Escrito por Victor Oliveira
Hunters Capítulo 7: "Santo Fuego"
— Calma, Miyuki. Temos pistas e tudo sob controle. Você vai se sair bem, basta pensar com calma. — Disse meu mentor.
— Certo... — Temos esses números no cartão, o quê mais tem escrito? — Riki, posso ver o cartão?
Ele balançou a cabeça e me entregou o cartão. Analisando ele com mais atenção percebi que isso era literalmente um cartão de visitas. “Santo Fuego”, esses caras são realmente terroristas? Que tipo de terrorista tem cartão de visitas, oh caramba?!?
— O quê é “Santo Fuego”?... Riki?
— Eu não faço idéia...
— Hiroshi? Yuriko?
— Não...
— Nada...
— Victor?...
— Eu já disse, não vou dizer a resposta, mas conheço quem pode te ajudar.
— Me leve até essa pessoa!
Dali Riki nos levou de volta para a sede através de um portal mágico sombrio. Então essa é a habilidade dele... Será que ele faz umas entregas pra mim se eu pagar?
— Espera... Precisamos de doces! Mocreia, Riki, estão dispensados.
— Quem você acha que é pra querer me dispensar do meu caso?!? Negativo! Eu vou ficar até o final!
— Adeus. — Riki se retirou sem cerimônias.
— Acontece que a novata já assumiu seu caso, lerda.
— ... Kuro, Pega! — Nesse instante, o gato demônio no ombro dela, qual vivia dormindo ali, abriu seus olhos e pulou no rosto do meu mentor o arranhando.
— AAAAAAH!!! TIRA ESSE BICHO DA MINHA CARA!!! AAAAHHH!!!
— Okay... Já estou até vendo onde isso vai dar... Vou comprar os doces. — Hiroshi se retirou para fazer compras.
Meu deus do céu, só eu que não sei pra onde a gente tá indo ou o quê vamos fazer?!?
— Kuro, volte. — Ao comando de Yuriko o gato pulou do rosto do meu mentor de volta ao ombro da caçadora. — Cretino.
Meu mentor olhou ela nos olhos com a cara toda arranhada e os olhos esbugalhados. — ... Vagabunda!
— Gente, pra onde nós vamos? Ou vocês dois vão ficar brigando aqui?
— Não esquenta, baixinha. Quando o HiroHiro voltar com os doces nos vamos ver a nossa expert em pesquisas da filial de Tóquio.
— Okay...
Me sentei em uma cadeira e esperei Hiroshi voltar com os doces enquanto Victor e Yuriko continuavam a trocar farpas. Por que estamos comprando doces?!?! Poucos minutos depois Hiroshi retornou com uma sacola de doces na mão e um pirulito na boca.
— Oi, cheguei!
— Que demora HiroHiro! Vamos!
— Você não reclame, seu miserável!
Fomos andando pela sede, indo pra região de inteligência tática e informática. Adentramos uma sala escura iluminada apenas pela tela de monitores de computador manejados por uma única pessoa sentada em uma poltrona de costas para nós, ocultando a si e vendo os monitores.
— Oi Mizuki. Viemos pedir um favor... — Meu mentor disse a figura oculta.
A cadeira se virou e revelou... UMA CRIANÇA?!?! Era uma garotinha que não aparentava ter mais do que seis anos. Ela levantou da cadeira e veio correndo abraçar meu mentor enquanto dizia:
— oi Victor. A quanto tempo! Me trouxe doces?
— Sim, pequena. HiroHiro!
Hiroshi estendeu a mão para entregar a sacola para a garotinha e disse — Tá aqui, pirralha. — Mizuki olhou pra sacola com os olhos brilhando de alegria, pegou a sacola de doces e logo em seguida mordeu a mão de Hiroshi que soltou um leve grito de dor. — AI! Sua pestinha! Eu juro que se você não fosse tão útil eu te daria uma surra!
A garotinha deu língua pro Hiroshi e foi pra próximo de Victor para perguntar. — Do que você precisa?
— A baixinha tá no primeiro caso dela e precisa de informações. Você pode nos ajudar, Zuki?
A menininha sorriu e respondeu — Posso, mas só porquê é você pedindo.
Eles parecem ter um bom relacionamento, diferente dela com Hiroshi. Ela veio até mim com a sacola de doces e se apresentou. — Oi moça, eu sou a Mizuki. É você que precisa de ajuda?
— Eh... Sou eu sim. É um prazer te conhecer, Mizuki.  Eu sou a Miyuki.
— Você é bonita, Miyuki-sama
— oohn... Obrigada. Você é muito fofa! — Disse abraçando ela. Iti malia, que fofinha!
— Bem, vamos indo. Boa sorte Miyuki, comporte-se Mizuki. Vamos esperar lá fora. — Disse Victor literalmente obrigando Hiroshi e Yuriko a saírem com ele.
— O quê você tem pra mim, Miyuki?
— ... Bem, eu preciso de informações sobre “Santo Fuego”, algo assim. Você acha que pode me ajudar? Eu tenho esse cartão. — Entreguei o cartão pra ela.
A menininha começou a digitar no computador enquanto olhava o cartão, e surpreendentemente ela pesquisava em várias abas simultâneas de forma tão proficiente que cheguei a ficar confusa e desorientada. Não consegui acompanhar mas ela conseguiu as informações que eu precisava.
— Miyuki-sama, aqui, “Santo Fuego” é uma organização criminosa de base religiosa que comete crimes para incitar pânico nas pessoas e fazê-las acatar a religião que eles pregam. Costumam fazer ataques terroristas, provocar desastres industriais e todo tipo de coisa que possa fazer parecer “a fúria de deus” mas o quê realmente é importante, eles tem envolvimento com a produção e distribuição de uma droga com composto que só pode ser obtido no inferno. Aqui o endereço. — Ela anotou em um papel e me entregou. — Eu ajudei?
— Sim, lindinha. Você ajudou muito! — Disse enquanto acariciava-lhe a cabeça antes de partir. — Obrigado Mizuki. Até mais!
Fui ao encontro dos meus parceiros nesse caso. Até que isso é divertido. Estavam sentados em um sofá na recepção esperando e quando me aproximei, meu mentor se manifestou.
— E então?
— Temos um endereço. Parece que estamos lidando com uma organização que fabrica drogas...
— Okay, agora você tem que fazer um relatório e entregar pro chefe pra ele requisitar permissão e depois te liberar um mandato de busca e aprendimento, apreensimento, apre... aquela palavra lá de recolher judicialmente. Pra você poder ir lá e prender a galera lá que tá fabricando e cultivando materiais ilícitos.
— Oi? — Pane no sistema alguém me desconfigurou...
— Faz um relatório pro chefe... Pra ele te dar  permissão de prender meliante... Entendeu?
— Ah, sim. Acho que ver tantas abas de pesquisa ao mesmo tempo me deixou meio mal...
— Se recomponha. Tá muito cedo pra ficar bilu tetéia...
Preparei um relatório e entreguei ao chefe, ele analisou calmamente junto com seu secretário e depois enviaram uma mensagem pros superiores deles... Levou um tempinho mas eu consegui o bendito mandato. Agora é hora de ir no endereço deles e prender eles em flagrante. Estou me sentindo profissional!
Continua...