Ele estava tão concentrado em levar roupas que ficassem bem nela que, nem percebeu que deixou a porta de sua casa somente encostada, resolveu ir às pressas pois em sua cabeça pensou que seria compras rápidas..., mas já tinha se passado duas horas que ele estava na rua fazendo compras. Já que estava na rua ele aproveita e compra coisas para fazer algo para comerem, ele já sentia os sintomas de ficar tanto tempo sem comer e pensou que ela também deveria estar com fome àquela altura do dia.
Nunca que ele imaginaria que Felipe iria em sua casa para lhe ver, ele foi visita-lo para marcar um dia certo para o próximo ensaio da apresentação do grupo, Rafael estava voltando das atividades individuais que tinha na faculdade, e ainda tinhas uma apresentação a fazer para o professor de arquitetura além dos esboços de design de interiores. Já era umas dez horas da manhã quando Rafael pensou em retornar para casa, Felipe era conhecido como o folgado do grupo e por isso era normal ele ter as chaves das casas dos amigos mais chegados, ele chegou na casa dele, ao chegar viu a porta aberta e estranhou, pois, seu amigo é muito precavido com sua própria segurança.
— Oi, Rafael está aí? “—O Rafa deixou a casa vazia e aberta” — Esse cara está louco agora!?
Ele entrou e ligou a TV para ver se tinha algum programa falando sobre a empresa de Nando, foi até a cozinha pegou um suco e sentou no sofá confortavelmente, de longe no topo da escadaria Estelar o observava, até que ele desconfiou, da sensação de ser espiado e estava o deixando desconfortável de repente, percebeu que tinha alguém na casa.
— Quem está aí? – Pegou o bastão de beisebol e foi atrás do intruso.
Rafael chegou e viu porta aberta, desceu rapidamente do carro e entrou correndo em casa para ver o que estava acontecendo, quando viu que Felipe iria bater com o taco de beisebol na parede aonde a cortina se mexeu, Rafael se jogou na frente de Felipe, assim ele o atingiu com o taco em suas costas, mas conseguiu proteger Estelar do impacto, antes que o objeto a atingisse.
— Senhor! Está bem?
Estelar fala olhando em seus olhos, após ver que ele foi atingido pelo impacto do objeto, para protegê-la, ela tremia pelo susto que teve.
— Eu que pergunto!
— Como?
— Ele te machucou? – Pergunta com tom de preocupação.
— Não, eu estou biologicamente bem senhor.
— Senhor? Biologicamente?
— Como entrou aqui Felipe!
— Como é que é!?
— Responde logo!
— VOCÊ ESTÁ BEM CARA?
Felipe estava assustado com o golpe que deu no amigo e estava com tantas perguntas em sua cabeça que não controlou sua voz alta.
— Cala a boca, deixa eu me recompor, Felipe.
— Quem é essa ai!?
— Não te importa por agora.
— Ok...Deixa para lá!
— Obrigado pela compreensão.
— Nada de compreensão, pelo jeito a fila andou bem rápido, né Rafael?
— Seu nome é Rafael? – Ela pergunta curiosa.
— Espera aí? Ela é garota de programa?
— Não.
— Ela nem sabe o seu nome!
— CALA A BOCA FELIPE!
— O.k., vou esperar você me explicar o caso todo.
— Já vamos conversar, Estelar....
— Está bem... – Ela concorda, mas fica olhando fixamente para Felipe com medo dele tentar machuca-la novamente.
— Eu já vou falar com você cara!
— Está bem eu espero.
— Vai lá e pega as sacolas que estão no porta malas do meu carro por favor!
— Ok.
— Tenho que falar com a Estelar. – Felipe sai e faz o solicitado pelo amigo. — Se sente bem?
— Rafael, estou somente assustada.
Ele vê com nitidez que ela não está tão bem assim, pois seus dedos estão trêmulos de medo, em seu pensamento este é uma reação normal pois ela se assustou com o ato de Felipe.
— Vem! – Ele sorri e pega a mão dela. — Já que irá viver aqui terá que dormir em algum lugar, vou te mostrar seu quarto.
A puxa para subirem um lance de escadas, logo em seguida chegam em um corredor e o segue até a última porta, param na frente de uma porta azul claro.
— Sabe que a minha camisa ficou enorme em você. –Ele fala com um sorriso tímido em seu rosto. — Mas ficou bonita com ela...
— Eu nunca escutei isso antes...
— Nunca elogiaram a sua beleza?
— Isso, nunca fizeram isso então me sinto estranha.... Me desculpe. – Ela fala envergonhada.
Estelar realmente se sentia envergonhada por este sentimento novo que estava sentido, em seu universo ela era considerada feia, pois não tinha muitos pelos, escamas nem mesmo rugas que se destacassem em sua pele, para eles ela era como uma ratinha pelada, sem atrativos.
— Bem, meu nome é Rafael Martinez, mas pode me chamar de Rafa, é isto, bem, pode ficar à vontade trarei suas coisas até aqui, eu já volto.
— Você não vai embora novamente, não é? – Fala com medo de que Felipe volte.
— Por quê?
— Não quero ficar sozinha novamente.
— Está com medo?
— Não sei, pode ser...
— Não entendi.
— Me pergunto de o porquê de aquele humano querer me fazer mal?
— Peço desculpas por aquilo, não vai acontecer novamente, irei conversar com ele.
— E se aparecer outro?
— Aparecer outro?
— Sim...O que eu faço?
— Eu estou aqui agora, Estelar.
— Eu sei, mas...
— Me desculpo novamente porque eu errei, acabei deixando a porta aberta, ele pensou que você estava invadindo a minha casa, é somente isto.
— Não me deixa sozinha, por favor!
— Se acalme como falei, eu já volto.
— Eu confesso estou com medo.
— Não precisa ficar assim, não sairei desta casa.
— Este não é o meu lar, e só vou poder voltar se terminar o que vim fazer aqui.
— Vai ter que me explicar isso depois, agora vou pegar as coisas, já devem estar lá na sala, então não estará sozinha.
Ele segura a mão dela e sorri tentando acalma-la, depois solta a mão dela e se dirigem a porta, em um ato rápido ela corre até a porta o impedindo de sair.
— Por favor, volte logo. – Após isto ele se vira ficando de frente para ela.
— Você não está só com medo de Felipe, não é mesmo?
— Eu nunca fui para outro lugar da minha galáxia sozinha, então aqui eu só tenho a sua companhia.
— Porque confia tanto em mim?
— Sei que não me faria mal, já me protegeu.
— Isso não quer dizer nada.
— Diz sim, pois se feriu, para que eu não me ferisse.
— Entendo.
— Como posso não confiar em você?
— Faz sentido, como falei, eu volto logo.