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Chapter 2 Feliz aniversário, Lua

Lua Brandon
Meus aniversários são os dias mais terríveis de suportar, ainda mais porque Charles adora me deixar mais pra baixo do que eu já fico normalmente, eu gostaria muito que suas palavras não me atingissem, mas elas são como facas afiadas que rasgam meu corpo e eu só sangro e nunca morro. Eu não sei bem se eu o amo, mas tenho certeza que o que ele sente por mim passa longe de ser amor e isso me dói todo dia.
-Parabéns, Lua. Hoje faz 17 anos que você matou sua mãe. -ele diz antes de virar seu café até a boca.
E Charles ataca novamente.
 Continuei calada, e peguei meu café da manhã que já estava separado em uma bandeja com um bilhete de Marina.
"Feliz aniversário, minha pequena.
Por favor come um pouco, fiz tudo com muito carinho pra você!"
Sorri. 
-Onde está a Marina, Charles?-pergunto sem tirar os olhos do papel.
-Dei folga pra ela hoje. - ele disse enquanto olhava seu tablet.
-Ah, que bom, a Marina merece. - eu disse.
-Aliás, hoje receberemos minha namorada Diana para o jantar.
-E o que eu tenho haver com isso?
-Eu acabei de dizer que Marina está de folga... Você está no lugar dela hoje.
-Tá louco? Nem cozinhar eu sei. 
-Você não vai cozinhar, eu encomendei o jantar. Acha mesmo que eu colocaria tudo a perder fazendo VOCÊ cozinhar pra mim? Você só vai limpar toda casa e vai servir o jantar. -ele sorriu de canto.
-Não vou.
-Isso não foi uma pergunta. -ele afirmou. -E lembre-se: Diana não pode saber que sou seu pai. 
Eu me virei bufando de raiva e fui em direção ao meu quarto. Não estava com raiva por ter que arrumar casa, mas sim porque ele escondeu o fato de ter uma filha pra namorada nova dele, assim como faz com todas as outras, e eu sei que ele só faz isso para me atingir. Mas desa vez isso não vai ficar assim. Enquanto eu escrevia repetidas vezes em meu caderno a palavra raiva, Charles apareceu em meu quarto e jogou uma roupa pra mim, que estava envolvida em plástico.
-Use isso quando for servir o jantar. E pode começar a arrumar a casa, comece por isso que você chama de quarto. -ele bateu a porta.
Eu não acredito que ele se deu ao trabalho de comprar uma roupa para eu servir o jantar, na verdade parece mais uma fantasia. Eu poderia simplesmente fugir por essa janela e aparecer somente amanhã, mas resolvi fazer melhor, se Charles quer guerra, guerra ele terá.
Comecei a arrumar toda a casa, conforme ele mandou. Por mais que eu não concorde, pois Diana não vai fazer um tour pela casa.
Achei um cômodo da casa que eu nem conhecia, aquilo foi assustador, encontrei uma porta trancada, tentei achar a chave dessa porta, porém é a única que a chave não está junto com as outras. estranho. 
Então fui até o Charles pra ver se a chave não estava com ele, porque eu não me aguentava de curiosidade para saber o que têm atrás daquela porta.
-Charles você... 
-Senhor Charles, me chame assim a partir de agora. 
-Senhor Charles, gostaria de saber se o senhor tem a chave do último quarto do andar de cima, porque recebi ordens para limpar toda a casa, porém não tenho a chave dessa porta.-eu disse com toda ironia possível.
-Não precisa limpar esse quarto.
-Por que não?
-Está surda? Eu disse que não precisa limpar. -ele finalmente olhou pra mim, e não estava com uma cara amigável. ele nunca está, na verdade.
Agora fiquei ainda mais curiosa para saber o que têm atrás dessa porta. Fui até o seu escritório, eu quase nunca entro aqui. A primeira coisa que eu avistei foi uma foto da minha mãe na parede, usava um vestido vermelho e um batom de mesma cor, seus cabelos castanhos levemente ondulados estavam soltos e ela sorria.
Como era linda.
 Há mais foto dela aqui do que eu me recordava, inclusive uma dela com Charles, nem parece que é o mesmo cara sem alma que eu conheço. Por esse motivo nada tira da minha cabeça que Charles é um frustrado, porque nunca conseguiu esquecer minha mãe, por isso conhece tantas mulheres e nunca sossega com uma.
 Comecei a procurar a chave da porta em várias gavetas e no armário, mas não encontrei nada.Revirei todo o escritório em busca daquela maldita chave, ele deve guardar ela muito bem...
-O que você está fazendo? -Charles pergunta ao entrar em seu escritório.
Droga. Que susto!
-Arrumando ué. -Eu disse disfarçando meu mini infarto.
-Só pra você saber, eu conheço cada coisa que existe aqui dentro, se você pegou algo, eu saberei. Agora, Dê o fora do meu escritório.
-Sim senhor. -saí rapidamente sob seu olhar ameaçador.
Depois de arrumar tudo, eu estava exausta. tomei um banho e pus a fantasia que Charles comprou. Eu nunca estive tão ridícula. Diana chegará a qualquer momento. Charles terminava de se arrumar, e eu pensava em algo a mais para dar o troco em Charles.
 Fui até a cozinha, a comida estava toda na mesa. 
E se eu colocasse algo que Charles é alérgico na comida dele? seria ótimo se eu soubesse de algo que ele seja alérgico. 
Nossa, como é horrível conviver com um estranho.
Ouço a campainha. E sem pensar corro para abrir a porta. 
-Sou Diana. 
Eu mal abri a porta e a perua loira entrou.
-Boa noite, senhora Diana. -eu disse.
-Boa noite - ela sorriu sem graça. -Onde está o Charles? 
-Ele está terminando de se arrumar, você pode aguardar aqui na sala de estar. 
Ela se sentou na poltrona do Charles, eu nunca em sã consciência me sentei em sua poltrona, pelo menos não enquanto ele estivesse em casa, é de fato a melhor poltrona do mundo.
Fiquei parada olhando-a, é bem bonita, parece que acabou de sair de uma capa de revista. Ela também estava me olhando bastante, chegou a incomodar. Quando eu ia perguntar o que tinha de errado, ela se adiantou e disse.
-Por que está descalça, flor? 
Olhei para meus pés e em seguida para o lado, Charles estava chegando. Como eu fui esquecer dos sapatos?

Book Comment (7651)

  • avatar
    FerreiraDaiane

    nunca vi uma história tão fascinada igual a essa.

    3h

      0
  • avatar
    SanttosMichelle

    🌷🌷🌷🌷🌷

    6h

      0
  • avatar
    Guilherme Rosseti

    muito bom eu amei

    5d

      0
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