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Chapter 7 Seu filho

Antes mesmo que eu pensasse em qualquer coisa Niall virou e quando percebi ele estava dando um soco no rosto do Freddie que caiu mas não se manteve por baixo, deu uma lapada no rosto do meu marido. O segurança correu para separar enquanto os clientes olhavam os dois no chão se estapeando, eu só consegui tirar a garota grávida de perto dos dois malucos. Quando finalmente os separarem eu puxei o Niall pela mão para irmos embora, ainda não estava acreditando no que vi acontecer bem na minha cara ele só podia estar ficando louco.
Ao chegarmos ao lado de fora soltei a mão dele e andei na frente em direção ao parque, sentei no primeiro banco que vi e coloquei a mão na cabeça. Não sabia o que pensar, sentia um turbilhão de emoções complicadas de se explicar e prenunciar. Quando senti o Hayes sentando ao meu lado minha mente ficou em branco, tirei seu paletó e o entreguei de forma despojada, tentando voltar a minha realidade.
— Você... está bem? – ele perguntou me olhando preocupado.
Só então percebi seu olho roxo e seu lábio cortado, eu tremia muito e não sabia o que dizer mas acho que minha situação era auto-explicativa. Nicholas chegou mais perto e limpou as lágrimas do meu rosto, eu nem mesmo percebi que tinha chorado com tudo tudo que se passava. O rapaz passou seus braços ao redor do meu corpo e me segurou com força.
Todo medo que senti antes foi embora, enquanto seu corpo me aqueceu e eu só queria esquecer tudo que aconteceu naquela maldita lanchonete. Acabamos ficando assim por um tempo, foi a melhor coisa que me aconteceu no dia de hoje. Quando me acalmei pegamos o táxi para o apartamento, combinamos de assistirmos algo antes de irmos dormir. Apesar que já era mais de meia-noite, eu não trabalharia no outro dia então aceitei, sinto que devo uma ao maluco que se machucou por mim. E ok, talvez eu goste bastante de assistir com ele.
Tomei um banho breve e coloquei uma camisola de cetim preta, junto com um roupão também de cetim, fiz um rabo de cavalo e me direcionei à sala o mais rápido possível. Nich já estava procurando um filme para assistirmos, ele também estava com um pijama o que só reforçou em minha mente a ideia de que ele ficava lindo em qualquer coisa que quisesse vestir (mesmo que fosse um saco de lixo). Peguei uma bolsa de gelo para o seu olho que estava inchado e me sentei ao seu lado, respirando fundo e entregando o objeto em minha mão.
— Obrigada Liv, perdão por mais cedo...
— Vamos esquecer que isso aconteceu – falei suspirando.
— Liv – Ele sentou-se mais próximo, agora me olhando com uma mão no encosto e a outra segurava o saco em seu olho, o olhei e inclinei a cabeça para a esquerda — Quer saber sobre o meu filho?
— Se quiser contar... – Falei me virando e ficando na mesma posição que ele para ouvir a história com mais atenção ao passo que ele sorriu de maneira dócil, o que gerou um sorriso no meu rosto também.
— Tive meu filho aos meus 17 anos, a mãe dele... Ela simplesmente me odiava ao extremo, quase não olhava na minha cara...
— Ué então como tiveram esse filho? – Indaguei pegando uma almofada e a colocando próxima ao meu peito, segurando com força.
— Eu gostava muito dela e acabamos ficando por uma noite mas depois ela simplesmente disse que sentia repulsa por mim. Então, quando descobriu ela guardou de mim até os 6 meses de gravidez! Quando enfim descobri fiquei tão feliz que parecia que nada poderia estragar isso. Eu nem tinha como cuidar deles mas daria um jeito como fosse possível. – Observei bem enquanto ele me contava, seus olhos brilhavam e seu sorriso não negava o amor pelo filho — Fui o cara mais feliz do mundo até ele completar seus 6 anos, veio a falecer com uma doença terminal. Aquilo me doeu tanto que me mudei para cá e recomecei minha vida aqui. Já fazem 2 anos e desde então não voltei à mullingar, nem nunca comentei sobre o assunto com ninguém.
Fiquei sem palavras, Nich fitou o chão por alguns segundos... Só em olhar para ele e saber de seu sofrimento eu já sentia uma angústia horrível e um aperto no peito que parecia não querer para nem tão cedo. Peguei em suas bochechas devagar, tentando acalmar a dor que ele sentia naquele momento, mesmo que não fosse ajudar muito agora queria fazer algo para ajudar.
— Você vai ser um pai incrível um dia, como tenho certeza que foi para seu filho... Vem cá, vem – Abri meus braços e esperei ele vir até mim, o rapaz deitou sua cabeça em meu ombro e suspirou pesadamente, como se precisasse daquilo.
Eu deitei ali com meu amigo por cima de mim, acabamos nem assistindo um filme mas sim F•R•I•E•N•D•S, ele precisava mesmo rir naquele momento. Depois de uns 2 episódios achei que o menino Hayes tinha adormecido porque nem ria nem falava mais nada, apenas respirava devagar. Tirei uma foto de onde eu estava fazendo um cafuné nele, não iria postar até porquê sou uma pessoa reservada mas gostei de guardar como uma lembrança aquele momento. A televisão tocava a abertura da série de fundo, Nicholas estava de olhos fechados então toquei em seu rosto com o polegar, desenhando sem fazer pressão para não acordá-lo.
Em um momento rápido entretanto bastante precioso, me inclinei para admirar melhor seu rosto. Nicholas Hayes é muito atraente, já havia conhecido uns garotos com a personalidade dele e sabia como isso iria acabar de uma forma desastrosa. Na minha cabeça ele iria se desculpar e eu iria falar para não pedir perdão, o que me tornaria mais deplorável a cada minuto.
Com aqueles lindos lábios, iria partir meu coração. Imploro para que se apresse, mate meus sentimentos e vá. Vou querer que olhe para mim uma última vez, sorria como se nada estivesse errado então quando eu sentir falta conseguirei lembrar de como era lindo seu sorriso. Enfim, poderei desenhar seu rosto na minha mente. Será que também se machucaria por minha culpa?
Seus olhos, nariz, lábios, até a ponta dos seus dedos como uma chama queimando. Está se tornando exaustivo fugir assim. Suspirei devagar e fechei os olhos, então senti sua mão segurando a minha devagar, quase que com receio.
— Se queria tanto me beijar, era só pedir, Olívia.
Aquela frase me deixou sem palavras, tinha me esquecido de quão sagaz meu companheiro de apartamento poderia ser quando queria; e quase sempre ele queria. Se houvesse um prêmio de quem consegue me deixar mais sem graça e ao mesmo tempo mais cativada, ele seria o vencedor.
O escritor levantou-se devagar e se aproximou de mim, sua boca à centímetros da minha e seus olhos azuis encarando os meus como se soubesse de todos os pecados de todas as minhas vidas passadas. Devagar e suavemente seus lábios encostaram nos meus, então meu cérebro deu pane e mudou totalmente de ideia, aquela boca valia o preço de perder o resto da minha sanidade. Joguei meu equilíbrio emocional pela janela daquele apartamento naquele mesmo segundo.
Meu coração disparou e eu até queria dizer que pensei algo mas não consegui nem mesmo raciocinar o que estava acontecendo naquele momento, muito menos pensar em algo que fosse além daquela sensação de frio na barriga e eletricidade pura. Ele afastou nossos lábios e encostou sua testa na minha, falando agora bem devagar, pronunciando cada palavra com perfeição e maestria.
— Sei que isso parece uma cena de cinema, mas não se iluda muito, Olívia. Não quero algo sério, não vamos nos machucar assim.
Hayes estava certo, acabamos de nos conhecer e não podemos nos precipitar mas não há nada que se possa fazer sobre isso... Em conclusão, o amor é um precipício, o problema é que ele não iria pular e eu já nem encontrava mais o chão.
Não o deixei terminar, juntei nossos lábios novamente. Meu conforto agora era estar com ele, naquele momento, eu queria aquilo e o resto resolveria depois, ou não, não importa.
****

Book Comment (1200)

  • avatar
    emanuelly cardoso

    Amei muito

    18d

      0
  • avatar
    Ketellyn Mourao

    muito bom

    19d

      0
  • avatar
    AlencarEverton

    bom

    24d

      0
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