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Filha de Kibtaysh

Filha de Kibtaysh

Danikatrin


Bab 1 Um

O reino de Kibtaysh não é o maior de todos. Com uma imensa capital, e pequenos vilarejos cuspidos ao redor, ele é no máximo médio. Mas somos felizes, e nossas riquezas podem ser consideradas mais que suficientes para os sete filhos do rei. Sim, seis filhos e uma filha. Muitas governantas tentaram assumir a bronca, as vezes mais de uma de uma vez, mas no fim, nossa mãe teve que abdicar de algumas coisas de rainha para poder cuidar de todas as suas crias. Quase todas.
Quando eu tinha seis anos, minha mãe foi assassinada por um grupo terrorista que conseguiu se infiltrar em nosso castelo. Eu estava com ela e com meu irmão gêmeo Kai quando aconteceu. Lembro-me de ter meu pequeno corpo puxado por um guarda enquanto outros dois avançavam para o serviçal que havia enterrado um punhal no coração da minha mãe. Não que importasse muito, porque o homem já havia tomado algum tipo de veneno para não ter informações roubadas por meio de tortura.
Mas apesar desse pequeno incidente, Kibtaysh é muito pacífico. Não existem fanáticos pela família real como em Rithan ou mercenários como em Bulhart. Nosso reino é lindo e verde, as pessoas sorriem o dia inteiro, com trabalhos honestos e vidas boas. E meu pai se orgulha da paz que conseguiu manter durante tantos anos. Tento aprender o máximo que posso com ele, afinal , apesar de ser a filha mais nova de todos os meus seis irmãos, as leis de Kibtaysh são bem diferentes em relação ao herdeiro que ocupa o trono. Aqui em Kibtaysh é costume os reis terem muitos herdeiros, e quando o rei fica doente, ou morre, ou simplesmente decide renunciar, os herdeiros que quiserem participam de competições e campanhas para ganhar o coração do povo e o trono.
Ser a filha caçula e ainda mulher não são impedimentos para a coroa, não aqui em Kibtaysh. Afinal, nosso reino tem esse nome por conta de nossa primeira rainha (isso mesmo, rainha), mãe solteira que governou lindamente a séculos atrás. No salão de autorretratos do castelo, existe um quadro impecável da linda rainha justa. Meu pai diz que me pareço com ela. Mas a verdade é que todos os retratos daquela sala parecem iguais: rostos sérios e concentrados de pessoas que possuem cabelo cor de fogo. Não só a cor, as pessoas em nossa linhagem podem produzir fogo. Fazer chamas, ou provocar explosões. De todos os meus irmãos, Arlo é o mais forte, capaz de explodir o castelo em chamas. Ironicamente, é o pior candidato para o trono, por causa de sua falta de inteligência. Pra ser sincera... tenho em lista os maiores motivos pelos quais cada um de meus irmãos é indigno para o trono. Alexander é o mais velho, apesar de muito centrado, não entende de empatia, Zander é gêmeo de Alex, mas está mais preocupado com a quantidade de mulheres que vai conseguir dormir do que com a economia do reino. Vladmir só quer o trono por ganhar de brinde um auto retrato seu, prefere se olhar no espelho do que acenar para multidões esperando discursos. Arlo é cabeça- oca, Owen é tão bobo apaixonado que a primeira inimiga que oferecer seu coração em troca de nosso reino terá sucesso, e Kai... Kai é provavelmente o único de nós que daria um bom rei. Seguindo meus concelhos, claro.
O castelo parecia um loucura. Criados corriam de um lado para o outro, carregando tecidos, bugigangas e temperos exóticos. Nosso pai havia adiado todas as reuniões do dia, para passar a manhã conversando com um cerimonialista e decorador. Tudo isso para o aniversário de Vlad. Ele era o único de nós que fazia questão de uma festa extravagante, dizia que merecia já que tivera a sorte de nascer em uma estação do ano tão linda: o outono. Era quase impossível dormir até mais tarde com o barulho da movimentação dos servos pelo palácio perto da data de seu aniversário. Não que madame Caramantha me deixasse dormir até muito tarde. O relógio mal marcava oito horas e a governanta já estava à minha porta, socando freneticamente, e dizendo o quanto eu estava atrasada. Então mais um dia começava, café da manhã calculado e balanceado, treino de combate logo depois, aula de diplomacia e regência, almoço, treino com poderes e biblioteca. A última parte claro, eu nunca cheguei a fazer. Sempre usei meu tempo de biblioteca para fugir das garras de Caramantha, para correr pelas ruas da capital e falar com os moradores. Eu tinha alguns amigos na cidade, costumava jogar pedras no lago com Ravi, caçar com Barduc e seguir Isla, minha única amiga mulher.
Era divertido fugir um pouco dos muros altos do castelo, mas só durava até o jantar, onde me reunia com meus seis irmãos e meu pai para jantar. E a corte, é claro, mas a única mesa no salão que emitia ruídos de conversas era a nossa, então era como se nobres não existissem durante o jantar.
— Onde está com a cabeça ruiva hoje?
Caramantha não pode me ver tropeçar três vezes seguidas que já grita comigo. Sinceramente, que mal tem uma princesa distraída?
— Não seja tão dura com ela madame.
Disse Kai com aquele meio sorriso que eu conhecia bem. Franzi o cenho para ele . Madame. A velha enrugada a nossa frente poderia se passar mais facilmente por um pato do que por uma madame.
— Ah vossa Alteza, perdão... é que o senhor é tão diferente que eu...
A mulher não terminou. Claro que Kai era perfeito, como eu disse, o melhor possível rei da linhagem. Todos no reino todo o amavam. Seus sorrisos e piscadelas, sua voz que fazia até as pedras tremerem. Sem dúvida, já estava claro quem nos governaria a seguir.
— Bom, tenho muito o que fazer!
Eu disse me esquivando do aperto da mão da velha e do olhar do meu irmão intrigado. Corri até os aposentos de Zander, onde eu sabia que não me achariam, e que ele também não estaria. Zander praticamente vivia em bares, ele só vinha para casa no almoço e janta praticamente. Em partes eu acho que se tratava de uma tentativa frustrada de evitar que nosso pai pensasse o pior.
O quarto de Zander tinha uma varanda com uma grande folhagem ao lado. Era perfeitamente fácil escalar por elas, o que me garantia uma rota de fuga na certa. Abri a porta roxa e adentrei no cômodo aquecido apenas por uma lareira que ficava no canto oposto. A cama parecia intocada. Ótimo. Me esgueirei pelo quarto até a janela, depois desci cuidadosamente pelos Ramos que despontavam folhar marrons, envelhecidas pela estação.
Quando cheguei ao centro da cidade, cumprimentando todos que conheci reconhecer, senti um peso sair dos ombros. Se Vlad estava livre das aula a semana inteira por conta de seu aniversário, não faria mal que eu não aparecesse apenas em um dia. Me arrastei pelas pequenas lojas da rua principal, observando cada item que vendiam. Só parei quando cheguei na loja de Barduc, que já saía pela porta com uma mochila em um dos ombros.
— Bom dia!
Eu disse animada, passando meus braços por sua cintura enquanto descíamos para os locais mais afastados da cidade, para chegarmos até a floresta. Barduc me fitava com aqueles grandes olhos castanhos enquanto me jogava uma maçã. Ele sempre sabia quando eu saía de casa sem comer.
— Não deveria estar em uma aula de canto ou algo assim?
— Me impressiona que você pense que as aulas que tenho são fúteis.
— Touché! Se são importantes você não deveria perdê-las!
Barduc remexeu distraidamente seu cabelo cor-de-mel enquanto nos conduzia até a mata verde.
— Disse que não são fúteis, mas não chegam a ser importantes. Digo, são importantes para Kai que vai ser rei.
Ele abriu a porteira de madeira que separava a área de caça da cidade, a segurou enquanto eu passava. Seus dedos se moveram habilmente para encaixa-la de volta depois que ele passou atrás de mim, com passos tão leves que eu pude jurar que flutuavam.
— Não seja tão dura consigo mesma, aposto que ele não caça como você.
— Ele tem aulas de arco.
— Humpf — Barduc desprezava o modo como príncipes aprendiam a lutar, dizia que nunca estariam preparados para uma luta real — Um alvo parado é muito mais fácil de acertar.
Ele tem razão. Sou muito melhor em caça do que Kai, mas perco no combate corpo-a-corpo. Ele é pelo menos quinze centímetros maior do que eu, e olha que nem é meu irmão mais alto...
Passamos por um pequeno córrego, onde Barduc costumava segurar minhas mãos para que eu não escorregasse nas pedras lisas. "Não deixar a filha de Kibtaysh se afogar" ele dizia com aquele sorriso torto. Barduc era imenso comparado a mim, era realmente um milagre que ele se esgueirasse pela floresta sem ser notado, uma coisa a se admirar. Mas se tem alguém que eu devo agradecer por meus dons de fuga, esse alguém é ele. Ele me previnir contra ataques ao castelo, me preparando para fugas emergenciais desde os meus nove anos. Era divertido aprender com ele, diferente de aprender com velhos oficiais do exército mal-humorados.
— Como vai Zander?
Se Kai era um exemplo para todos os camponeses, Zander era um para todos os guerreiros. Ele era capitão do exército do meu pai por vontade própria, a apesar de não ter muitas guerras beirando nosso reino, era ele quem resolvia os pequenos problemas de nosso país em relação a batalhas.
— Como sempre. Se parece cada vez menos com Alexander.
Alexander era tão enterrado em livros, que me impressionava o fato de ele ainda sentir atração por sua namorada que não possuía papéis no corpo. Trammy era uma garota radiante e extrovertida, que já havia conquistado todo o palácio no instante em que meu irmão a apresentou para nós. O que me impressionava era a paciência da moça para aceitar sete anos de namoro com meu irmão sem casamento.
— Shhh, olha, nosso dia de sorte!
Barduc me fez deitar na grama com um sussurro quando viu um cervo marrom a nossa frente. Então ele posicionou seu arco na horizontal, mirando perfeitamente. O cervo nem sequer pensou em nos notar antes que a Flecha de Barduc perfurasse seu pescoço. Uma morte indolor. Chifres bonitos para a vitrine da loja da mãe de Barduc.
Eu preferia os dias em que conseguia encontrá-lo antes dos outros, era legal passar o tempo só com ele. Não pelos beijos que trocávamos, mas porque ele era uma pessoa ótima para conversar. Certo, em partes pode ter sido pelos beijos. Mesmo na Terra dura, com folhagens irregulares abaixo de nós, aquele ainda era o melhor lugar do meu dia, o lugar entre os braços de Barduc. Não éramos apaixonados nem nada do tipo, era apenas um afeto entre dois amigos. Aquilo nunca havia me impedido de suspirar por outros garotos, ou o impedido de ser abordado constantemente por garotas na rua.
— Ah, a minha filha favorita chegou!
Depois da minha manhã perfeita o lado de Barduc, voltei para o palácio, para dar o ar da graça e oferecer a honra da minha presença para meus irmãos. Eles já estavam todos sentados à mesa , apenas minha cadeira da ponta vazia.
— Sou sua única filha pai.
Me sentei na cadeira vermelho-sangue que esperava por mim na ponta da mesa, e esperei que me servissem o almoço. Os nobres esperavam ansiosamente que eu começasse a comer para poderem comer também. Então uma sessão de mastigadas nervosas começou, acompanhada de outra sessão: olhares nervoso de nobres em minha direção.
— Imagino que meu cabelo esteja espacialmente desajeitado hoje...
Murmurei entre mordidas. Mas nenhum dos meus irmãos se importou a parecer interessado. Eles estavam estranhamente calados. Zander não cuspia besteira sobre batalhas para Arlo, Vlad não tinha um espelho nas mãos, Alexander e Owen não trocavam experiências sobre livros de romance e Kai não estava conseguindo esconder seu olhar de preocupação. Algo estava muito estranho ali, e eu precisava saber o que. Me ajeitei na cadeira enquanto encarava cada um dos meus irmãos.
— E então? Qual de vocês vai me contar o que está acontecendo?
Eles se entreolharam por um tempo antes de lançar o olhar para meu pai. Depois Alex tomou coragem e soltou:
— Temos problemas...

Komentar Buku (950)

  • avatar
    PereiraJosilene

    ....................,.........,......................

    19h

      0
  • avatar
    BatistaJoana

    ótimo livro

    3d

      0
  • avatar
    Breno Sales

    muito bom 😃

    6d

      0
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