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Capítulo 6 Torturas, parte II

- Amor, cheguei.
A expressão extremamente fria e aterrorizante sem o domínio da palavra e de emoções, Guilherme Ventura, disse:
- Seu atestado de óbito.
Estendeu um envelope.
Beatriz Lima, não se dispôs nem de pegar, nem de abrir, nem menção próxima disso.
- Para República, você está morta.
Deixou o envelope amarelado e retirou do resíduo sem abusar sexualmente.
- Canalha, estupra de todas as formas. Falando eufórica, estridente, batendo com os punhos fechados na parede.
- Você irá morrer.
Já estava perdendo o eixo da realidade, começava a apresentar discurso sem coerência, para alguns, mas para ela existiam todos os motivos.
Desde que fora chicoteada, sentido sangrar, tinha costumes de se cortar, só que dessa vez o corte fora profundo, pegou a faca de carne, cortou seus pulsos profundamente. Ficou esperando a visão ficar turva, ou clara, perder a vida, mas nada acontecia, o sangue escorria, devolvendo em alguns momentos sua razão.
Aquele apartamento luxuoso que havia entrado se encontrava em trapos, sujo, em uma fedentina, com manchas de sangue ao longo da extensão do espaço, eram rastros de um sofrimento que ninguém ouvia.
Pegou, o envelope, abriu, leu:
- Estou morta.
- Estou morta.
- Estou morta.
Repetira três vezes em voz alta.
Saiu em desespero pela rua, acreditando que havia rompido a matéria, até que decidiu a perguntar a primeira pessoa em sua frente.
- Estou morta, rapaz?
O rapaz olhou fixamente nela, olhou novamente.
- Está.
- E agora?
- Isso aqui vai te acordar.
Entregou cinco gramas de cocaína.
- Sabe como usar?
- Já vi nos filmes. Afirmou Beatriz Lima.
- Irá custar algo? Perguntou.
O rapaz olhou atentamente, aquela bela mulher, ele como homem ao menos naquele estado teria serventia sexual, mas ele disse:
- Não custará nada, vai lá, vai acordar. Da próxima vez custará, estarei aqui.
Ela voltou para o apartamento, usou a cocaína, seu rosto, garganta adormeceu totalmente, igualmente um derrame parcial, anestesiou de uma forma, que anestesiava as dores, que o marido dos sonhos dela haviam se transformado em pesadelo, acordou do pesadelo, mas estava se encaminhando para as trevas.
Desmaiou usando aquela substância.
Acordou sendo torturada, com murros, chutes, paneladas.
- Sua vadia você está usando drogas.
- Vai embora dessa casa, nunca mais no veremos.
Ela ainda estava acordando, sem entender, em que inferno havia entrado, mas compreendeu que Guilherme Ventura, não queria mais nada com ela, ela tão submissa, tão serva dela, já não tinha mais nenhuma utilidade.
Olhou para ele, com um ar de tristeza, querendo se encontrar e ainda rogando praga em seu pensamento.
- Você irá morrer. Não quis pronunciar, mas de alguma forma sentiu o universo ouvindo o que ela pedia.
Deu as costas, prosseguiu, fora a última vez que viu aquele homem que poderia ser seu príncipe encantado, estava aquela em uma cidade que mal conhecia, sem ninguém, sem um dinheiro por perto, sem documentos e com a possibilidade de o atestado de óbito ser verdadeiro, mas prosseguiu, acreditando em Deus mais do que nunca. Desabou em lágrimas em meio as encruzilhadas e avenidas, prosseguia, pois a vida iria continuar e aquela vida boa que poderia ter em seus sonhos, ela poderia ter pelos seus próprios méritos, não por depender de alguém.
Estava um verdadeiro trapo, totalmente maltrapilha, com inúmeras marcas no corpo, na mente, no coração, na alma.
“[...] O que nos faz lutarmos incessantemente pelo capital, todos dias, dias após dias, não seria somente para nos sentirmos útil perante a sociedade, alguns teóricos outros alegam ser demagogos, que o trabalho é uma das leis principais para a evolução e que sem ela não merecemos nem nos alimentarmos, existem controvérsias, como até que ponto o cidadão se desenvolveu durante sua vida para se sentir útil e se pôr a trabalhar, depois que resolver todas suas crises existenciais, ou se não por isso pelo medo da fome, da miséria, palavras essas que assolam na sociedade em esquinas, que muitos passam despercebidos e mais uma mão é estendida em busca de um trocado, não é só viver, é sobreviver em um local onde nossos representantes, os quais deveriam nos proporcionar melhores condições e direitos, não só de trabalho, como de moradia e educação, cruza os braços, enchendo seus bolsos e cuecas de dinheiro, como poderíamos nos sentirmos útil se existe tanta desigualdade no mundo, ainda existem pessoas que acreditam no sonho de uma fortuna cair do céu, pode até cair, talvez não seja necessário entrar em um inferno, mas ao percebemos que o dinheiro não é somente a força essencial da sociedade, que existem valores que devem ser levados em consideração como a empatia, nos posicionarmos no lugar de outras pessoas, ofertando nossos prato de alimento, não estaríamos estabelecendo uma doutrina comunista, pelo contrário doar um prato de alimento, não nos faria, mais nem tão menos digno, nos tornaríamos humanos aptos a compreender Deus nos chamando para morar nos Reinos do Céus [...]”
Beatriz Lima, já não tinha noção de tempo, caminhava muitas e muitas horas, ou seria minutos, o tempo para ela estava sendo totalmente relativo, o sofrimento que entrara após perder a virgindade, acreditando que estaria entrando no paraíso, encontrou com o capeta e suas diversas formas de nos torturarmos na eternidade, parou em frente uma lanchonete, tinha pouco, muito pouco, pouquíssimas moedas, mesmo assim entrou, a fome falou mais alto.
- Senhor o que dá para comprar com isso.
O garçom olhou as moedas, não fez nem menção em perguntar, olhou no fundo dos seus olhos, só imaginou o sofrimento que ela estaria presenciando, apesar da beleza notária dela, suspirou, pedindo para Deus ter compaixão dessa alma, pois não queria estar nem próximo do que ela sofria, por um lado foi egoísta pois de sofrimento já bastava os seus pelo outro fora totalmente altruísta, tirou um dinheiro do bolso, repôs no caixa, e dera dois pasteis de carne e duas coxinhas com um caldo de cana.
Tudo em Bia, ela motivo de emoção e choro, ela tentava se controlar, desabou.
Uma senhora muito simpática, prestava atenção desde quando ela parou em frente ao estabelecimento olhando para a placa da lanchonete e para os preços, sentiu piedade, decidiu também fazer parte da corrente do bem e ser solidária.
- Senhorita, vejo que está em mundo que poucos tem acesso.
Beatriz abriu os olhos tentando entender.
- Não tenho muito para oferecer, mas posso oferecer um trabalho de costureira, você vai aprendendo, dou café da manhã, almoço e janta e alguns trocados no fim de semana.
Por fim, Deus havia ouvido seu pedido.
Não precisou nem pensar, ou entregar currículo, aceitou de imediato.
Foram em direção a fábrica de costura, onde fora direcionada para uma cama, deram algumas roupas, juntamente com uma cama no dormitório.
- Amanhã você começa a aprender, Descanse bem, durma com Deus. Disse a senhora simpática.
N’outro dia, Beatriz acordou, fez seu café da manhã, juntamente com as outras mulheres, de alguma forma ela se identificava naquele local, eram pessoas com os rostos totalmente sofridos, mas cada um com sua dor, percebia que eram refugiados de países onde a miséria não era somente uma crise, ousou a se perguntar.
- Qual minha utilidade aqui? Perguntou para si, para si próprio com medo de alguém ouvir.
Ia pegando as instruções iniciais, aprendeu praticamente todo serviço em uma semana, como prometido, como almoço, janta e café da manhã, até que no dia no sábado depois do meio dia, a senhora encaminhou-se até sua direção.
- Assina aqui, seu pagamento.
Beatriz Lima, por um momento pensou.
- Minha assinatura será que ainda possuí alguma validade?
Mesmo assim assinou.
Contou o dinheiro.
Com o orgulho e com o sonho de uma riqueza estratosféricas, concluindo hipocritamente.
- Como é pouco.
Mas era o que tinha para o momento teria que se contentar.
Com o tempo o menino ia crescendo, as dores de parto iam vindo, as lembranças ruins já estavam escurecendo, mas ela sentia uma vontade imensurável de usar aquela substância que aquele rapaz ofereceu para ela acordar, quando o serviço dominava, dois pensamentos eram comuns, seu filho e usar a substância, e repetia quando acordava e ao decorrer do dia.
Fora pegando confiança com a senhora uma das donas da empresa, encaixaram no serviço de contabilidade, conseguiu desenvolver bem no perfil de vendas também, seu ordinário aumentou conforme as responsabilidades.
Ela sempre olhava aquela fortuna, a caixa da empresa. Pedia para Deus afastar os maus desejos.
Ela nunca tinha feito um exame do filho, viveu em uma bolha submersa devido as atitudes compulsórias do que poderíamos considerarmos como seu marido, Guilherme Ventura, mesmo distante apareciam ainda em seus pensamentos e em um desses pensamentos, a bolso estourou, quando se levantava para entregar um papel a uma das contadoras da fábrica de costura.
- Vai dar luz, vai da luz.
Todas as mulheres daquele lugar se alegraram.
A senhora muito simpática e experiente, pegou a chave do carro, olhou para o santo, e fez um pedido, “Que o carro funcione até o hospital”.
Ajudaram ela ir até aquele carro, deu a partida de primeira e foram em direção ao hospital.

Comentário do Livro (1499)

  • avatar
    Xavier Neto

    amei ❤️

    20h

      0
  • avatar
    Rose

    iu3hh3u

    1d

      0
  • avatar
    Samira Kkj

    o livro até elegal

    2d

      0
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