O QUE?
- Ethan Daniels, o jogador prestigiado de lacrosse, eu tenho certeza que vocês vão se dar muito bem!
- Senhorita Rose, com todo o respeito, mas eu acho que essa é uma péssima ideia.
- E posso saber porque seria uma péssima ideia?
- Veja bem, Ethan Daniels não é exatamente a minha pessoa favorita e eu tenho certeza que eu não sou a dele também, seria mais fácil pedir para algum aluno do time de atletismo.
- Como eu já disse Maya, o time de atletismo está muito concentrado em ganhar as olimpíadas estaduais, não há ninguém além do Sr. Daniels para ajudá-la e você não está em posição de escolher aqui, você precisa fazer atividades extracurriculares, e o Sr. Daniels a ajudará!
Eu ODEIO essas atividades extracurriculares, o que a corrida, ou xadrez, ou esgrima vai agregar na minha graduação? NADA, a resposta é nada! Ah, sem contar que agora vou ter que pedir ajuda para o maior babaca da escola. Ele não é babaca por ser um atleta, quer dizer, boa parte é por ser atleta, mas além disso, no ano retrasado rolaram boatos de que Ethan havia terminado com Emily Sinclair sem mais nem menos, e que ainda havia espalhado boatos sobre o relacionamento íntimo deles, ofendendo e difamando Emily, claro que ela é uma megera, mas ele foi um ridículo e é um babaca, preferia enfiar minha cabeça em ácido do que ter que pedir sua ajuda, e é por isso que vou esperar a senhorita Rose falar com ele.
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Chego vinte minutos mais cedo na milk ice cream, tio Bob disse que entregaria meu avental, embora esteja com o nome de James, que era o antigo funcionário que se aposentou, oitenta e quatro anos não é para qualquer um.
Acho que eu deveria parar de chamar tio Bob de tio, afinal ele é tio de Emma e não meu, sem contar queé meu chefe.
- Oi Maya, como vai?
- Muito bem ti... Bob, e você?
Tio Bob ri.- Pode me chamar de tio Maya, eu estou bem obrigado, agora, está pronta para aprender a trabalhar com Molly?
- Prontíssima!
Molly e eu nos demos muito bem, o tempo passou mais rápido do que eu imaginei, agora faltam apenas vinte minutos para que eu possa ir para casa tomar um longo banho e deitar na minha cama bagunçada.
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Só pode estar de brincadeira com a minha cara, o que eu fiz de tão ruim, ehn Deus?
Ethan Daniels acabou de entrar pela porta e está se dirigindo até mim. Fala sério, quem anda assim, ele por acaso acha que está desfilando em uma passarela, bem, ele realmente poderia, com o cabelo castanho escorrendo natesta, seu maxilar forte se contraindo, os olhos de um preto profundo, ugh, ridículo.
- Posso ajudar?- pergunto em um tom ríspido.
- Não, acho que eu posso.- ele faz uma pausa esperando que eu adivinhe, embora eu já saiba que está falando sobre minha atividade extracurricular, fico quieta, eu não vou implorar sua ajuda, nem morta.- A conselheira Rose falou que você precisa de ajuda para treinar corrida, que suas notas estão baixas e você necessita de ajuda com essa atividade extracurricular.
Eu já disse que a senhorita Rose é dramática, não disse?
- Olha, você é a última pessoa a quem eu pediria ajuda, não, na verdade, se você fosse a última pessoa, ainda sim não escolheria você, mas acontece que eu não tenho opção e a senhorita Rose é realmente uma pé no saco, então quem sabe você não para de se gabar e faz o que ela te pediu?
- Eu vou fazer sim o que ela me pediu, mas não por você.
- Ótimo!
-Ótimo!... E eu gostaria de um sorvete de morango e pistache.
- Cara, que mariquinha, sorvete de pistache?
- Você é sempre tão boçal?
Parece que Ethan Daniels consegue esvair com toda a minha paciência, mas ele não está errado, eu não sou a pessoa mais gentil que você poderia conhecer, mas acontece que eu já passei por muita merda, e eu não vou deixar ninguém me magoar nunca mais, então sim, eu sou sempre uma boçal e continuarei sendo se esse é o preço que manterá as peças do meu coração coladas novamente.
Faço seu sorvete o mais rápido possível, para que eu não precise mais ver sua cara.
- Aqui, são cinco pratas.- Ethan me entrega o dinheiro e coloca uma boa quantia de dinheiro no meu pote de gorjetas. Olho para ele sem entender, ele está achando que eu preciso de caridade? Sim estou apertada, mas não tanto para precisar de sua ajuda, mas o suficiente para calar minha boca.
- Obrigado, volte sempre.- cantarolo no tom mais desanimado que já escutei.
Ethan da as costas e sai pela porta, por algum motivo me sinto mal, sempre que nos encontramos discutimos, mas acontece que ele é um idiota, então fica difícil não querer socar sua cara. E agora me pergunto, como ele sabia onde me encontrar?
Quinze minutos mais tarde estou tirando o avental e arrumando meus cabelos no pequeno vestiário da sorveteria, eu gostei do meu primeiro dia de trabalho, achei que as pessoas iam ser insuportáveis e eu acabaria as insultando com a minha língua grande, mas ao que parece a vida é mais colorida com sorvete!
Quando saio pela porta do fundo já é noite, mamãe voltou a trabalhar, então vou ter que me acostumar a andar a pé, An está na casa de Liza, nossa vizinha, então não preciso me preocupar com nada.
Dou alguns passos saindo da rua que mais parece um beco nos fundos da sorveteria e começo ouvir algumas vozes, ou melhor, uma discussão, me aproximando mais e com a ajuda das luzes do poste mais próximo vejo duas silhuetas, e reconheço uma, é Ethan, achei que ele havia ido embora quinze minutos atrás. Ele parece furioso, seus ombros estão tensos e seu maxilar está tão trincado que suas palavras quase inaudíveis saem entre dentes. O homem que está discutindo com ele parece gente da pesada, é uma cabeça mais baixo que Ethan, mas é forte, e parece não ter medo de nada, quando entro no campo de visão de Ethan ele parece ficar mais nervoso, vejo o homem virar-se para trás e me enxergar, logo depois murmura para Ethan.- Eu acho melhor você dar um jeito logo nisso, porque dá próxima vez não serei tão compreensivo.- o cara com certeza não sabia o que era compreensão.
Caminho até Ethan, ele está com a respiração pesada, como se tivesse corrido uma maratona, tento deixar de lado o desprezo que sinto por ele, porque no momento estou realmente preocupada.
- Ei, o que estava acontecendo aqui, tá tudo bem?- ele que ainda não tinha olhado nos meus olhos, finalmente me encara.
- E você se importaria?
- Eu sei que não somos amigos e nem vamos ser, mas você é uma pessoa que eu querendo ou não, está na minha vida agora, e imagine a cena que eu acabei de presenciar, tinha um cara te ameaçando Ethan, então eu poderia dizer que me importo o bastante.
Ele me olha por alguns segundos, então olha para o estacionamento parecendo procurar por algo.
- Você está de carro?
- Não, minha mãe o pegou e eu... Não.
- Quer uma carona?- e agora, eu posso simplesmente andar até em casa, são apenas dois quilômetros, mas eu estou muito curiosa para saber o que foi essa cena que acabou de acontecer. E mais uma vez minha curiosidade vence.
- Eu quero sim.
Ethan tem um jipe preto, por mais incrível que pareça, o carro é limpo por dentro e, espera ... ele tem uma foto do Robert Pattinson como Edward pendurada no espelho?
- O que, o que é isto?- gaguejo pegando a foto, ele me olha e da de ombros.
- Sou time Edward.
- Você leu crepúsculo?
- Não, apenas assisti aos filmes.
- E você é time Edward?
- Não vai me dizer que você é time Jacob?- ele me olha de lado fazendo cara de horrorizado.
- Não, Jacob é uma criança, mas a culpa não era dele, a Bella o manipulou.
- Como ela poderia o manipular, o cara era apenas obcecado.
- Ok, você não leu o livro, então vou te dar um desconto, Jacob tinha apenas dezesseis anos, Bella estava obcecada por Edward e precisava saber mais sobre o que ele era, então manipulou Jacob para que ele contasse tudo que ele sabia, embora na época ele achasse que fosse um mito que seus ancestrais contavam para assustar crianças. Jacob nunca foi uma opção, ele só... Ele só era uma criança.
- Uau, e eu achava que eu era obcecado por crepúsculo.
-Cala boca!- cruzo meus braços, eu não sou obcecada por crepúsculo, é ele que tem a foto de Edward em seu carro.
Após um instante quebro o silêncio perguntando o que estava me coçando para saber.- Ethan, porque aquele cara estava te ameaçando?
- Ele não estava me ameaçando.- ele está olhando fixo para a estrada e os nós de seus dedos estão brancos de apertarem com força o volante.
- Eu acho que “você dar logo um jeito nisso, porque da próxima vez ele não será tão compreensível” é sim uma ameaça.
- Você não tem nada a ver com isso Maya.
- Ahn, ok.- é isso que eu ganho por tentar ajudar um imbecil- Você está metido com drogas Ethan?
- O que?- ele para o carro e me olha parecendo que está prestes a espumar pela boca.
- Você está devendo dinheiro porque está usando droga?
- QUAL O SEU PROBLEMA?- Ethan está gritando agora.
- Qual o seu, porque você está gritando comigo? Eu fiz uma pergunta coerente, você está endividado por causa de drogas?
- Maya, mesmo que eu estivesse, o que não é o caso, isso não seria da sua conta.- ele quase acerta com a mão em meu rosto quando se estica para abrir minha porta.- Chegamos.
Fico olhando para ele por um tempo, tentando entender como uma conversa civilizada tornou-se esse caos. Mas eu não me importo, eu sempre soube que Ethan Daniels era um idiota e conhecê-lo só confirmou o que eu já sabia.
- Ótimo! Obrigada pela carona, embora a companhia tenha sido de péssima qualidade.- desço do jipe e bato com força a porta, saio marchando para a porta sem olhar para trás, só escuto o cantar dos pneus do jipe de Ethan e quando olho para trás, vejo o jipe virando a esquina, deixando marcas pela estrada.