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3

Eu não estava ansiosa para o primeiro dia de aula, e mesmo assim decidi sair cedo de casa, talvez uma caminhada me ajudasse a colocar meus pensamentos no lugar, mas não imaginava que seria tão desastroso. Saí de casa bem mais cedo do que o normal, achando que a caminhada até a escola seria demorada o suficiente, mas para minha surpresa, cheguei em menos de meia hora. A escola ainda estava vazia e silenciosa, parecia um cenário de filme de terror. Olhei para o meu relógio de pulso e vi que ainda faltava uma hora para o início das aulas.
 O que eu ia fazer até lá? Pensei em ir até a biblioteca, talvez encontrar algum livro interessante para passar o tempo, mas quando me virei para o portão da escola, vi uma figura familiar me observando com uma expressão de desconfiança e irritação. Era a minha professora de matemática, a mais severa e exigente da escola. Ela me olhou como se eu fosse uma intrusa que estava tentando invadir o seu território.
- O que você está fazendo aqui tão cedo? - Ela gritou, cruzando os braços e franzindo a testa. - Você não tem nada melhor para fazer do que ficar vagando por aí?Eu fiquei sem reação, não sabia o que responder.
 Por que eu tinha saído tão cedo de casa? Por que eu não tinha ficado mais um pouco na cama, ou tomado um café da manhã que Charles tinha feito, ou assistindo algum desenho animado na TV? Qualquer coisa seria melhor do que enfrentar a fúria da minha professora de matemática logo pela manhã. Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela deu de ombros e se virou, entrando novamente na escola e me deixando sozinha no portão.
- Não sou paga para ficar de babá de quem tenta invadir essa escola. - Ela resmungou, batendo a porta atrás de si.Eu fiquei indignada com a acusação. Eu não estava tentando invadir a escola, eu só tinha chegado cedo demais.
 Eu era uma aluna exemplar, nunca tinha feito nada de errado na vida. Como ela podia pensar isso? Eu decidi que não ia deixar isso barato. Eu ia ficar ali no portão até ele abrir e mostrar para ela que eu era uma aluna dedicada e responsável, que talvez só queria aproveitar ao máximo o seu ano letivo mesmo que isso não fosse verdade.
 Eu me sentei no meio-fio em frente ao portão e esperei pacientemente pelo horário de entrada.O meu dia não tinha começado bem, e só piorou com o passar das horas. Logo na primeira aula, eu descobri que tinha um novo perseguidor na escola. O seu nome era Noah, e ele era o típico garoto popular e bonito que fazia sucesso com as meninas.
 Ele tinha se transferido para todas as minhas aulas e não parava de me importunar. Ele vivia tentando levar as minhas coisas para mim, mesmo eu recusando educadamente. Ele até convenceu os outros alunos a trocarem de lugar com ele para que ele pudesse se sentar atrás de mim na sala. E o pior de tudo: ele ficava alisando o meu cabelo sem a minha permissão, dizendo que adorava os meus fios negros e sedosos.
- Para com isso, Noah! - Eu pedia, irritada. - Você está me incomodando!- Ah, não seja assim, linda.
 - Ele dizia, sorrindo maliciosamente. - Você sabe que eu gosto de você.Eu não sabia como me livrar dele. Ele era insistente e inconveniente.
 Eu não gostava dele, nem um pouco. Eu só queria que ele me deixasse em paz.Quando cheguei na minha última aula do dia, Noah ainda não estava lá. Eu respirei aliviada, pensando que talvez ele tivesse desistido de me perseguir.
 Mas logo percebi que talvez havia outro motivo para a sua ausência: talvez, só talvez ele tivesse sido substituído por outro garoto, um garoto novo na escola, que todos estavam comentando no intervalo. Ele estava sentado no lugar atrás de mim, com a cabeça apoiada na mesa e os olhos fechados. Ele parecia estar dormindo, mas eu não tinha certeza. Ele podia estar apenas fingindo, como eu às vezes fazia para evitar conversar com os outros alunos.
 Mas diferente de mim, ele não passava despercebido. Todos os olhares se voltavam para ele, admirados ou invejosos. Até mesmo eu não conseguia deixar de olhar para ele. Ele era lindo, de um jeito diferente de Noah.
 Ele usava uma calça jeans e uma camisa azul simples, sem botões, que realçava o seu corpo musculoso. Ele devia ter mais de dezessete anos, pelo menos. Ele só podia ser um repetente, um garoto mais velho que tinha ficado para trás por algum motivo.Eu me perguntei quem ele era, de onde ele vinha, o que ele fazia ali.
 Eu senti uma curiosidade crescer dentro de mim.

Book Comment (610)

  • avatar
    JuvencioRenata

    estou adorando a história

    4d

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    CarlaLorenna

    toop

    12d

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    Ketellyn Mourao

    bomm

    23d

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