me procurava pelo asilo, dei meia volta e sai correndo pelo corredor desesperada até cair e machucar a perna, por causa disso fui mancando até uma sala que encontrei de baixo de uma escadaria, eu senti um cheiro horrível, mas não estava em condições de me queixar não é mesmo? Adentrei a sala e o cheiro começou a piorar, era cheiro que se parecia com sangue podre.
A sala era branca com janelas quebradas e tinha sangue por todo o lugar, fui o seguindo mesmo que algo dentro de mim dissesse “— Não faça isso!”, minha curiosidade foi maior a ponto de segurar o ar e continuar a seguir o sangue, até avistar uma faca cheia de manchas de sangue na entrada do que parecia ser o banheiro do cômodo. Quando entrei a primeira coisa que eu vi que tinha uma pia cheia de manchas de sangue e a torneira aberta e jorrando água, tinha pegadas de sangue que davam a direção aonde estaria o fim da minha curiosidade, eu segui as pegadas e dava em mais uma porta então me dei conta que ali era um tipo de lavatório que se tinha em hospitais antigos, abri a porta que estava com manchas de sangue, quando a luz entrou no pequeno banheiro avistei algo que nunca pensei que veria na minha vida. Uma jovem com vários cortes no corpo dentro de uma banheira com as mãos amarradas, suas mãos estavam para fora da banheira, e seu corpo estava boiando em água com sangue, eu me assusto ao ver um espírito de uma moça na janela, aí eu percebo que era o espirito da moça que estava na banheira, escuto a sua voz.
— Fuja logo…, você está no lugar errado e na hora errada! A senhora dourada está quase chegando aqui! – Fala me alertando do perigo.
Depois de escuta-la eu agradeci e sai correndo mesmo com minha perna doendo muito, cheguei até o corredor perto da escadaria novamente e acabei caindo devido a dor, aquela dor estava cada vez pior, escutei passos então vi uma sala grande com luz do sol aí pensei que “—Como tem luz ninguém me procuraria em um lugar assim!”. Então entrei na estranha sala, e o cheiro forte de mofo era horrível mesmo com as janelas quebradas e com o ar circulando pelo cômodo, escutei novamente passos e estavam mais perto, eu corri para dentro da salinha que tinha dentro do grande cômodo, entrei lá dentro e já procurei algum lugar para que eu pudesse me esconder. Era uma salinha pequena de fato, mas tinha um armário de madeira de lei, suas portas eram de madeiras encaixadinhas que tinham espaços entre as elas que ventilavam o armário. O cheiro de mofo dentro da salinha ainda era forte para mim, foi aí que eu escutei uma voz masculina
— Quem está aí? Eu vi alguém entrar, me responda!
Eu não sabia o que fazer então entrei no armário às pressas e mesmo assim com cuidado para não fazer barulho pois não queria ser descoberta, a final eu não tinha certeza se era o Tae ou algum velhaco louco. Fiz um silencio mortal, digno de cemitério, foi aí que eu escuto paços bem em frente ao armário aonde eu estava escondida, e com isso escuto alguém me chamar.
— Laura, está aqui? .... Eu jurava que a tinha visto!
Era Tae a me procurar, ele estava falando alto em plenos pensamentos, aí eu automaticamente abri a porta e o puxei para dentro do armário.
— O que está fazendo aqui dentro deste armário Laura?
— Estava sendo perseguida por uma mulher, quer dizer uma possessão, corri e encontrei uma moça morta em um banheiro, o espirito dela me falou que a senhora de dourado estava vindo até mim, então eu corri novamente e escutei paços de alguém e cheguei aqui.
— Eu te avistei no corredor e tentei te alcançar, mas acabei parando aqui.
Escutamos um barulho na outra sala e ficamos em extremo silencio, e sentimos cheiro de sangue, e escutamos paços e um rosnado de cachorro, Tae foi rápido e fechou minha boca quando notou meu desespero. Como o animal tinha sangue em seu focinho, ele não conseguia sentir o nosso cheiro, e digo que sorte nossa de nenhum de nós dois estarmos usando perfume hoje, Tae estava com uma cara tensa, ele deve ter pensado o mesmo que eu “— Será que o sangue é de Antônia?”. O animal saiu e logo escutamos paços e voz de uma pessoa.
— Droga.... Dentuço você não achou a garota! Preciso dela para poder ser curada pela minha senhora! Vamos continuar a procura-la!
Escutamos paços se afastando, só ficou as pegadas dela feitas com sangue no chão junto das pegadas do seu cão, quando pensamos em sair do armário escutamos paços novamente e quando menos esperávamos alguém abre a porta do armário.
Visão da senhora de vermelho
Percorri todo o caminho por dentro do campo de girassóis, mesmo que eu não quisesse ver o que tinha dentro dele era a melhor forma de ir para o asilo sem que me notassem, além de que eu deveria agir como sempre agi, para que não percebessem que eu sabia do que estava se passando lá dentro, então vim para o asilo caminhando lentamente como de costume..., eu tinha pressa de morrer, mais não queria matar ninguém, ainda mais um ser celestial que nem havia nascido ainda. Desde que cheguei aqui a muito tempo atrás..., nunca ninguém vivo havia me perguntado “— Porquê ou como acabou chegando aqui?” ou até mesmo “— Porque vive aqui?”, bem eu me lembro bem disso, eu sonhei com um anjo e ele me disse:
“— Olá senhora, vim lhe trazer uma tarefa para acabar com o seu sofrimento e solidão.
— Qual é seu nome anjo e o que posso fazer para que isso aconteça.
— Ele quer te dar a chance de reencarnar novamente em uma vida de paz, pois o que tinha que sofrer aqui na terra já se concretizou então não tens mais dividas com nosso senhor.”