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A mulher lobo

A mulher lobo

Ana Carvalho


Capítulo 1

6 meses atrás...
Acordo no meio da madrugada com barulhos estrondosos, faz um tempo que meus pais andam brigando sem parar, praticamente todas as noites tenho acordado com barulhos de coisas quebrando ou com minha mãe chorando e gritando com ele.
Eu não sei o que aconteceu, só sei que eles estão no pior momento do casamento deles.
Ao sair do quarto encontro minha mãe sozinha na sala, ela está soluçando de tanto chorar, eu a direciono até meu quarto e pergunto o que aconteceu, pergunto por que eles continuam brigando todas as noites.
— Minha filha, eu não quero te preocupar com nossos problemas, você não merece todo esse peso, você já tem muito com o que lidar.
— Mãe, somos melhores amigas, você pode me dizer o que foi.
Ela suspira, como se precisasse de muita força para me contar o que aconteceu.
— Seu pai anda bebendo demais, filha, ele me traiu, eu vi com meus próprios olhos, mas ele se recusa em confessar e desde então brigamos todos os dias.
— Vocês vão se separar?
Lágrimas escorrem dos olhos dela e já sei a resposta que ela deveria me dar, porém não insisto, não há coisa pior do que vê-la chorar.
ATUALMENTE
Acabamos de fazer a mudança e apesar de não saber o que me espera, estou muito animada para começar a ajeitar minha “nova” vida. Novo lar, nova escola, novas pessoas, novas amigas, tudo novo e eu não tenho dúvidas de que era disso que eu precisava.
Doeu ao meu despedir da Sheila — Sheila era minha melhor amiga desde pequena, combinamos dela vir me visitar algumas vezes nos finais de semana, nós duas já sabemos que talvez isso não dê certo, mas prometemos uma a outra que iríamos tentar — , choramos tanto que quase alagamos aquele bairro inteiro, mas depois que ela me soltou, senti um aperto no coração, não queria deixá-la, mas precisava seguir uma nova vida e precisava acompanhar minha mãe, depois de tudo o que ela passou, eu não podia deixá-la sozinha.
Antes de nos mudarmos, minha mãe já tinha resolvido tudo sobre a escola para mim, eu estava com um frio na barriga, mas amanhã começaria uma nova fase na minha vida, eu iria entrar no último ano do ensino médio, quem não fica animado para encerrar os estudos?
Não só estudos, mas eu estou ansiosíssima para ver os gatinhos da escola nova.

Acordei cedo no dia seguinte para me arrumar e partir para a escola, eu só queria simplesmente tomar um banho e já correr para ir, mas como sempre, minha mãe me obrigou a sentar, tomar um café e me acalmar, afinal eu estava muito agitada, óbvio que ela não ia me deixar sair daquele jeito.
— Onde a mocinha pensa que vai? Nem tomou café ainda, se passar mal na rua não sou eu quem vou lá te socorrer. — Ela suspirou revirando os olhos e fazendo cara de deboche. — Anda, senta aí, tô preparando umas panquecas do jeito que você gosta.
Bufo impaciente, mas no fundo gosto por ela estar fazendo meu café da manhã preferido.
— Tudo bem, só vou me sentar pelas panquecas!
Ela sorri, havia muito tempo que eu não a via sorrir.
— Está manhã um vizinho bateu aqui a nossa porta, veio nos dar boas vindas e disse que caso precisássemos de ajuda, era só chamar a ele.
— Huum, ótima hospitalidade, já gostei. — Respondo com um sorriso convencido no rosto.
Tomamos o café numa paz que a muito tempo não experimentávamos e logo depois minha mãe me dá uma carona até a escola, pois ela também já estava saindo para trabalhar.
— Boa sorte no primeiro dia, filha. Lembre-se: nada de bico e socialize para fazer novas amizades, seja antipática depois que tiver conseguido as amizades.
Dou um sorriso para ela e me despeço com um beijo na bochecha, como eu amo minha mãe.

Chego na minha primeira aula, é geografia, a matéria que eu menos gosto, mas suportei por ter sido meu primeiro dia, até que o professor era legal. Me apresentei para a turma e já vi pessoas que cochichavam sobre mim, não sei se era por eu ser feia ou só por implicância. Assim que pisei naquela sala de aula, já visualizei todos os tipos de pessoas — os garotos babacas, as patricinhas que se acham donas da escola, os nerds e os alunos medianos que não se encaixavam com nenhuma das personalidades que eu estava distribuindo.
Depois de mais algumas aulas, fui até o refeitório para almoçar e foi lá que comecei a socializar com umas meninas da minha aula de Biologia, eram duas: Sabrina e Victoria, até que elas eram bem legais, mas por ainda não ter intimidade, foi bem difícil socializar a todo instante.
Elas fizeram um tour pela escola, me mostraram cada canto, e claro também contando as histórias e babados, diziam para eu tomar cuidado com tal pessoa, para não me apaixonar por outro e diversas outras dicas que anotei na minha agenda imaginária.
Naquele mesmo dia elas me convidaram para uma festa de início de ano letivo que iria acontecer na casa da garota mais popular da escola — claro que tinha que ter a popular que ama arrumar festas — seria no final de semana e elas estavam animadíssimas, logo a animação me contagiou e eu concordei em ir, só tinha que tentar passar pela aprovação da minha mãe antes.
— Vamos, Freya, vai ser legal. Tenho certeza que você vai se amarrar nessa festa, afinal de contas, também vão ter vários gatinhos lá. Você deveria ir.
Revirei os olhos sorrindo e disse a elas:
— Tudo bem, eu vou tentar convencer a minha mãe. A gente acabou de se mudar, talvez ela fique com um pouco de receio de me deixar ir, mas caso ela não deixe, vocês vão ter que me ajudar a convencê-la.
Elas deram risinhos animados e fomos para nossa última aula do dia.

Chego em casa exausta, porém superanimada pelo primeiro dia de aula ter sido um sucesso — nem tão sucesso, mas pelo menos já consegui amizades.
Encontro minha mãe fazendo a janta, converso com ela por algumas horas contando como foi bom na escola e que os únicos problemas existentes são aqueles que existem em todas as escolas. Ela também me conta como foi no trabalho e o quanto têm sido cansativo.
— Então... eu tenho uma coisa para te pedir, mãe.
— Ah, meu Deus, lá vem, fala de uma vez, Freya.
— Minhas colegas me chamaram para ir a uma festa de início de ano letivo... — Dou um sorrisinho encantador ou pelo menos tento.
— Ham... e mais o que você vai falar para tentar me convencer?
— Ah, mãe, vai. Acabei de chegar, tenho que parecer descolada, você mesma disse que eu deveria socializar.
— E por algum acaso você sabe onde é essa casa? Ou quem é o responsável pela festa? Quem é o pai e a mãe?
— Mãe! — Repreendo antes que ela vá longe demais com as perguntas — As meninas ficaram superanimadas por eu ter dito que tentaria ir, elas vão me acompanhar até a casa da menina, eu vou ficar segura, é sério.
Ela dá um longo suspiro antes de responder.
— Tá, Freya. Mas quero você em casa as onze da noite, meia noite no MÁXIMO, me entendeu?
— Eu te amo tanto, dona Laura! — fiz questão de levantar do meu assento e enchê-la de beijos.
Jantamos tranquilamente, assistimos um pouco de novela juntas e subo para meu quarto. Fui até as janelas contemplar um pouco a rua antes de fechá-la.
Percebo um movimento estranho na casa da frente — não é um movimento, é uma sombra — quando vejo mais claramente, há um menino me olhando, ele me olha fixamente, sem desviar. Tenho a certeza de que corei, nunca me senti tão intimidada ou nunca vi um olhar tão penetrante quanto esse. Fecho as janelas com pressa e puxo as cortinas.
O que diabos acabou de acontecer?

A primeira semana passou bem depressa e desde então não consegui esquecer a cena em que eu via aquele menino da janela, passei dias pensando sobre isso, querendo saber quem ele era ou porque ele me olhou com tanta intensidade que eu mal conseguia desviar o olhar. Era quase que hipnotizante.
Havia raiva naquele olhar ou algo parecido, algo difícil de distinguir e durante algumas noites, passei a olhar pela janela todas as vezes que a fechava, não o vi mais.
Era como se ele só quisesse dar boas vindas, mas de um modo diferente e sombrio. Será que irei vê-lo de novo? Ou será que o que eu vi, na verdade nunca tivera acontecido?

Sabrina e Victoria estavam almoçando comigo, quando terminamos nos levantamos com pressa, pois tínhamos um evento importante e a fazer — ir até a quadra da escola ver os alunos musculosos se alongando — não tínhamos muito tempo restante, mas fazer isso todos os dias, havia se tornado um hobby.
Com minha bela sorte levantei de pressa da mesa com minha bandeja e por não ser um pingo desastrada, esbarrei nas patricinhas da aula de Geografia, digamos que elas não foram muito amigáveis comigo.
— Garota, você tá cega? Olha por onde anda.
Demorei até reconhecer os irritantes rostos, mas por fim suspirei.
— Desculpem, é a pressa, não vi que vocês estavam...
— Me poupe da sua explicação inútil e saia do meu caminho, antes que eu mesma te tire. — Respondeu a amiga, nem um pouco simpática.
Sabrina e Victoria observavam assustadas, afinal de contas, quem gostaria de ser tratada desse jeito, ainda pelas patricinhas que todos tinham medo?
Fiz um movimento com a cabeça indicando que elas viessem comigo.
— Vamos, gente, não foi nada demais, vocês não querem perder o treino, né?
Elas vieram atrás de mim apressando o passo.

Estava quase chegando a festa esperada do fim de semana, mal posso explicar como eu e as meninas estávamos ansiosas para ver como seria a festa, a Vic é a paqueradora do grupo, ela estava doida para ir e encontrar alguns garotos, a Sabrina gostava de observar tudo o que acontecia em volta, para no dia seguinte contar as fofocas, caso não nos lembrassemos, ela não ingeria bebidas alcoólicas e eu também não, mas ela não estava confiando muito em mim, também não insisti.
Todos os dias fazíamos contagem regressiva na escola, parecíamos crianças que nunca pisaram em um ambiente de festa.
Minha animação era por nunca ter tido amizades assim, por nunca ter experimentado de um meio festivo na escola, sempre fui muito reservada e caseira, mas logo eu me tornaria maior de idade, o que custava dar um pulinho em umas festas?

Sexta-feira e estou exausta, a grande festa é amanhã e mal posso esperar para ver o que me aguarda. Essa noite olhei novamente pela janela antes de dormir, olhei diretamente para aquela janela, a janela em que ele aparecera para mim da última vez, no fundo eu sabia que não era loucura da minha cabeça.
Olhei e não vi ele, suspirei e resmunguei um xingamento, quando levantei minha cabeça para finalmente fechar as janelas de novo, ele estava lá e desta vez consegui ver melhor o rosto dele.
Ele era lindo, cabelos castanhos, pele bronzeada, não era muita informação e eu não conseguia ver claramente — afinal, era de noite, estava escuro —, mas conseguia ver o quão elegante e sério, ele era. Pensei em dar um aceno ou em sorrir, mas pareceria dada demais, não o conhecia.
Então, apenas fechei a janela e as cortinas, sem saber se um dia, eu teria está chance de vê-lo de novo.

หนังสือแสดงความคิดเห็น (4773)

  • avatar
    ClaricyAnna

    muito bom, obrigado pelo livro maravilhoso

    6h

      0
  • avatar
    jennifer Fernanda

    Muito bom!

    1d

      0
  • avatar
    VictoriaMayra

    ...

    3d

      0
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