“— O que terei que fazer para nosso senhor meu anjo?
— Terá que ir para um asilo, mas não é qualquer asilo..., este asilo é um lugar abandonado que não é permitido seres celestiais assim como eu, pois este lugar é atormentado por demônios e nele há almas que não pagaram suas penitencias e resolveram desencarnar antes do devido tempo.
— Só terei que morar lá até morrer neste lugar meu anjo?
— Seu dever lá é salvar seis almas..., você saberá que seu dever está acabado quando eu lhe enviar um ser celestial, e este ser deve ser salvo e deves obedecer ao pedido deste ser como se fossem ordens do senhor.
— Este ser celestial falará diretamente comigo?
— Se ela não conseguir entrar em contato direto com você ela pedirá algo pela boca de sua portadora, então este será seu dever.”
Desde então me preparei para vir para cá e depois de chegar aqui tenho esperado por este pequeno ser celestial. Já tinha caminhado por todo o campo de girassóis e entrado dentro da entrada de tuneis, aonde estava a porta de madeira, ela é pesada, mas não o suficiente para me impedir de entrar, caminhei por todo o túnel até que saindo da parte principal dele, eu encontro uma amiga espiritual, ela resolve me acompanhar. O espirito pecador por luxuria esta era ela, seu nome é Amélia, quando viva era tão bonita que todos os homens que a conheciam se encantavam por sua doçura e beleza, mas ela era casada e não resistia aos galanteios de outros homens assim sendo adultera, ela veio aqui arrastada por demônios após sua morte para sofrer, pois ela abortava cada filho que gerava de seus amantes, entre outros pecados cometidos que ela acabara me contando entre estes vários meses que eu estou aqui, ela que me contava sobre sua vida terrena pois eu nunca ousaria perguntar.
— Então amiga ainda está viva?
— Sim...
— Não finja que não sabe do babado amiga. – Fala Amélia aos risos.
— Digo a você que eu não tenho a mínima ideia do que está acontecendo Amélia.
— Ótimo assim eu posso contar.
— Como sempre ama uma fofoca.
— Soube por Erica, aquela menina presa no espelho do outro quarto..., ali da esquerda, lembra dela?
— Sim eu a conheço, mas não gosta das minhas visitas pois não posso tira-la de lá.
— Bem ela disse que tem um espirito de luz aqui no asilo, quer dizer um ser celestial.
— Verdade? – Fala com ar de surpresa para não deixar Amélia desconfiada.
— É..., e a nossa senhora mais velha a quer, ela me disse que é para o ritual, que azar deste ser..., hoje é dia de lua sangrenta, um ótimo dia de ritual de possessão ou troca de corpo espiritual.
— O que a nossa senhora realmente quer Amélia?
— Ela quer renascer no corpo do ser celestial que está no ventre de uma intrusa.
— Tem mais pessoas estranhas aqui, ou só ela?
— Sim..., eu soube que esta mulher que entrou aqui com mais outra moça e um homem que tem um cheiro de camomila.
— Camomila..., anjo caído Amélia?
— Como assim?
— Tente lembrar o que eu te digo sobre os seres celestiais menina avoada, mas eu repito, Camomila, Lavanda, Alecrim, Erva-doce, Uva, Tangerina, Laranja, Pitanga, Limão doce, Melancia, Morango, Cereja..., são cheiros característicos de anjos caídos ou nascidos na terra.
— Quem sabe se realmente é..., eu não senti o cheiro, como se eu pudesse..., mas pelo o que soube eles devem estar escondidos em algum lugar da mansão, mas como eu não sinto cheiro eu não encontro este homem, outros espíritos me contaram que ele é bonito.
— Todos aqui sabem deles?
— Sim amiga..., estou com pena delas, pois meu corpo foi trazido para cá e anda pela mansão com outro espírito dentro dele..., eu sofro toda vez que eu me vejo pelos corredores, e isso vai acontecer com elas também!
— Sério Amélia?
— Sim o destino da hospedeira do ser celestial será este, por ter fugido.
— Então você pode me ajudar a salva-los?
— Claro que sim amiga eu te ajudo, assim ameniza um pouco da minha pena aqui dentro.
— Ótimo, então me ajude a procurar esta moça e o homem aqui dentro do asilo, pois só tem duas pessoas aqui dentro.
— Só um minuto..., vou fazer uma ronda invisível e já volto não saia daqui!
Enquanto isto em algum lugar do asilo as três almas femininas que mandam no lugar se juntam seus seguidores para dar ordens de busca aos três intrusos, resolvem manda-los para os campos de plantação que tem ao torno da mansão.
— Venham todos aqui!
Fala a alma mais nova, assim os jovens e idosos que estavam escondidos no porão da ala norte esperando o chamado delas aparecem.
— Como já ordenamos queremos os três intrusos vivos! – Fala a alma mais madura.
No canto mais escuro do porão vem uma mulher magra de longos cabelos pretos e com um olhar assustador, as pessoas que estavam lá não desafiavam ficar em sua frente, sabiam o quão cruel ela era, e não estava lá pelo desafio e sim pelo gosto de ver as mortes, e de poder ela mesma acabar com a vida de alguns que querem fugir da morte, a chamam de Murta.
— Fale, minha senhora. – Falou ela ao se aproximar das almas.
— Uma das minhas prediletas, se você fosse bonita eu reencarnava em você. – Fala a Alma mais velha.
— Seria uma honra, minha senhora.
— Murta tenho uma ordem para dar a você, solte os cães, queremos achar os intrusos, mas os quero vivos, precisamos deles para o ritual, isso é essencial.
— Sim senhora, farei o que a senhora desejar, mas aviso que os meus cães dificilmente deixam as pessoas vivas.
— Então solte somente os que você sabe que os deixarão apenas machucados Murta. – Fala a alma mais madura.
— Sim senhora, assim será feito.
— Cadê a senhora dourada? – Fala a alma mais nova.
— Estou aqui, minha senhora.
— Ainda quer acabar o desfio?
— Claro senhora.
— Ótimo..., pode ter o prazer de sair desta casa viva e curada? – Fala a alma mais nova.
— Sim, minha senhora, quero.
— Então nos traga a portadora do ser celestial. – Fala a alma mais madura.
— Sim, minha senhora, farei o possível para traze-la para as senhoras.
Atrás de Murta aparece um homem alto bonito de olhos azuis cristalinos, mas com um ódio transbordando no olhar, este é Sérgio um ex, garoto de programa que estava ali apenas para torturar as mulheres que tinham que sofrer abusos antes de se matar, assim como mandava o desafio.
— Até parece que está velha que está quase morrendo e aquele dentuço, cão pulguento que nem faro tem mais, tem alguma chance de achar o ser celestial, e ainda ter força de trazer a moça até aqui com vida como manda, as minhas senhoras..., realmente eu estou a rir por dentro de tal piada. – Fala aos risos de deboche.
— Então o que me sugere Sérgio? – Fala a alma madura.
— Eu trarei a moça até as senhoras, bem eu e feroz, é claro, assim trará a vida minha esposa como prometido.
— Está negociando ou duvidando de nós Sérgio? – Fala a alma mais velha.
— Só quero ter certeza que receberei o que eu quero em troca da moça, minha senhora.
— Sim Sérgio, me traga a portadora do ser celestial e traremos a vida a sua amada esposa.
— Então o que mais, as minhas senhoras, desejam de nós?
— Hum, que tal deixar esta procura mais interessante sangrenta minha amada irmã? – Fala a alma mais jovem.
— Faça como quiser minha irmã. – Fala a alma mais velha.