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Bab 4 Quatro

Eu havia dormido no quarto de Zander, pois voltei muito tarde da pequena festinha e Isla deu na noite anterior, e não quis me arriscar a entrar pela porta da frente. Uma dor latejante me acertou de primeira quando abri os olhos, a luz dourada do sol me cegando. Levei dois minutos para entender o barulho da carroceria do meu pai entrando pelos portões da frente. Droga. Corri da melhor forma que consegui, atordoada pelo sono e pelos efeitos da bebedeira de ontem, e me enterrei no meu quarto, na minha cama antes que ele batesse à porta. Fechei os olhos e fingi ser uma boa menina, talvez Alex estivesse errado e papai ficasse menos furioso quando me visse como um anjo.
Esperei e esperei. Nada aconteceu . A cada barulho de paços no corredor, eu me enfiava mais nas cobertas e meu coração se acelerava. Mas o relógio marcou dez horas e nem madame Caramantha havia passado em meus aposentos. Aproveitei o impulso da ansiedade para correr até a banheira já cheia, em busca de algum refúgio. Talvez isso fosse um bom sinal. Talvez meu pai tenha até se esquecido da floresta oeste. Me dei o luxo de me demorar no banho, e me arrumando, e devorando um lanchinho roubado da cozinha antes do almoço. Tentei esvaziar a cabeça e pensar nas besteiras de Isla ou provocações de Ravi. A que ponto cheguei? Ao ponto de procurar Owen em busca de algum consolo.
— Entre Kalishta
Passei pela porta azul-celeste de Owen, com um pé atrás do outro, tentando demonstrar meu receio. Owen coração-mole sempre me consolava ou encorajava quando qualquer outro dos meus irmãos riria da minha cara.
— Como sabia que era eu?
— Você é a única que bate.
Ele disse distraído, remexendo alguns papéis em sua mesa azul-escura. Quando éramos pequenos, mamãe decorou cada um de nossos quartos com uma cor. Ela escolheu cada uma de acordo com nossa personalidade, e o que ela achava que a cor representaria. Verde para Alex: inteligência, roxo para Zander: charme, vermelho para Vlad: determinação, amarelo para Arlo: simplicidade da alegria, azul para Owen: coração puro, preto para Kai: adaptável a tudo, e rosa para mim. A minha cor ela não teve tempo de explicar... e eu nunca havia tentado entender sozinha.
— Esta muito ocupado?
Perguntei cautelosa. Acho que ele ia dizer que sim, mas mudou de ideia ao ver meu rosto aflito. Ele se levantou da cadeira de estudos deixando os papéis de lado, e me puxou até sua cama. Me sentei com um suspiro, deixando que ele trançasse os fios dos meus cabelos enquanto conversávamos.
— Você viu o papai? Ele não falou comigo depois que chegou...
Os dedos de Owen em meus fios hesitaram por um estante, mas então ele continuou, tentando manter uma voz firme quando explicou:
— Ele teve que.. resolver umas coisas. Pediu que almoçássemos sozinhos hoje, ele tem algo importante para nos dizer na janta.
Minha barriga congelou. Me virei para ele, fazendo seu trabalho em minha cabeça se desfazer com os movimentos. Mas ele não se importou, apenas abriu um sorriso e disse:
— Papai não é um tirano, seu castigo não vai ser tão ruim assim...
Owen me envolveu em um abraço apertado conforme o medo se dissolvia de dentro de mim. Era muito bom ter um coração-mole na família afinal... pelo menos eu não tinha que chorar nas peças que assistíamos sozinha. Owen sempre derrubava algumas lágrimas, mesmo que custasse admitir. Ali naqueles braços fortes com um tom de dourado, eu podia liberar os sentimentos que quisesse, pois sabia que não seria julgada. Não por Owen.
Almocei com Owen e Kai, que resolveu nos procurar. Meu gêmeo nunca gostou da ideia de comer sozinho, por isso todas as vezes em que nosso pai cancelava o almoço ele corria para o meu quarto. A tarde demorou muito para passar. Minha barriga já estava oca mesmo depois das grandes porções de torta que comemos, e nada de nosso pai nos chamar. Tentei não batucar os dedos na mesa de estudos de Owen, onde agora eu estava sentada, mas foi quase impossível. Meus irmãos conversavam tranquilamente sobre coisas fúteis e nada importantes. Quem poderia culpá-los? Eu é que estava enrascada.
Quando um serviçal bateu na porta de meu irmão dizendo que o rei nos esperava, eu podia jurar que meu coração havia parado. Fui praticamente arrastada por Owen e Kai, mantendo os olhos nas sapatilhas vermelhas que escolhi colocar. Um vestido azul era preenchido por meu corpo agora, simples mas muito bonito. Papai reclamava quando eu usava calças, então pensei que o vestido acalmaria seu coração. As enormes portas do salão real se abriram para revelar que éramos os últimos a chegar. O resto de nossos irmãos já estavam sentados com nosso pai, e os nobres só esperavam a chance de poder comer. Engoli em seco quando percebi que todos só olhavam para mim. De novo. Talvez o vestido tenha sido má ideia. Ou talvez meu pai tenha planejado algo tão ruim, que os nobres já estavam sofrendo por antecipação. Me sentei com cuidado na cadeira da ponta, evitando o olhar do meu pai.
— Muito bem.
O burburinho que havia se formado quando entrei sessou instantaneamente assim que o rei falou. Ele fez um gesto preguiçoso para um serviçal que trouxe mais três cadeiras uma a uma para nossa mesa enorme. Ou meu pai estava grávido de trigêmeos, ou sua lição envolvia algo que eu não estava apta para entender.
— Eis aqui sua punição princesa Kalishta de Kibtaysh.
O burburinho recomeçou assim que três pessoas adentraram no salão a nossa frente, o rei e a rainha de Bulhart com o príncipe herdeiro em seu enlaço. Finn estava pelo menos meio metro maior do que eu me lembrava, seus ombros agora largos em seu uniforme militar, e seu cabelo louro perfeitamente penteado para trás com uma pequena coroa equilibrada. Ele caminhava com rigidez e reverência ao mesmo tempo, mantendo os olhos azuis fixos no nada. Fechei a boca em um estalo assim que notei que observava o príncipe Finn boquiaberta. Uma onda de vergonha me percorreu, mas estava prestes a piorar.
— Kalishta, você vem cometendo atos imperdoáveis para o modelo de conduta de uma rainha, age como a criança mimada que sua mãe lutou tanto para que não fosse
Enrubesci de raiva. Eu cometi erros, certo, mas aquilo? Ele estava me humilhando na frente de todos, inclusive de nossos aliados, além de usar o nome da minha falecida mãe pra me causar dor! Golpe muito baixo pai. Senti o olhar assustado que Kai lançou para nosso pai. Depois notei que não só ele, mas todos os meus irmãos não faziam ideia do que ele pretendia com aquilo.
— Você já se provou mais que insuficiente para a coroa de Kibtaysh, por isso espero que sirva para servir outro reino de agora em diante.
O que diabos meu pai estava fazendo? Isso tudo por um acidente? Ele iria me banir? Me obrigar a servir os de Bulhart? Calçar os sapatos na rainha e limpar as botas do rei?
— Assim que o solstício de outono e aniversário de Vladmir acabar, você se casará com o príncipe Finn de Bulhart, e seguirá para seu futuro pais assim que eles partirem.
Todos os nós que eu havia engolido naquela conversa voltaram remanescentes, em um suspiro de dor. Meu peito se apertava enquanto as lágrimas rolavam pela minha bochecha. Kibtaysh era meu lar, meu reino, meu povo, ele não podia tirar isso de mim! A raiva e a tristeza se fundiram em uma só, varrendo o resto de meus pensamentos. Eu queria sair correndo dali, queria gritar com meu pai, implorar por ajuda dos meus irmãos, mas meu corpo permaneceu fixo na cadeira. Minhas unhas permaneceram fincadas na madeira em que meu braço se apoiava, e minha boca escancarada com palavras mortas que não sairiam. Ninguém falou nada até que Zander me pegasse nos braços e me arrastasse pra fora dali. Assim que a porta se fechou atrás de nós, meu choro veio em soluços , e o burburinho recomeçou.

Komentar Buku (950)

  • avatar
    PereiraJosilene

    ....................,.........,......................

    13h

      0
  • avatar
    BatistaJoana

    ótimo livro

    3d

      0
  • avatar
    Breno Sales

    muito bom 😃

    6d

      0
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