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Capítulo 5 Desisti do amor

Lua Brandon
Depois de tantos fracassos, eu desisti de procurar uma "cara metade", cansei de ser enganada e sofrer por isso.
Se eu tenho um cupido, ele tem sérios problemas comigo.
Abri minhas janelas e percebi uma tarde linda lá fora, faz um tempo que eu não saio de casa.
Resolvi andar por aí, peguei meu celular e meus fones de ouvido e saí.
Foi o dia que eu mais me senti viva nessa semana. Ar puro, ou quase né? Quantos carros.
No caminho encontrei o meu vizinho que trabalha naquela rede de fast-food famosa, ele sempre volta de bicicleta para casa com o uniforme de lá.
É bem atrapalhado e parece estar sempre atrasado.
É um dos poucos vizinhos que sabe meu nome, até hoje me pergunto como, eu não sei o nome dele, também não é um amigo do Charles, nem meu, porque eu não tenho amigos.
É triste essa vida solitária, mas nem sempre foi assim, já tive com quem "andar" no colégio, e conversar nas redes sociais, porém todos foram embora e me fizeram mal de alguma forma, sem contar que não me entendiam quando eu dizia que queria morrer todos os dias, me julgavam ao invés de ajudar, eles não se importavam com isso.
Acho que esse é também um motivo do meu medo de me aproximar das pessoas, sempre acho que no final elas vão embora.
Fui até o parque, que nesse horário é cheio de idosos. Gosto deles. Fico pensando se quando tiver a idade deles, eu terei histórias boas para contar... Espero que sim.
Enquanto pulava algumas músicas olhando para o celular, senti que alguém se sentou ao meu lado.
—Lindo dia, não?
Essa voz... Não pode ser.
Tive que olhá-lo, mas mesmo assim me assustei ao vê-lo.
 Harrison. 
—Eu sabia que iria te encontrar, só não imaginava que mais linda. —ele se aproximou de mim para me beijar e eu levantei deixando ele num enorme vácuo.
Nojento.
—Falei para você sumir da minha vida.
—Até quando você vai ficar se fazendo de difícil, Lua? —ele segurou meu braço. —Temos uma conta para acertar.
—Me solta ou eu grito. —olhei em seus olhos.
—Ah vai gritar? E quem vai vim te salvar? Um desses velhinhos jogadores de xadrez?
—Você tá me machucando. —tentei me soltar mas ele começou a me puxar em direção ao seu carro.
Me joguei no chão.
Ele me olha como um predador olha para sua presa quando está prestes a devorá-la.
—Me solta seu desgraçado. —tentei morder seu braço.
—Cala a boca, sua cachorra —ele me levantou pelos cabelos e me deu um tapa na boca. —Essa é pra você ficar esperta.
Ele me mostrou uma faca pequena. A mesma que ele usou para esfaquear seu amigo.
Me desesperei e tentei correr, mas ele me segurou e fez um corte na minha costela direita.
—Cara, você tá surdo? Não ouviu ela mandar você soltar?
Antes que eu me virasse para ver quem era o meu salvador, O homem da rede de fast-food famosa logo apareceu e partiu pra agressão dando um chute no Harrison que o fez cair no chão, e sua faca caiu também. Abaixei rapidamente e a peguei.
—Quer bater? Vem bater em mim então, Seu palhaço.
Harrison levantou e saiu xingando ele de diversos nomes inapropriados e homofóbicos.
—Você está bem, minha querida? —ele me olhou atenciosamente.
—Eu tô sim. Obrigada, eu não sei nem o que aconteceria comigo se você não chegasse aqui. —eu disse.
—Quem era aquele maldito?
—Um ex namorado, Não aceita o nosso fim.
—Lua, você têm que denunciá-lo para polícia, hoje te salvei, mas amanhã ele pode te matar.
—Eu sei, obrigada por me salvar, mas a propósito, você sabe meu nome, mas eu não sei o seu.
—Ah, é Marvin. Eu conheço você há tanto tempo, que esqueci completamente que você não me conhece. Eu fui um grande amigo da sua mãe.
—Da minha mãe? —abri um largo sorriso.
—Sim, desde criança. Acompanhei toda gravidez dela. Eu sou meio que um "padrinho" seu, não oficializado, é claro.
—Eu oficializo! —disse empolgada. —Afinal, você salvou minha vida, Padrinho melhor eu nunca encontraria.
Ele sorriu.
 Apertei minha costela, que nessa altura já estava sangrando bastante.
—Nossa, ele te de feriu! —Marvin disse espantado ao ver eu apertando e olhando meus dedos com sangue.
—Nada demais, foi de raspão. —eu disse.
—Menina do céu, tá doida? Isso pode infeccionar. Vamos na minha casa pra eu fazer um curativo em você.
Segui ele até na sua casa.
—Não repara a bagunça! —ele disse ao entrarmos.
Mano, sério, Que bagunça? Nunca vi uma casa tão limpa e organizada.
—Que bagunça? Sua casa é mais arrumada que a minha! —eu disse.
—Duvido em! Do jeito que Charles tem grana, deve ter uns 20 empregados naquela casa, um para cada cômodo. —Ele disse me fazendo rir.
—Pior que ele só tem uma.
—Cruzes, não deixou de ser pão duro! —ele disse já trazendo uma caixa aparentemente onde guarda seus remédios.
Tirou de lá algumas coisas e começou a cuidar do meu corte. Contei á ele tudo que Harrison fez comigo, e conversamos sobre isso.
Depois de cuidar do meu ferimento, me trouxe outra caixa, mas essa ele me deixou abrir.
Eram várias fotos de Marvin junto com minha mãe, na adolescência deles. Fotos deles no colégio.
—Qual era o sonho dela? —pergunto.
—Sua mãe sempre dizia que queria viajar o mundo,  Amava ajudar as pessoas, Um dia me disse que ela se tornaria uma Médica, mas o engraçado é que ela quase desmaiava se visse alguém machucado e sangrando. Luana tinha o poder de me fazer enxergar o mundo com outros olhos, com os olhos dela.
Era durona as vezes, já me defendeu dos nossos colegas que faziam bullying comigo, por ser gay. Mas era a pessoa mais doce que eu já conheci. Eu a amo intensamente e eternamente.
Ao mesmo tempo que me doem muito, essas palavras do Marvin  fazem eu me apaixonar ainda mais pela minha mãe.
No meio dessas fotos encontrei uma dos três: Charles, Minha mãe e Marvin.
Charles sorria na foto, sua barba levemente grisalha de hoje em dia era quase inexistente.
—Quantos anos vocês tinham? —pergunto.
—Sua mãe e eu tínhamos 18. E seu pai 23.
Percebi que Marvin tirou o sorriso do rosto.
—Como era sua relação com Charles?—pergunto.
—Charles tinha muito ciúmes da Luana, me detestava, porque nós não nós desgrudávamos nunca, e ele cismava que eu era um "gay de fachada". —ele riu. —Depois que sua mãe se foi, ele finge que nem me conhece. Talvez seja por isso que você nem sabia de mim.
Mais abaixo encontrei fotos da gravidez da minha mãe, e eu desabei de chorar. Marvin trouxe um copo com água e me deu.
—Pode ficar com algumas fotos, se quiser. 
Marvin achava que eu chorava de emoção, mas na verdade era de desgosto de mim mesma, tirei a vida dela. Deveria ter sido eu no lugar dela.
Tirei a vida de uma mulher incrível, Nasci sem nada a oferecer, sou só uma morta-viva, que vaga eternamente em busca da felicidade.

Comentário do Livro (7649)

  • avatar
    Guilherme Rosseti

    muito bom eu amei

    4d

      0
  • avatar
    SilvaJuliene

    Emocionante

    5d

      0
  • avatar
    VitoriaAna

    muito bom

    7d

      0
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