Para todos os amantes de romance assim como eu.
Prólogo
Quando eu era pequena, costumava inventar histórias, pequenas mentiras, onde eu era incrivelmente corajosa e destemida, assim ninguém percebia que embaixo no meu narizinho empinado, na verdade estava uma criança muito insegura.
Sorria enquanto contava minhas grandes aventuras aos meus amigos. A verdade é que eu tinha medo de que sendo eu mesma, não fosse o bastante, de que minha personalidade não agradasse, e eu tinha apenas dez anos.
Aos treze comecei a ficar popular, minhas amigas eram idênticas a mim e os garotos se tornaram finalmente interessante aos meus olhos. Eram bobos e grudentos, assim como as meninas. Intervalos eram turbulentos, garotas correndo atrás de garotos, vôlei de boné, tranças sendo puxadas, escola era o paraíso.
Era um paraíso que se tornou um inferno em um piscar de olhos, e então estou com quinze anos e matéria acumulada, já não tenho tantos amigos, os garotos já não são tão bobinhos e já não querem apenas puxar suas tranças, as garotas competem entre si e se você não for bonita o bastante, você com certeza saberá disso quando for ridicularizada na frente de toda a escola.
E então você chega aos dezessete e os poucos amigos se vão, sobrando apenas um amigo, talvez dois que te compreendem, você já é maduro suficiente para não discutir com seus pais, embora seu relacionamento com eles seja uma merda, você já é maduro suficiente para assumir responsabilidades, você provavelmente está surtando com a escola e não tem tempo pra vida social.
Ou isso não tenha nada a ver com a sua vida e eu apenas esteja descrevendo a minha.
Meu nome é Maya, Maya Holkes, tenho dezessete anos e, bom, isso é tudo que você precisa saber por enquanto.
Prévia do capítulo 1
- Anna pelo amor de Deus, eu já te falei milhões de vezes para você não deixar seus brinquedos espalhados pelo chão, eu quase furei o meu pé da última vez!
- Desculpa Maya, não queria chatear você, só queria brincar, não deixam mais brincar na escola, agora eu tenho que aprender uma coisa chamada somar. - ughhh, ela tá fazendo aquela carinha com os olhinhos de cachorro abandonado que eu não resisto.- Tudo bem An, só junte, ok? – Ela balança a cabeça ligeiramente em concordância.
- Cadê a mamãe?
- Tá no quarto, quando eu fui dar a ela um abraço de bom dia, ela disse para mim deixar para outro dia, que estava doente... Maya, mamãe vai ficar bem?
Depois de dois meses do divórcio minha mãe ainda está na fase da negação, é claro que terminar um casamento de dezessete anos é uma barra, sem contar que duas semanas depois descobriu que meu pai está formando uma nova família, com uma mulher cinco anos mais velha do que eu, mas ela não está fazendo nada para melhorar, parece que não liga para como eu e An também estamos sendo afetadas, além de me deixar cuidando de tudo sozinha eee mais uma vez eu estou sendo uma egoísta.
- A mamãe vai ficar bem An, todas nós vamos ficar bem! - espero que isso à tenha convencido, porque a mim com certeza, não convenceu. - Vamos, venha logo tomar seu café da manhã ou vamos nos atrasar.
Brihton School, minha escola, ou melhor, o antro dos demônios, não me entenda mal, eu já gostei da minha escola, era meu refúgio quando pequena, eu não faltava um dia sequer, mesmo quando doente, era mil vezes melhor ir estudar do que ficar em casa escutando mamãe e papai brigarem. Mas com o passar do tempo as coisas mudaram, vi a maioria dos meus amigos se tornarem estranhos, vi os mais ricos e influentes tomarem conta da escola, Brihton School é uma típica escola particular, mas temos alunos com bolsa integral, os atletas, que são as “pérolas” da escola, bando de babacas na minha opinião, também tem bolsas para os gênios, que são, bom, eles não saem do laboratório, então fica meio difícil descreve-los, mas o fato é, Brihton School não passa de mais uma escola de riquinhos, e eu sou uma, ou era, meu pai largou a gente a deus dará, minha mãe não sai da cama a dois meses, e não se sabe até quando se estenderá a compreensão do escritório em que trabalha, minha mensalidade e a de An não pode ser chamada de barata, então ou eu viro psicóloga da minha mãe, ou eu arrumo um emprego.